A história dos animais que esperam por um lar no Centro de Controle de Zoonoses de SP

Lucas Lima/UOL
Inaugurado no último dia 29 de janeiro, o novo núcleo de adoção do Centro Municipal de Adoção de Cães e Gatos possui 30 canis e 24 gatis onde os animais serão disponibilizados para adoção. O núcleo está localizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ-SP), na Rua Santa Eulália, 86, bairro de Santana, em São Paulo
Lucas Lima/UOL
As novas instalações do Centro de Adoções permitem que interessados visualizem e interajam com os animais. Cada cão fica em um espaço individual que simula as áreas interna e externa de uma residência. "O munícipe pode passar o dia aqui brincando com o animal para sentir a aceitação mútua", conta Fernando Hosomi, 33, veterinário do CCZ
Lucas Lima/UOL
O CCZ não recebe animais sem que haja uma solicitação prévia de remoção. "Os animais que chegam aqui foram resgatados de via pública após acidentes ou quando representam algum tipo de ameaça à saúde pública. Há alguns locais onde fazemos monitoramento periódico, como cemitérios, terminais urbanos, locais de grande afluxo de pessoas. Como nesses casos é muito frequente termos agravo de mordeduras, fazemos um trabalho preventivo de remoção, castração e adoção caso alguém se disponha a ficar com os animais", diz o veterinário Fernando Hossomi
Lucas Lima/UOL
Pernalonga tem pernas enormes e está desde 8 de outubro de 2014 no CCZ. "É um filhotão, deve ter em torno de 2 ou 3 anos. Muito dócil e brincalhão. Chegou como parte de uma ninhada de oito filhotes. Já foi adotado e devolvido por, supostamente, fazer muita bagunça. É um animal muito ativo e enérgico, quem for adotá-lo deve gostar de ação e ter bastante espaço em casa. Deve se dispor a andar bastante com ele. Ele tem uma luxação de patela e uma alteração de quadril e perna", diz Fernando Hosomi
Lucas Lima/UOL
Choquito chegou ao Centro de Controle de Zoonoses no dia 8 de junho de 2011. Ele foi encontrado acidentado em via pública. Foi cuidado pelos profissionais do CCZ e sofreu amputação de parte da pata posterior direita e orelha direita. A idade estimada pelos veterinários é de 8 anos
Lucas Lima/UOL
Sabrina está no CCZ desde 1º de abril de 2013. Veio removida da via pública após ser atropelada. Sobreviveu ao acidente, mas a pata traseira esquerda teve de ser amputada. "Ela anda perfeitamente. Cachorros que tem amputação de membro traseiro se locomovem bem, mal se percebe a sequela. Quando perdem um membro dianteiro, ficam mais comprometidos, geralmente andam pulando. Na distribuição de peso, aproximadamente 70% do peso do animal é na parte da frente. Um animal que tem três patas leva uma vida normal. Apenas a longo prazo podem apresentar algum problema de coluna", conta o veterinário Fernando Hosomi. Sabrina é bastante agitada e não se dá muito bem com crianças
Lucas Lima/UOL
Vanessa é uma fêmea que foi internada em 9 de maio de 2015. Chegou após um atropelamento em via pública. Brincalhona e muito dócil, ela se encontra um pouco obesa. Está pronta para ser encaminhada a um novo lar
Lucas Lima/UOL
Jafar é um macho muito dócil e brincalhão. Chegou ao CCZ com histórico de agressão, estava solto no rua e mordeu uma pessoa no Jardim Helena. "O animal agressor não necessariamente é um animal agressivo. Ele pode ser um animal dócil que ataca em situação de fome ou de defesa dos filhotes", diz o veterinário Fernando Hossomi. "Apesar do episódio, é um cachorro muito dócil", completa
Lucas Lima/UOL
A pit bull Lola é cadela "enamorada" do Jafar, seu vizinho de "quarto". Ela está no CCZ desde 26 de outubro de 2009 e já tem entre 10 e 12 anos de idade. Ela foi capturada após invadir a escola pública Dom Paulo Rolim Loureiro, na zona Leste, mas não tem histórico de mordedura. Muito brincalhona, adora ficar no sol com a barriga para cima. "O brasileiro é um povo que gosta de modas.Tivemos moda dos yorkshires, dos dálmatas, dos dobermans, dos pastores alemães. No começo dos anos 2000 foi a vez dos pit bulls. Todo 'pit boy' queria ter um pit bull. Agora temos muitos desses animais abandonados em vias públicas, mal tratados e mantidos em condições inadequadas. O Jafar e a Lola foram desses casos, infelizmente", diz o veterinário Fernando Hosomi
Lucas Lima/UOL
