Há exatos 60 anos, o alagoano e então senador Arnon de Mello puxou uma arma enquanto discursava no plenário do Senado.
Reprodução/História de Alagoas
Ele disparou três vezes e acertou o colega José Kairala, do Acre, que morreu.
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O pai do ex-presidente Fernando Collor de Melo nunca foi cassado ou condenado porque a justiça considerou "crime acidental".
Jornalista, empresário e advogado, Arnon não queria, naquele 4 de dezembro de 1963, matar Kairala, mas, sim, outro colega conterrâneo: o senador Silvestre Péricles.
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A rixa entre eles era antiga e vinha antes do Senado, quando disputavam, desde a década de 1950, quem era o político mais influente de Alagoas.
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Kairala, que estava sentado ao lado de Péricles, acabou sendo baleado com os tiros de Arnon e morreu no mesmo dia.
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Arnon de Melo foi preso em flagrante junto com Péricles e ficou detido por sete meses.
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Arnon alegou que havia disparado em legítima defesa, já que Péricles teria antes ameaçado atirar.
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Testemunhas, porém, afirmaram que Péricles não tinha arma em mãos e que não havia feito nenhuma ameaça. Foram três tiros disparados.
A sentença foi dada em 16 de abril de 1964 pelo juiz presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Djalmani Calafange Castelo Branco.
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Ele foi inocentado em definitivo pelo Supremo Tribunal Federal em julho de 1964, quando foi libertado.
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Arnon foi então solto, e o Senado não cassou o seu mandato. O entendimento da casa foi o mesmo: de que ele teria agido em legítima defesa.
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Apesar do crime, ele ainda foi senador novamente reeleito em 1971 e 1979.
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Arnon morreu em 29 de setembro de 1983, sem nunca ter sido condenado pela morte do colega.
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A morte de Kairala foi um evento marcante na história do Brasil e marcou o início de uma era de violência política no país, que culminou no golpe militar de 1964.
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