Depois de fugir de bombas, da falta de alimentos, da morte e do medo, os brasileiros que conseguiram sair da Faixa de Gaza agora são ameaçados no Brasil.
Forças de Defesa de Israel
Um deles é Hasan Rabee e sua família, que optaram nesta semana por fazer um pedido oficial de proteção ao estado brasileiro.
Arquivo pessoal / Hasan Rabee
"Saímos da guerra para nos sentir seguros em nosso país, e agora aqui não conseguimos ter segurança", disse Hasan.
Forças de Defesa de Israel
Ao UOL, antes de sair do Oriente Médio, ele havia dito que só tinha um plano ao sair de Gaza:
"Quero trazer minha família ao Brasil. Não há outro plano", afirmou.
Reprodução/Instagram/@hasan.rabee
Hasan Rabee ficou conhecido por seus vídeos que descreveram o cotidiano das famílias brasileiras em Gaza.
@hasan.rabee/13.nov.2023-Instagram
Nas redes sociais, ele vem sendo alvo de ameaças, além de campanhas de ódio e difamação. O UOL teve acesso a algumas dessas mensagens, revelando os ataques.
Arquivo pessoal / Hasan Rabee
A operação de pedido de proteção está sendo realizada por Talitha Camargo da Fonseca, especialista em direito público e que atua na promoção e proteção de direitos humanos.
O sistema de proteção existente no Brasil para este caso é o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Segundo Talitha, "como Hasan era um dos únicos com internet estável, ele acabou se tornando símbolo da divulgação da violência perpetrada em Gaza e é ativista por direitos humanos".
Wanderley Preite Sobrinho - 15.nov.2023/UOL
O governo afirmou ao UOL que estava ciente dos ataques sofridos por Hasan.
Nos dias da retirada do grupo de Gaza e viagem ao Brasil, circularam nas redes sociais postagens antigas de Hasan nas quais ele teria sugerido queimar ônibus em Israel, em 2015.
REUTERS/17.nov.2023-Alexander Ermochenko
Dias depois, no Jornal Nacional, ele afirmou que não se lembrava das postagens e que poderia ter postado "com raiva".
Forças de Defesa de Israel
"Não sou a favor de violência nenhuma, sou a favor da conversa, sempre", disse. "Pode ser que eu tenha postado com raiva. Mas, em 2015, não me lembro de nada", completou.
Arquivo pessoal / Hasan Rabee