Eleição no Chile

Chilenos vão às urnas para uma histórica nova Constituição

Por Carolina Marins

O Chile escolhe neste fim de semana as 155 pessoas que vão redigir uma nova Constituição. Plebiscito no ano passado decidiu acabar com a Carta Magna feita na época da ditadura de Augusto Pinochet. A eleição é uma das mais importantes da história do país.
Pablo Sanhueza/Reuters
São mais de 14 milhões de eleitores, entre 19 milhões de habitantes, convocados neste sábado e domingo para votar em meio a um clima marcado pelas restrições da pandemia, que interrompeu, adiou e dificultou a campanha dos 1.373 candidatos concorrentes para esta que é considerada a eleição mais relevante em 31 anos de democracia no Chile.
Rodrigo Garrido/Reuters

Esta eleição definirá quem redigirá uma Constituição que provavelmente se projetará por 40 ou 50 anos.

Claudio Fuentes,
acadêmico da Escola de Ciências Políticas da Universidade Diego Portales em entrevista à AFP
Pablo Sanhueza/Reuters
Cada eleitor votará em quatro cargos: um constituinte, um prefeito, um vereador e pela primeira vez chilenos elegerão um governador regional, outro sinal de que se busca uma sociedade mais participativa.
Pablo Sanhueza/Reuters
Pela primeira vez em 200 anos de independência, os chilenos terão uma Constituição que nascerá do voto popular. A atual é de 1980, herança do ex-ditador Pinochet, é considerada a gênese da desigualdade social, o maior flagelo da sociedade chilena.
Reprodução/YouTube

Os chilenos veem a nova Constituição como uma mudança concreta e de curto prazo para combater o pior da sociedade chilena: a desigualdade. O Chile não tem problemas de crescimento econômico nem de qualidade democrática, mas de desigualdade.

Carlos Meléndez,
cientista político da Universidade Diego Portales em entrevista à RFI
Paulo Slachevsky/UOL
A Assembleia Constituinte foi a opção escolhida por quase 80% do eleitorado no plebiscito de 25 de outubro, com a maior participação eleitoral dos últimos anos (51%). A eleição dos constituintes deveria ter acontecido em 11 de abril, mas um novo aumento dos contágios por coronavírus provocou o adiamento para 15 e 16 de maio.
Rodrigo Garrido/Reuters
O plebiscito ocorreu um ano depois dos grande protestos no país. Em 18 de outubro de 2019, Santiago foi cenário de confrontos violentos entre as forças de segurança e manifestantes que protestavam contra o aumento do preço da passagem de metrô. Mais protestos aconteceram depois e o plebiscito chegou a ser adiado.
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Em novembro, o país terá uma nova eleição, desta vez para escolher o sucessor de Sebastián Piñera, cuja popularidade atualmente está em 9%. A maneira como o governo Piñera lidou com a pandemia foi motivo de protestos. Ainda assim o país é um dos que mais vacinam no mundo, com quase 46% da população imunizada com uma dose e 38% com duas.
Javier Torres/AFP
Publicado em 15 de Maio de 2021.
Fontes: AFP e RFI