Psicólogo dá dicas de um "manual" para a paz na política

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O INIMIGO DO MEU AMIGO NÃO É MEU AMIGO. Fique atento às posições que você está defendendo; muitas vezes pode parecer que concordamos com afirmações extremas porque elas vêm junto de uma pequena opinião com a qual concordamos. Nem todo mundo que é a favor do impeachment quer a intervenção militar, por exemplo. As dicas do manual são do professor de psicologia e mestre em análise do comportamento, Denigés Neto
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A DÚVIDA OU O MEIO TERMO SÃO POSIÇÕES LEGÍTIMAS. Em tempos de tanto extremismo, algumas pessoas que não se sentem representadas por nenhuma posição podem estar sendo pressionadas a escolher um lado ou outro. Ninguém é obrigado a "comprar" o pacote todo. Você tem direito de estar em dúvida ou confuso; forme a sua opinião como e quando puder
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MANTENHA O FOCO NO ASSUNTO. Corrupção, delação, gravação, cassação... são muitos os assuntos que estão sendo discutidos ao mesmo tempo! Preste atenção para manter o foco em um só tema. Cuidado para não mudar o rumo do debate sem concluir o que se estava discutindo
Maurício Camargo/Eleven/Estadão Conteúdo
PRESTE ATENÇÃO NAS AÇÕES DAS PESSOAS. É claro que a opinião do outro importa para nossa vida, mas apenas quando essa opinião se confirma com uma ação! Veja as atitudes das pessoas com quem está discutindo, são elas que dizem quem o seu interlocutor é
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NÃO DISCUTA ATÉ A EXAUSTÃO. Uma coisa muito comum é as discussões se estenderem por demasiado tempo, isso é desgastante e diminui nossa paciência e cordialidade, nos deixando mais agressivos. Tenha outros assuntos na manga, mude o foco temporariamente e se deixe sentir outras coisas com o seu interlocutor
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"DÊ A CESAR O QUE É DE CESAR". Fique atento para não iniciar discussões quando já estiver irritado. Temos a tendência a buscar confusão quando estamos bravos, o que só piora as coisas. Cuide dos motivos de cada raiva separadamente. Se outras coisas o estão incomodando ou irritando, evite entrar em debates
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VALORIZE A OPINIÃO ALHEIA. Em discussões muito acaloradas todos perdem a cordialidade, o que só nos faz ficar mais agressivos. Após ouvir o argumento de uma pessoa, manifeste seu interesse e reconheça que entendeu o que foi dito ou peça mais explicações. Entendo o que você está falando, deixe eu colocar minha opinião também?
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NÃO SE OBRIGUE A CHEGAR A UMA CONCLUSÃO. Polêmicas existem porque as pessoas têm opiniões há muito tempo e é necessário conversas longas para se chegar a alguma mudança, acordo ou consenso. Não tente fazer isto em apenas uma discussão, dê tempo para as suas ideias e as dos outros serem incorporadas
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NÃO DISCUTA APENAS POR ESPORTE. Se estiver afim de um debate acalorado, escolha outro tema que não seja tão importante para as pessoas. Futebol pode ser o melhor assunto para isto
Júlio César Guimarães/UOL Esporte
POLÍTICA NÃO É FUTEBOL. Nossas raízes futebolísticas nos ensinaram a discutir de um certo modo e serviu de exemplo para discutirmos muitas coisas - recentemente, a política. Somos novos nesse assunto, então usamos o exemplo do futebol como parâmetro. Quando sentir que está discutindo "futebol" e não política, então é a hora de esfriar a cabeça
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NÃO FAÇA QUEDA DE BRAÇO, BRINQUE DE GANGORRA. Debater opinião não precisa ser sobre vencer ou perder. A opinião alheia pode ser importante para nos ajudar a enxergar mais longe (mesmo que a vista não seja boa). Alterne o movimento, deixe o outro te ajudar a ver mais longe, faça um movimento suave. Se um cair da gangorra, o outro não vai subir até o alto sozinho. Se o outro sair da gangorra, quem cai no chão é você. As dicas do manual são do professor de psicologia e mestre em análise do comportamento, Denigés Neto