Ao vivo: assista ao 2º dia de julgamento da denúncia de Bolsonaro no STF

Em frente ao Senado, o ex-presidente disse que as acusações contra ele são "infundadas". "Ele [Moraes] bota o que ele quer lá, por isso que os inquéritos dele são secretos", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente usou as redes sociais para dizer que os ministros do STF "estão com pressa" para julgá-lo. Bolsonaro citou uma reportagem da Folha de S. Paulo que diz que o processo avança com uma velocidade 14 vezes maior que o mensalão. Segundo Moraes, o caso seguiu "a mesma celeridade que dá aos demais processos de sua relatoria".

A Primeira Turma do Supremo votou pelo recebimento da denúncia da PGR. O ex-presidente e outros sete denunciados se tornaram réus por tentativa de golpe. O núcleo julgado hoje inclui, além de Bolsonaro, os ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Mauro Cid.

O ministro afirmou que o Código de Processo Penal e o Código de Processo Civil permitem o uso de "fatos notórios e públicos". "É uma falta de seriedade, às vezes, essa milícia digital que já começou ontem no julgamento e hoje de novo", disse Moraes. A declaração é uma referência as críticas feitas pelas defesas em que o vídeo exibido pelo ministro com imagens do 8/1 não constava nos autos. "Sei que pessoas sérias e profissionais sérios vão ignorar isso, porque já leram o Código."

Segundo a ministra, "seria prematuro não receber" a denúncia da PGR. Cármen afirmou que há materialidade nas informações apresentadas pela Procuradoria-Geral. O STF já formou maioria para tornar Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.

A ministra do STF apontou durante a leitura de seu voto a "gravidade" da invasão nos prédios dos Três Poderes. "Nós somos passageiros, estamos cumprindo funções, mas o Supremo é do Brasil. O plenário do Supremo é do Brasil", disse.

"A julgar pelo que lemos na imprensa, estamos diante de um julgamento com data, alvo e resultado definidos de antemão. Algo que seria um teatro processual disfarçado de Justiça – não um processo penal, mas um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política e eleitoral do país", escreveu o ex-presidente no X (ex-Twitter).

"O que fiz questão de salientar e agora explicito mais é que é um absurdo as pessoas quererem comparar aquela conduta de uma ré que estava há muito tempo dentro dos quartéis, pedindo intervenção militar, que invadiu junto com toda a turba e, além disso, praticou esse dano qualificado com uma pichação de um muro", disse Moraes.