STF hoje: veja como foram depoimentos no julgamento da trama golpista

Após o depoimento de Braga Netto, Moraes declara encerrada a sessão. O ministro agradeceu os presentes pela colaboração e brincou que todos poderão tomar um "belo brunch" e curtir o Dia dos Namorados, comemorado no dia 12 de junho. Ele também revogou a proibição de contato entre os réus.

Braga Netto negou a versão de Mauro Cid, que afirmou que o general foi "elo" entre os manifestantes e Bolsonaro. "Imaginação dele. O que aconteceu ali: eu ia de manhã e à tarde ver o presidente por uma questão de solidariedade. Às vezes, eu falava e comentava o que eu via na TV e na mídia. Não era um contato dos integrantes do acampamento. Era notícia de mídia que eu tinha recebido."

Advogado questionou o general sobre a criação de um "gabinete de crise", do qual ele seria coordenador. Segundo a denúncia da PGR, esse órgão seria montado após o golpe. "Só fui saber disso quando apareceu na mídia, tá? As pessoas tinham mania de usar o meu nome", falou.

Braga Netto diz que não teve "nenhuma participação" na elaboração da representação eleitoral do PL após a derrota para Lula em 2022. "Quando terminou a eleição, fui trabalhar com o PL. Passei a estudar os partidos para organizar e alinhar o partido com o nosso plano de governo", disse ele. "Eu sabia que ia sair a representação, mas nunca vi o documento".

Braga Netto responde perguntas dos próprios advogados sobre o plano golpista.

Questionado por Fux, Braga Netto nega ter tido contato com o plano "Punhal Verde e Amarelo": "Desconheço esse plano. Nunca vi esse plano".

Procurador-Geral da República agora questiona Braga Netto sobre um documento encontrado na sede do PL, na mesa de um assessor do general, com rascunho do plano golpista.

Relator termina de perguntar. Ministro Luiz Fux agora interroga Braga Netto.

Braga Netto afirmou que o vídeo em que aparecendo dizendo "vem alguma coisa ai", em 2022, foi, na verdade, porque o PL ia "entrar com documento no TSE". "Quando parei ao lado da senhora, ela começa a chorar, e falei: 'Minha senhora, vamos ter fé. Vem alguma coisa aí. Só não posso falar o que é'. Eu sabia que o PL ia entrar com documento no TSE. Não podia dizer para ela que o PL vai entrar [com o documento]. Vai que o PL resolve não entrar com o documento."

O relatório da PF mostra Braga Netto pedindo que outros militares "sentem o pau" no general Freire Gomes, então comandante do Exército, e no brigadeiro Baptista Júnior, ex-chefe da Marinha, que não teriam aderido ao golpe. Questionado sobre o assunto, o ex-ministro afirmou que as mensagens foram tiradas de contexto. Depois, disse que não se lembra de ter enviado.

Braga Netto negou que tenha dado dinheiro para Cid para financiar o plano golpista. "Cid veio atrás [de mim] e perguntou: 'General, o PL pode conseguir algum recurso que estamos precisando?' Na minha cabeça, era alguma coisa a ver com campanha. Virei e falei: 'Procura o tesoureiro Azevedo'. Ele procurou o Azevedo, deixei para ele, ele veio mais tarde e falou: 'General, o dinheiro que o Cid está precisando, não temos amparo para dar'. Então falei: 'Morre o assunto'. E morreu o assunto."

Na delação, Mauro Cid afirmou que houve uma reunião na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, para discutir o golpe. O general confirmou que o encontro aconteceu, mas disse que Cid faltou com a verdade. Questionado por Moraes sobre o assunto da reunião, Braga Netto respondeu: "Assuntos operacionais, alguma coisa que tinha sido feita, que eu prefiro não comentar".