Conheça a trajetória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Alan Marques/Folhapress
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu a 27 de outubro de 1945 nesta pequena casa perto de Garanhuns (PE). Era o sétimo dos oito filhos de um casal de lavradores analfabetos do sertão do Estado. Pouco antes de sua mãe dar à luz, seu pai decidiu tentar a vida em Santos (SP), levando consigo uma prima da esposa, com quem formou uma segunda família
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Quando Lula tinha 7 anos, sua mãe decidiu migrar para o litoral de São Paulo com os filhos, para reencontrar o marido. Após 13 dias de viagem em um "pau-de-arara", eles chegaram à cidade de Guarujá, onde tiveram de dividir o espaço com a nova família. Na foto, Lula participa de reunião na região do ABC paulista, em 1981
Felicio Safadi/Folhapress
A convivência difícil com o marido levou a mãe de Lula a se mudar, e em 1954 ela foi morar em um cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro de São Paulo. Lula e seu irmão Frei Chico moraram ainda com o pai por algum tempo, mas em 1956 mudaram para a cidade de São Paulo. Na foto, Lula participa do lançamento do manifesto do PT, no colégio Sion, em São Paulo, em 1980
Jorge Araújo/Folhapress
Para contribuir com a renda familiar, aos 12 anos Lula começou a trabalhar em uma tinturaria. Aos 14, teve sua carteira de trabalho assinada pela primeira vez, pelos Armazéns Gerais Columbia, onde trabalhou durante seis meses. Depois disso, começou a trabalhar em uma siderúrgica e acabou saindo da escola. Em um acidente com um torno mecânico, teve o dedo mínimo da mão esquerda esmagado. Na foto, Lula deixa gabinete do PT no Congresso Nacional, em 1984
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Após um período desempregado e vivendo de "bicos", em 1966 Lula foi admitido nas Indústrias Villares, metalúrgica localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Não demorou muito para que iniciasse sua militância política. Em 1972, foi eleito um dos diretores titulares do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1975, virou presidente do mesmo sindicato. Na foto, metalúrgicos comemoram reeleição de Lula para o comando do sindicato, em 1978
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Lula conversa com Fernando Henrique Cardoso, em maio de 1979. Naquele ano, FHC integrou uma comissão de intelectuais, políticos e sindicalistas que estava organizando um novo partido. Em outubro, porém, FHC chegou à conclusão de que esse partido, o PT, teria pouco apoio no Congresso, e decidiu ficar no PMDB. Lula seguiu em frente
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Reeleito presidente do sindicato em 1978, Lula liderou as greves de metalúrgicos que passaram a ocorrer em larga escala. Durante o movimento grevista, surgiu a ideia de fundar um partido que representasse os trabalhadores. Assim, em fevereiro de 1980, era fundado o Partido dos Trabalhadores (PT), fruto da união de trabalhadores, sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas. Na foto, Lula é carregado por trabalhadores depois de uma greve que durou 15 dias, em 1979
Evanir Rodrigues / Folhapress
Em 1980, Lula foi preso por 31 dias nas instalações do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) paulista, por envolvimento com as greves do ABC. Em 1981, ele foi condenado a 3 anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva, mas recorreu e foi absolvido no ano seguinte. Na foto, Lula chega a Auditoria Militar, em São Paulo, seguido da mulher, Marisa Letícia, após ser condenado em 1981
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Sindicalistas visitam o líder metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva preso no Deops, em São Paulo (SP), em 1981
Helcio Nagamine/Folhapress
Lula foi casado duas vezes. A primeira em 1969, com a operária mineira Maria de Lourdes da Silva, que morreu grávida em 1971 por conta de uma hepatite. O bebê não sobreviveu. Em 1974, Lula teve uma filha, Lurian, com a enfermeira Miriam Cordeiro, sua namorada na época. No mesmo ano, casou-se com Marisa Letícia da Silva, com quem teve três filhos: Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio. Na foto, Lula aparece com Marisa Letícia e dois de seus filhos
Neldo Cantanti/Folhapress
Em 1982, Luiz Inácio da Silva acrescentou Lula ao nome e se candidatou às eleições para o governo de SP -- ficou em quarto lugar. Em 1984, participou ativamente do movimento Diretas Já, ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy, Tancredo Neves e Ulisses Guimarães. Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação do país para a Assembleia Nacional Constituinte que elaboraria a Constituição Federal de 1988. Na foto, Lula concede entrevista ao desembarcar no aeroporto de Viracopos (SP), em janeiro de 1986
Juan Esteves/Folhapress
