Fotógrafo feminista retrata cotidiano de mulheres africanas

BBC/Nana Kofi Acquah
O fotógrafo, blogueiro e poeta Nana Kofi Acquah aproveita as viagens que faz pela África para registrar o cotidiano das mulheres, suas conquistas e suas vulnerabilidades. "Feminismo é a capacidade de se criar um mundo no qual as mulheres têm os mesmos direitos que os homens. Acredito que minha filha tenha os meus direitos dos meus filhos", diz ele
BBC/Nana Kofi Acquah
Acquah, que se declara um feminista, diz que sua missão é mudar a narrativa que existe em torno das mulheres africanas, que geralmente são mostradas como vítimas das circunstâncias. "O amor que sentia por minha mãe e por minha avó e as lições que elas me ensinaram me transformaram em um feminista, um defensor ferrenho e permanente das questões relativas à desigualdade de gênero"
BBC/Nana Kofi Acquah
Segundo o fotógrafo Nana Kofi Acquah, o que mais se vê na maior parte da África que visitou são mulheres sendo tratadas pelos homens como pessoas de segunda classe; elas não têm voz própria e vivem em sociedades nas quais não contam com sistemas de proteção
BBC/Nana Kofi Acquah
"Nunca fotografei minha avó. Mas quando conheci Ama Ata Aidoo -- uma das minhas escritoras favoritas --, sua sabedoria, seu senso de humor afiado e sua interessante visão da vida, lembrei imediatamente de minha avó"
BBC/Nana Kofi Acquah
"Em Gagnoa, na Costa do Marfim, eu fotografei Agathe Vanie, uma mulher que, lutando, conseguiu se tornar líder de uma comunidade de plantadores de cacau. Determinada, porém afável, ela também administra um restaurante e uma empresa que vende cartões para telefones celulares"
BBC/Nana Kofi Acquah
Quando Nana Kofi Acquah se encontrou com a ativista liberiana Leymah Gbowee, ela ainda não tinha ganhado o prêmio Nobel da Paz por sua luta pelo fim da guerra civil da Libéria, que terminou em 2003. "Já dava para perceber que ela tinha a mente no lugar certo, ela sabia exatamente o que queria. Era uma mulher muito determinada", disse ele
BBC/Nana Kofi Acquah
Esta escola num vilarejo remoto na Costa do Marfim foi doada por um filantropo. A comunidade local nunca teve uma escola. As crianças tinham aulas pela manhã, os adolescentes, à tarde e os adultos, à noite. "As mães amamentavam seus filhos na escola. Nada as tirava da escola", diz o fotógrafo
BBC/Nana Kofi Acquah
Old Fadama, também conhecida como Sodoma e Gomorra, é uma favela em Acra, a capital de Gana. Estas jovens imigrantes trabalhadoras juntaram suas economias e construíram uma casa com placas de compensado e alumínio, que acabou sendo demolida pelo governo. "Tenho certeza que elas já a reergueram. Elas nunca desistem", disse o fotógrafo
BBC/Nana Kofi Acquah
"Se uma mulher quiser que seus filhos frequentem a escola, se ela almejar qualquer melhora, ela terá que trabalhar o dobro do que seu irmão. O que as mulheres africanas têm em comum é esse espírito forte. Eu percebo isso em todo lugar que vou, até mesmo em culturas opressoras na qual elas não têm vez. Elas são lutadoras valentes", diz Acquah
BBC/Nana Kofi Acquah
"Certa vez um primo me disse que jamais se casaria com uma mulher que tivesse mais instrução que ele. Essa insegurança que ele manifestou na adolescência é a mesma que percebo em vários homens adultos, até mesmo homens instruídos. Quando vejo um homem se sentir inseguro diante de uma mulher poderosa e bem sucedida, fico me perguntando a razão"
BBC/Nana Kofi Acquah
A advogada queniana Ory Okolloh é uma blogueira e uma ativista proeminente. "Normalmente, existe uma percepção de que uma mulher africana bem sucedida é durona e pouco amigável. Na verdade, Okolloh é exatamente o oposto. Ela é uma pessoa com quem você sente prazer de estar"
BBC/Nana Kofi Acquah
"Venho de uma sociedade matriarcal. De onde venho, as mulheres são muito fortes. São elas que tomam as principais decisões. Costumamos dizer que, ao nascer, a criança herda a alma do pai, mas ela pertence à mãe", diz Nana Kofi Acquah
BBC/Nana Kofi Acquah
"Não podemos comparar uma mulher a uma mula, mas é assim que as mulheres são tratadas pelos homens em boa parte da África. Muitos homens temem que, ao dar asas às mulheres, elas subirão a estágios tão elevados que eles jamais poderão atingir"
BBC/Nana Kofi Acquah
"A imagem da mulher africana que mais prevalece é a de um burro de carga. Ela aparece carregando um pote na cabeça ou um monte de lenha, ela está sempre carregada. Vejo alguns artistas tentando embelezar e glorificar essa imagem e isso me deprime", afirma o fotógrafo
BBC/Nana Kofi Acquah
Alimata Ouedraogo é a presidente de um grupo de tecelãs em Ponsomtenga, em Burkina Faso. Alguns dos tecidos que elas fazem foram parar nos maiores desfiles de moda do mundo. "Quando cheguei lá, elas estavam tecendo para um estilista do Japão. Alimata também estava muito orgulhosa porque estava aprendendo a ler e a escrever"