ONG faz calendário trans para expor falta de vagas e preconceito no mercado de trabalho

Divulgação/Cais
Montagem com os rostos dos participantes do projeto K-Lendárias, que tem o objetivo de chamar a atenção para as dificuldades que a população trans enfrenta ao tentar uma vaga no mercado formal de trabalho. Um calendário composto por fotos de 12 personagens (travestis, mulheres trans e homens trans) mostra qual é o sonho profissional de cada uma dessas pessoas. A associação Cais (Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais), em São Paulo, é a organizadora da campanha. As fotos e um documentário com depoimentos dos participantes serão apresentados em janeiro de 2017, assim como os calendários, que serão entregues a empresas e potenciais geradores de emprego Mais
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Gil Santos, 43, aparece na campanha no mês de maio como um assistente social, a profissão que gostaria de exercer, mas não consegue. Sem emprego formal, ele se vira com bicos que aparecem para se sustentar. "Infelizmente, as pessoas trans ainda não têm o que comemorar. Queremos acesso ao mercado de trabalho para travestis, mulheres transexuais e homens trans", ele diz Mais
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Maura Ferreira, 52, é atriz e aparece no mês de setembro pedindo "independência às pessoas trans do Brasil". Para ela, o preconceito e o desconhecimento sobre o que é ser transgênero impedem que pessoas talentosas tenham uma ocupação formal porque são vistas como "diferentes". "A gente não pode virar o rosto para ninguém", a atriz defende Mais
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Trabalhar como um tatuador é um sonho profissional que também está no projeto K-Lendárias. O lema da campanha é "Sou Trans e Quero Dignidade e Respeito", frase que aparece em algumas imagens. A Cais (Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais), associação organizadora da campanha, divulgou sugestões de como o calendário poderia ser impresso e utilizado Mais
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Imagem divulgada pela Cais (Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais) como sugestão para o mês de janeiro no calendário trans. O projeto K-Lendárias quer provocar uma discussão sobre a falta de emprego formal para a população transexual e transgênero. As fotos dos 12 participantes e um documentário com seus depoimentos serão lançados em janeiro de 2017 Mais
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Ao centro, Renata Peron, mulher trans e presidente da ONG Cais (Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais), organizadora do projeto K-Lendárias. "As pessoas trans são segregadas ao extremo, porque são negligenciadas pelos pais, pelo Estado, pela religião. São raríssimas exceções as que estudam, as que batalham, muitas não aguentam porque é muito difícil", ela diz sobre as oportunidades de qualificação profissional e de trabalho Mais
Gabriela Fujita/UOL
Gil Santos, 43, mostra a carteira de trabalho, que não recebe um registro de emprego formal desde 2005. "Já passei por várias situações de a pessoa falar 'volta depois, depois a gente liga', mas nunca entrar em contato. Por eu ser trans, não pela qualificação", ele diz sobre as tentativas de ser empregado. "Eu sou contra cotas, mas, se a gente não tem outra saída, acho que a gente pode começar daí. Pelo menos enquanto a sociedade não aceitar a gente como a gente é" Mais
Gabriela Fujita/UOL
Para a atriz Maura Ferreira, a sociedade tem se mostrado um pouco mais aberta aos trans, embora ela acredite que isso ocorra mais por educação do que por respeito verdadeiro. "Por preconceito, a sociedade acaba jogando no lixo grandes oportunidades que essas pessoas poderiam ter" Mais