Sheeva é fêmea e está no CCZ desde 18 de junho de 2014. Foi removida de via pública após parir 9 filhotes. Todos foram castrados e adotados. "Removemos cães nessa situação para evitar agressão, já que as fêmeas ficam mais agressivas em épocas de cria. Quando elas se encontram abandonadas em locais monitorados, removemos e fazemos a castração", explica Fernando Hosomi. Sheeva é muito dócil e brincalhona
Lucas Lima/UOL
Sheeva tem um "namorado" no CCZ. "Ela e Cacau são muito companheiros, são dois cachorros enamorados do CCZ, então nós tentamos fazer a adoção conjunta deles", diz Fernando Hossomi. Cacau está no Centro desde 11 de agosto de 2014, veio removido de atropelamento no Grajaú. Chegou com indicação de eutanásia, mas acabou não sendo necessário. "Temos interessados nele e na Sheeva, se tudo der certo serão adotados e passarão a eternidade juntos", diz Fernando
Lucas Lima/UOL
Sheeva e Cacau brincam na grama do Centro de Adoções do CCZ-SP. Há interessados em adotar o casal
Lucas Lima/UOL
Veterinário Fernado Hosomi do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo brinca com os cães Sheeva e Cacau
Lucas Lima/UOL
Ariadne é uma cadela muito boazinha, com pelo duro, típico de terriers. Chegou ao Centro de Controle de Zoonoses no dia 20 de novembro de 2013. Foi trazida pela Polícia Militar com suspeita de lesão por arma de fogo. Recebeu tratamento e não apresenta sequelas nem ferimento visível, anda e brinca normalmente
Lucas Lima/UOL
Zulu, mestiço macho, está no CCZ desde 9 de setembro de 2009. Foi encontrado em um terminal urbano na Vila Carrão após morder uma pessoa. Hoje, já ressocializado e dócil, é muito brincalhão, mas não indicado para casa com crianças
Lucas Lima/UOL
Vitória (ou Vicky, para os mais íntimos), é uma mestiça de border collie, muito dócil e muito enérgica. Desde 8 de fevereiro de 2011 no CCZ, está entre as pacientes mais antigas. Ela invadiu um supermercado na Vila Cruzeiro e deu a luz filhotes. "Isso é comum, pois eles encontram alimentos fartos nos mercados. É comum as pessoas alimentarem os animais nesses locais de grande concentração de público", diz o veterinário Fernando
Lucas Lima/UOL
Vicky tem catarata e ceratite em um dos olhos. "As pessoas sempre perguntam se ela enxerga direito, e sim, um dos olhos funciona muito bem. Ela deve ter em torno de 6 ou 7 anos. Quem adotar vai ter uma ótima companhia, ótima parceira", diz Fernando Hosomi
Lucas Lima/UOL
Timão não tem raça definida, é tricolor e adora brincar com bolinhas. Está no CCZ de São Paulo desde 30 de setembro de 2013. Foi atropelado e chegou com suspeita de fratura exposta, sangrando muito. Ele tinha entre 5 e 7 anos. Após avaliação dos veterinários, foi decidido que não havia necessidade de sacrificar o animal. Ele se recuperou e foi encaminhado para adoção. Timão foi avaliado por especialistas como um ótimo animal para ser treinado para faro
Lucas Lima/UOL
Viola, fêmea, está no CCZ desde 29 de agosto de 2011. Tem aproximadamente 9 anos, é muito dócil e brincalhona. Chegou com outra fêmea, já adotada, trazida pela Polícia Militar com histórico de agressão. Um soldado da PM foi mordido. Após passar pelo treinamento de ressocialização, é considerado um dos cães mais dóceis do centro. Se dá muito bem com crianças
Lucas Lima/UOL
Zenaide, fêmea de cor rajada, está no CCZ desde 19 de agosto de 2014. Chegou após dar a luz quatro filhotes. "As crias também são tratadas, castradas e encaminhadas para adoção. Quando há filhotes disponíveis, os moradores costumam chegar até por volta da meia-noite para pegarem senhas e se candidatarem para adoção. Mas nós tentamos estimular a adoção dos adultos, que é sempre mais tranquila, por serem animais de perfil comportamental já definido". Zenaide tem em torno de 10 anos
Lucas Lima/UOL
Chorão chegou ao Centro de Zoonose no dia 8 de maio de 2012. Estava com ferimento no membro posterior direito e foi abandonado dentro do próprio CCZ. Como o Centro não recebe animais sem requisições programadas, a pessoa que deixou o cão respondeu pelo ato infracional de abandono de animais
Lucas Lima/UOL
A gatinha ainda sem nome é uma filhote fêmea, dócil, gosta de colo e tem em torno de 3 a 4 meses. Chegou com a mãe e outros três filhotes. Veio por um dos procedimento regulares do CCZ, a "Remoção Programada". Quase todos os gatos do CCZ foram capturados por esse procedimento. "Nós fazemos as remoções programadas em instituições públicas onde encontramos animais ferais (animais selvagens descendentes de animais domésticos que se instalaram na natureza). É tudo feito via contato entre instituições. Agendamos a programação de acordo com nossa demanda. Por isso chamamos de programada, não é um trabalho repentino", diz a veterinária Leda Schoendorfer, responsável pelo setor de gatos do CCZ
