Caça às bruxas

Perseguição a mulheres acusadas de bruxaria persiste no século 21

Prática presente

A perseguição de mulheres acusadas de bruxaria, uma prática iniciada no século 15 e usada especialmente nos tempos da Inquisição, não é coisa do passado: em diversos países da África, essa ainda é uma triste realidade para muitas delas.
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Mudanças na cultura

Em julho de 2020, Akua Denteh, de 90 anos, foi espancada até a morte, em Gana, acusada de ser bruxa e de usar feitiçaria para impedir que a chuva caísse na região. Ativistas de direitos humanos lutam por mudanças na cultura do país, onde as crenças sobrenaturais têm papel importante.
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Um problema do presente

Ao longo desses três séculos (15 ao 18), presume-se que cerca de 60 mil pessoas foram mortas devido aos chamados crimes de feitiçaria. Já entre 1960 e 2000, cerca de 40 mil pessoas acusadas de prática de bruxaria foram assassinadas somente na Tanzânia. Geralmente são mulheres idosas mais vulneráveis e com pouca instrução.
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Vítimas

Na Tanzânia, as vítimas dessa caça às bruxas geralmente são pessoas com albinismo: alguns acreditam que partes do corpo de albinos podem ser usadas para extrair poções contra todos os tipos de doenças.
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Crenças locais

No Congo, muitas igrejas carismáticas atribuem doenças como a Aids ou a infertilidade feminina à bruxaria. Em Gana, há comunidades que culpam a bruxaria pelo nascimento de crianças com necessidades especiais.
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Rejeição

Em Gana, acusações de bruxaria são comuns como forma de as famílias se livrarem de mulheres que não têm mais utilidade para elas ou que se tornaram independentes demais. Elas perdem suas casas e suas identidades.
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Ajuda da Igreja

Embora a Igreja Católica tenha incentivado a caça às bruxas na Europa entre os séculos 15 e 18, a instituição tenta agora lançar luz sobre essa prática. A sociedade missionária católica Missio, sob a jurisdição do papa, declarou 10 de agosto como o Dia Mundial contra a Caça às Bruxas.
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A situação não mudou muito ao longo dos séculos. Não existe tal coisa como feitiçaria. Mas existem acusações e estigmatização destinadas a demonizar as pessoas e desacreditá-las, a fim de obter vantagens egoístas para terceiros.

Jörg Nowak,
porta-voz da organização Missio
Publicado em 14 de agosto de 2020.
Edição: Mariana Tramontina