Em 1989, foi realizada a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou e foi ao segundo turno com Fernando Collor, candidato pelo PRN. A campanha de Collor para o segundo turno foi tida por muitos como moralmente duvidosa, e culminou com um debate entre os dois candidatos na Rede Globo, às vésperas da eleição, com posterior edição cujo resultado teria influenciado o eleitorado a favor de Collor (fato admitido mais tarde por alguns participantes do evento, mostrado no documentário "Muito Além do Cidadão Kane"). Na foto, Lula e sua mulher, Marisa, comemoram resultado que o levou ao segundo turno das eleições presidenciais de 1989
Sérgio Tomisaki/Folhapress
Lula participa de debate presidencial na TV Bandeirantes com sete candidatos às eleições de 1989, em São Paulo. Na foto, Paulo Maluf (então do PDS) e Roberto Freire (então do PCB)
Juan Esteves/Folhapress
Os cantores e compositores Chico Buarque, Caetano Veloso e Wagner Tiso participam de comício do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro, em 1989
Niels Andreas/Folhapress
Mário Covas, Lula e Leonel Brizola participam de comício na Candelária, no Rio de Janeiro, em 1989. Derrotados no primeiro turno, Covas (PSDB) e Brizola (PDT) apoiaram Lula no segundo turno
Guilherme Maranhão/Folha Imagem
Derrotado em 1989, Lula tentou se eleger presidente em 1994 e 1998, e em ambos os pleitos perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já no primeiro turno. Na foto, Lula concede entrevista coletiva em São Paulo, em 1998
Bel Pedrosa/Folhapress
O ator Paulo Betti e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazem comício em Sorocaba (SP), em setembro de 1994. Derrotado em 1989, Lula tentou se eleger presidente em 1994 e 1998, e em ambos os pleitos perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já no primeiro turno
Marcelo Soubhia/Folhapress
Lula aparece na sacada da casa do filho Marcos, em São Bernardo do Campo (SP), em 3 de outubro de 1994, dia da votação do primeiro turno, quando perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A seu lado, Aloizio Mercadante
Paulo Giandalia/Folha de S. Paulo
Lula come pão de queijo durante evento de campanha em Uberaba (MG) para as presidenciais de 1998. Derrotado em 1989, Lula tentou se eleger presidente em 1994 e 1998, e em ambos os pleitos perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já no primeiro turno
Cleo Velleda/Folhapress
Lula faz comício ao lado de Leonel Brizola em Petrolina (PE), em maio de 1998. Derrotado em 1989, Lula tentou se eleger presidente em 1994 e 1998, e em ambos os pleitos perdeu para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já no primeiro turno
Moacyr Lopes Júnior/Folhapress
Em 2002, Lula adotou um discurso mais moderado e escolheu como vice o senador mineiro e empresário do ramo têxtil José Alencar (PL). Foi eleito a 27 de outubro, derrotando o adversário José Serra (PSDB) no segundo turno. Na foto, Lula toma posse em Brasília, em 2003
Dario Lopez-Mills/AP
A 1º de janeiro de 2003, Lula recebe a faixa presidencial de Fernando Henrique Cardoso diante de 150 mil pessoas, em Brasília
Alan Marques/Folhapress
Na primeira viagem internacional como presidente, Lula acompanha a posse de Lucio Gutiérrez como presidente do Equador, ao lado do venezuelano Hugo Chávez (segundo, da esq. para dir.) e do líder cubano Fidel Castro (terceiro, da esq. para dir.). Esta seria a primeira de 248 viagens internacionais de Lula entre 2003 e 2010, tempo em que esteve no poder. Foi o governante que passou mais tempo em deslocamentos fora do país: foram 470 dias, ou 16% do total do mandato
Alan Marques/Folhapress
Em 20 de outubro de 2003, Lula unifica os programas Fome Zero, Vale Gás e outros para lançar o Bolsa Família, que se tornou a vitrine de seu governo. Segundo as regras do programa, famílias em situação de pobreza e extrema pobreza recebem uma ajuda financeira (que varia de acordo com a renda e o tamanho da família) em troca de algumas condições, como, por exemplo, manter os filhos na escola
Jamil Bittar/Reuters
Em 11 de novembro de 2003, surge o programa "Luz para Todos", aperfeiçoamento do "Luz no Campo", do governo FHC. A meta do programa é levar energia elétrica a milhões de pessoas que vivem na zona rural
Lula Marques/Folhapress
A 21 de janeiro de 2004, o PMDB adere formalmente ao governo Lula, que fica com 12 partidos na base de apoio: PT, PMDB, PRB, PC do B, PSB, PP, PR, PTB, PV, PDT, PSC e PAN. Na foto, o senador José Sarney discursa durante reunião do PMDB para decidir se o partido ficaria na base aliada
Alan Marques/Folha Imagem
Em junho de 2005, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, denuncia ao jornal "Folha de S. Paulo" que governistas pagavam mesada a deputados, em um episódio que ficou conhecido como "mensalão". No Conselho de Ética da Câmara, Jefferson inocenta Lula e acusa o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de coordenar o mensalão. Dirceu deixa o cargo dias depois. Dilma Rousseff assume o Ministério da Casa Civil e se torna gerente do governo Lula
Lula Marques/Folhapress