Lucas Lima/UOL
Este macho também ainda sem nome tem entre 2 e 3 anos. Bastante dócil, também chegou ao Centro por uma remoção programada. "O objetivo dessas remoção é diminuir a população no local da captura. Fazemos a captura com armadilhas e os animais são trazidos para cá para serem tratados, esterilizados, devolvidos para o local ou encaminhados para adoção. Alguns animais que conseguimos socializar tem a chance de entrar no sistema de adoção", diz Leda Schoendorfer
Lucas Lima/UOL
Shark, fêmea, chegou por remoção programada e, segundo o CCZ, ela tem perfil para adoção. Tem idade estimada de 4 anos, deu entrada em outubro de 2015 e estava plenamente saudável. Os veterinários observaram que ela é um pouco arisca com outros gatos, então recomendam que ela seja a única gata da casa
Lucas Lima/UOL
Grandão é outro macho dócil que foi capturado numa ação de remoção programada. "Costumamos dizer que os animais que não vieram da remoção programada vieram na barriga da mãe e nasceram aqui", diz a veterinária Leda Schoendorfer
Lucas Lima/UOL
Outra fêmea ainda sem nome, tem mais ou menos 2 anos de idade. Chegou prenha e teve cria no CCZ. Os filhotes foram adotados. "A mãe sempre acaba ficando por último na fila da adoção. É possível adotar mãe e filhotes ao mesmo tempo. E é ótimo, eles ficam juntos a brincam o tempo todo", diz a veterinária Joyce Fujii. "Ela tem uma cor diferente que chamamos de escama de tartaruga. Só fêmeas têm essa cor. As tricolores sempre são fêmeas", diz. A gatinha sem nome gosta muito de colo
Lucas Lima/UOL
Chagas tem mais ou menos 6 anos. É um pouco assustado, então as veterinárias recomendam que quem adotá-lo já tenha outros gatos. "Animais assustados podem morder. Mas ele é bonzinho, gosta de carinho, de brincar. Chegou em boas condições", diz a médica veterinária Joyce Fujii
Lucas Lima/UOL
Charles foi atropelado e chegou com indicação de eutanásia. Na avaliação detalhada, os veterinários do CCZ decidiram tratá-lo, e o bichano sobreviveu. A contusão mais séria foi uma fratura de quadril. Como sequela, Charles terá que tomar um remédio por toda vida para poder defecar melhor. Também tem Aids felina e não pode ter contato com outros gatos. Tem aproximadamente 8 anos chegou ao CCZ em agosto de 2015
Lucas Lima/UOL
Bibi tem aproximadamente 1 ano. Já foi adotada, mas acabou devolvida por não se dar bem com outros gatos da casa. É indicada para apartamentos. "Gatos brancos não podem ficar muito tempo expostos ao sol para prevenir câncer de pele. Em geral, os animais de pelagem branca a gente libera apenas para apartamentos por conta desses riscos", diz Leda Schoendorfer
Lucas Lima/UOL
Simoni provavelmente teve câncer de pele. A gatinha branca que chegou prenha a CCZ teve as duas orelhas amputadas cirurgicamente. "Alguém que cuidava dela anteriormente provavelmente levou ao veterinário que fez a amputação das orelhinhas. É possível notar que foi uma intervenção profissional", conta Joyce Fujii. Os filhotes nasceram saudáveis no CCZ e foram adotados
Lucas Lima/UOL
A fêmea sem nome de cor rajada é uma das gatas que chegou prenha ao Centro de Controle de Zoonoses. Os filhotes já foram adotados e ela espera sua vez. Tem em torno de 2 anos, é muito dócil, gosta de colo e de outros animais
Lucas Lima/UOL
Castor é um senhor de 18 anos de idade ou mais. Disponível apenas para adoção especial. "É um gato especial, veio de uma ordem judicial para removê-lo de situação de maus tratos. É um siamês velhinho. É uma excelente companhia, mas tem suas limitações", diz Leda Schoendorfer. "Na mesma ordem judicial vieram dez gatos. Todos foram adotados menos ele. Eles estavam magros. Quando há um excesso de animais, você percebe que não há um cuidado especial com cada um deles", completa Joyce Fujii
Lucas Lima/UOL
Aurora também chegou de uma remoção programada. Já tinha dado à luz filhotes, chegou em boas condições em setembro de 2015. Tem a idade estimada em 3 anos e é muito dócil. Seu único problema de saúde é uma rinite crônica que pouco afeta seu dia-a-dia