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A nova escalada de conflitos na Palestina

Por Carolina Marins

Mortos em conflitos

Até a noite desta quinta-feira (13), 91 pessoas haviam morrido nos conflitos entre forças israelenses e o grupo extremista islâmico Hamas na Palestina. As tensões começaram a aumentar no último fim semana e têm se estendido durante todos os dias posteriores. Dos mortos, 83 são palestinos --incluindo 17 crianças--, enquanto sete são israelenses.
Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Motivação antiga

O conflito entre israelenses e palestinos já é antigo e tem como uma das motivações a ocupação das terras de Jerusalém Oriental. Israel reivindica toda a Jerusalém como sua capital, algo não reconhecido pela maioria dos países. Já os palestinos veem na cidade a sua futura capital em um Estado independente.
Divulgação/Visit Israel

Terra sagrada para muitos

A cidade velha de Jerusalém é considerada a mais sagrada para o judaísmo e o cristianismo. Também é a terceira mais sagrada para o Islã. Nela se localizam a Cúpula da Rocha e a mesquita de Al Aqsa, dos muçulmanos; o Monte do Templo e o Muro das Lamentações, da religião judaica; e o Santo Sepulcro, da cristã.
Abir Sultan/Efe

Ocupação israelense

Inicialmente, a Cisjordânia, que inclui Jerusalém Oriental, estava sob o comando da Jordânia, segundo acordo com a ONU. O país devia construir unidades habitacionais para as famílias palestinas antes refugiadas no local. Como isso não aconteceu, em 1967 a Jordânia perdeu seu mandato e Jerusalém Oriental foi ocupada por Israel. Desde então, colonos judeus se expandem nas terras.
AFP

Expulsão de palestinos

A escalada de conflitos nesta semana se dá em razão da expulsão de famílias palestinas de suas casas no bairro de Sheikh Jarrah. Processos judiciais que se arrastam desde 1972 na Corte israelense pedem a expulsão dessas famílias de suas casas para que colonos judeus as ocupem. Decisões recentes já pediram a saída dessas famílias, levando ao aumento das tensões desde abril.
Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Vamos cumprir nossa promessa de lançar um ataque massivo de foguetes contra Tel Aviv e seus subúrbios, em resposta ao ataque inimigo contra torres residenciais.

Comunicado do Hamas enviado à agência Reuters
Suhaib Salem/Reuters

Eu disse que cobraríamos um preço muito alto do Hamas. Fizemos e continuaremos a fazê-lo com grande intensidade. A última palavra não foi dita, e esta operação continuará pelo tempo que for necessário.

Benjamin Netanyahu, premiê de Israel
Ammar Awad/File Photo/Reuters

Preocupação internacional

Esta é a escalada mais intensa de bombardeios na Faixa de Gaza desde 2014, quando houve sete semanas de guerra. Milhares de foguetes já foram disparados pelo Hamas, a maioria interceptada pelo sistema antimísseis de Israel. Já este disparou centenas de mísseis em direção a Gaza, um deles atingindo uma torre residencial que horas antes havia sido esvaziada. A comunidade internacional vê com preocupação a situação e pede um cessar-fogo.
Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá para discutir a situação em Israel e Gaza no domingo. Os níveis mais altos da diplomacia dos EUA se esforçam para diminuir as tensões.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU
Mohammed Salem/Reuters

Estamos evoluindo para uma guerra em grande escala. Os líderes de todos os lados têm de assumir a responsabilidade pela redução dos conflitos. O custo da guerra em Gaza é devastador e está sendo pago por pessoas comuns.

Tor Wennesland, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio
Avishag Shar-Yashuv/Reuters
Publicado em 14 de Maio de 2021.