Saiba onde estava Renan Calheiros nos principais momentos da política recente

Eugenio Novaes/Folhapress
Um dos principais aliados do governo no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), protagoniza a política nacional desde 1990 -- ano desta foto, quando liderava a bancada do governo Fernando Collor na Câmara. Depois de ser deputado estadual e federal nas décadas de 1970 e 1980, o alagoano nunca deixou o centro da arena política nacional, ocupando postos-chave nos governos Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma. Relembre onde estava Renan em alguns dos principais momentos da história recente do Brasil
Lula Marques/Folhapress - 18.01.1990
LÍDER DA BANCADA DO GOVERNO COLLOR: Após passar a primeira metade da década de 1980 em oposição a Fernando Collor em Alagoas -- chegou a chamá-lo de "príncipe herdeiro da corrupção" --, Renan Calheiros se conciliou com o rival a ponto de assessorá-lo na vitoriosa campanha à Presidência em 1989. Em seguida, Renan passou a comandar a bancada governista na Câmara. Mas, depois de sentir-se preterido na disputa pelo governo de Alagoas em 1990, o hoje senador rompeu com Collor e acabou sendo peça-chave em sua queda, ao depor em 1992 na Câmara dizendo que Collor sabia do esquema de PC Farias na Presidência da República. Os dois se reencontraram com a eleição de Collor ao Senado em 2006, quando se reconciliaram
Sérgio Lima/Folhapress
MINISTRO DA JUSTIÇA NO GOVERNO FHC: Durante seu primeiro mandato como senador por Alagoas e já filiado ao PMDB (hoje MDB), Renan Calheiros foi nomeado como ministro da Justiça pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ocupou o cargo entre abril de 1998 a julho de 1999, em passagem marcada pelos atritos com o então governador paulista Mário Covas (1930-2001), do partido de FHC, com direito a troca de ofensas e acusações de corrupção por meio da imprensa
Ueslei Marcelino/Folhapress
PMDB VIRA A CASACA: Em 2002, o então PMDB (hoje MDB) lançou Rita Camata como vice na chapa à Presidência encabeçada por José Serra (PSDB), e a coligação teve total apoio de Renan Calheiros. Após a derrota nas urnas, no entanto, seu partido passa a apoiar o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva logo no começo de 2003
Sérgio Lima/Folhapress
PRIMEIRA PRESIDÊNCIA DO SENADO: Em 2005, Renan Calheiros chegou ao comando do Senado em aparente céu de brigadeiro, como candidato único e o apoio de 73 dos 81 membros da Casa. Em 2007, foi reconduzido ao cargo, mas renunciou à Presidência poucos meses depois sob acusação de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, e de apresentar documentos falsos para sua defesa. No segundo semestre de 2007, em várias cidades do país, manifestantes foram às ruas pedir sua saída. O caso tramita até hoje no Supremo Tribunal Federal sob segredo de Justiça, sem decisão
Sergio Lima/Folhapress
RENAN CONTRA-ATACA: No começo de 2013, já denunciado pela Procuradoria-Geral da República por falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato no caso Mônica Veloso, Renan Calheiros voltou à Presidência do Senado com o apoio de 56 colegas em votação secreta. "A ética (...) é meio e não fim. A ética é obrigação de todos nós", discursou no dia da eleição. Menos de um mês depois, uma petição organizada pela internet pedindo sua saída teve mais de 1,5 milhão de assinaturas. Em 2015, Renan foi reeleito com o apoio de 49 senadores também em votação fechada
Sergio Lima/Folhapress
FIEL DA BALANÇA: Com poderes renovados, Renan Calheiros passou a ser um dos mais importantes aliados de Dilma Rousseff em seu segundo mandato, marcando contraste com o também peemedebista Eduardo Cunha, este à frente da Câmara. O governo contou com Renan para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016 e ainda mais no rito de impeachment deflagrado por Cunha, já que o STF tinha dado ao Senado o poder para barrar o processo. Na foto, Dilma toma posse de seu segundo mandato ao lado de Renan. Dilma acabou afastada do cargo em agosto de 2015
Pedro Ladeira/Folhapress
LAVA JATO E ATRITOS NO PMDB: Ao firmar posição junto ao governo Dilma em 2015, Renan Calheiros acabou comprando briga com Eduardo Cunha e o vice-presidente Michel Temer. O primeiro chegou a insinuar que Renan tem sido protegido pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações da Operação Lava Jato --o senador é suspeito de receber propina por contratos da Transpetro. Com o segundo, trocou farpas em público, acusando o vice de dividir o partido e estimular a crise política
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
AFASTAMENTO - Em maio de 2016, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello decidiu afastar Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência do Senado. O argumento foi o de que Renan não poderia permanecer na linha de substituição do presidente da República sendo réu em processo criminal. À época, o STF tinha aceito uma denúncia contra Renan, transformando-o em réu pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). Em nota, Renan disse que "o Senado nunca foi ouvido na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental" e que o julgamento sobre esse tema "não se concluiu" Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
RENAN FICA NA PRESIDÊNCIA DO SENADO - Apenas dois dias após decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello ter determinado o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter Renan na presidência do Senado, com a ressalva de que ele ficasse impedido de substituir Michel Temer como presidente da República. Votaram desta forma seis dos nove ministros que participaram do julgamento, contra três que preferiam a saída imediata do parlamentar Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
IMPEACHMENT DE DILMA - Ainda como presidente do Senado, coube a Renan conduzir o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa. Em uma decisão que causou polêmica, Renan articulou com outros parlamentares para evitar a cassação dos direitos políticos da petista, apesar do seu afastamento, e foi bem-sucedido Mais
Beto Macário/UOL
OPOSIÇÃO A TEMER - Após deixar a presidência do Senado, Renan se transformou numa das principais vozes de oposição ao governo do presidente Michel Temer (MDB). Antigo aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Renan participou de eventos com o petista, como sua caravana pelo Nordeste, antes de Lula ser preso, em abril de 2018 Mais