A 1º de dezembro de 2005, José Dirceu, que havia retornado ao cargo de deputado federal depois de deixar a pasta da Casa Civil, é cassado pela Câmara, acusado de corrupção. Três meses antes, Jefferson também havia sido cassado, por denunciar sem ter provas, segundo a Câmara dos Deputados. Dos 19 acusados de corrupção pelo esquema do mensalão, somente os dois foram tirados do cargo
Sérgio Lima/Folha Imagem
Em janeiro de 2006, o caseiro Francenildo Costa diz ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, frequentava uma mansão utilizada para reuniões de lobistas acusados de interferir em negócios de seu interesse no governo. Após estas e outras acusações, Palocci deixa o Ministério da Fazenda, que foi ocupado por Guido Mantega (na foto, o primeiro sentado à esquerda). A popularidade de Lula foi pouco afetada pelas denúncias que tiraram José Dirceu e Antonio Palocci de seus cargos
Caio Guatelli/Folhapress
Líder nas pesquisas de intenção de voto desde fevereiro, Lula é reeleito presidente da República em 29 de outubro de 2006, em segundo turno, com 60,8% dos votos, contra 39,1% angariados por seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB)
Alan Marques/Folha Imagem
Em janeiro de 2007, Lula lança o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Coordenadora da iniciativa, Dilma Rousseff ganha status de presidenciável
Antonio Scorza/AFP
A 26 de junho de 2007, o presidente da Bolívia, Evo Morales, em decisão unilateral, nacionaliza o petróleo e gás bolivianos, interferindo em refinarias da Petrobras no país andino. Na foto, Lula e Evo em encontro para discutir a medida
Jorge Araújo/Folha Imagem
Em 30 de outubro de 2007, a Fifa oficializa o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, em cerimônia em Zurique, na Suíça. Lula prevê uma onda de investimentos no país
Rafael Andrade/Folha Imagem
Em 2 de setembro de 2008, Lula participa da inauguração do primeiro poço do pré-sal, no Espírito Santo. Em novembro de 2007, a Petrobras havia anunciado a descoberta de um megacampo de petróleo na camada do pré-sal, o que estimulou ainda mais os investimentos no país
Alan Marques/Folha Imagem
A 25 de março de 2009, Lula lançou o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", articulado pelo chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, e pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff
Kevin Coombs/Reuters
Em abril de 2009, o presidente americano, Barack Obama, diz que "Lula é o cara" em reunião do G20, em Londres, na Inglaterra. Meses antes, o presidente brasileiro havia declarado em discursos que a crise financeira internacional de 2008 havia sido "provocada por gente branca de olhos azuis" e que a recessão que "é um tsunami lá (nos EUA), aqui vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar"
Pawel Kopczynski/Reuters
Em outubro de 2009, Lula comemora decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de conceder os Jogos Olímpicos de 2016 ao Rio de Janeiro, em cerimônia em Copenhague, na Dinamarca
Roberto Jayme/Reuters
Em 18 de fevereiro de 2010, Congresso do PT lança Dilma, há apenas dez anos no partido (a então ministra veio do PDT), como candidata à sucessão presidencial. Ela havia passado por um tratamento contra um câncer no sistema linfático detectado em abril do ano anterior. Dilma venceu a doença em setembro de 2009 e, em 2010, formou uma chapa tendo Michel Temer (PMDB) como vice
Dorivan Marinho/Fotoarena/Folhapress
A popularidade de Lula garante a eleição de sua até então desconhecida sucessora. Dilma Roussef venceu a disputa com o tucano José Serra no segundo turno, com 56% dos votos. Na foto, ela recebe a faixa presidencial de Lula no Palácio do Planalto, em Brasília
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Após deixar a Presidência, Lula fez palestras pelo mundo, recebeu prêmios e participou do governo Dilma, nos bastidores, como conselheiro e padrinho. Em outubro de 2011, exames de rotina detectaram um tumor maligno em sua laringe. O ex-presidente submeteu-se então a diversas sessões de quimioterapia e radioterapia. Na foto, Lula chega ao hospital Sírio-Libanês e conversa com os médicos Raul Cutait, Paulo Hoff e Roberto Kalil Filho, em 31 de outubro, antes de iniciar o tratamento
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ao lado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a presidente Dilma Rousseff visita Lula no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em 31 de outubro
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Em novembro de 2011, a mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia, fez a barba dele. O ex-presidente preferiu se antecipar aos efeitos da quimioterapia e tirou a barba e o cabelo
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe, de seu médico Roberto Kalil Filho, a notícia de que seu tumor na laringe regrediu 75%, em dezembro de 2011
Alan Marques/Folhapress
Em 24 de janeiro de 2012, Lula participou de seu primeiro evento político desde o diagnóstico da doença. O ex-presidente apareceu ao lado da presidente Dilma Rousseff na despedida de Fernando Haddad e na posse de Aloizio Mercadante como ministro da Educação, em Brasília. Haddad havia deixado a pasta para se dedicar à sua candidatura à Prefeitura de São Paulo