Saúde em risco

O que é uma sindemia global?

O que significa

O termo sindemia combina duas palavras: sinergia e pandemia. O conceito é usado para explicar uma situação em que um vírus não atua sozinho, mas compactuando com outras doenças e, consequentemente, causando danos maiores à saúde.
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Doenças crônicas

Uma epidemia sindêmica refere-se à ideia de que o vírus não age isoladamente, como o coronavírus, que tem entre seus "cúmplices" obesidade, diabetes, doenças cardíacas e condições sociais, que acabam agravando a situação do infectado.
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Quem inventou

A palavra sindemia foi cunhada nos anos 1990 pelo médico e antropólogo americano Merrill Singer, bem conhecido por suas pesquisas sobre abuso de substâncias, HIV/Aids e disparidades sociais na saúde da população.
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Desigualdade social

De acordo com Singer, a desigualdade social tem papel-chave na sindemia, porque se concentra nos fatores sociais e ambientais que promovem e potencializam os efeitos negativos da interação de uma determinada doença.
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Três pandemias

Em 2019, o relatório "A Sindemia Global da Obesidade, da Desnutrição e das Mudanças Climáticas", lançado pelo periódico científico "The Lancet", denominou de sindemia global a combinação entre as pandemias da fome, da obesidade e da mudança climática, as três decorrentes, principalmente, do sistema agroalimentar global.
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Má alimentação

A publicação coloca a má alimentação, especialmente de produtos ultraprocessados, e seus efeitos entre os principais problemas de saúde pública mundiais e associa os métodos utilizados pelas grandes culturas de alimentos com a piora das mudanças no clima.
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Atenção às outras doenças

Na sindemia, a ideia é que se dê atenção às doenças não transmissíveis (DNT), combatendo não apenas um vírus, mas também a hipertensão, a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, que são problemas de saúde negligenciados em países mais pobres.
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O número total de pessoas que vivem com doenças crônicas está crescendo. Abordar a covid-19 significa abordar a hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, e câncer.

Richard Horton,
editor-chefe do periódico científico "The Lancet"
Publicado em 15 de outubro de 2020.
Edição: Mariana Tramontina