China e França são campeões no roubo de tecnologia americana
Passados os momentos mais críticos gerados pelas revelações de Edward Snowden sobre a rede de espionagem informática mundial americana, os dirigentes de Washington parecem retomar a contraofensiva. Logo em seguida às reações negativas provocadas entre os seus aliados pelas notícias da espionagem, o secretário de Estado John Kerry defendeu seu governo dizendo que todos os países faziam a mesma coisa. Alguns dirigentes –como Angela Merkel e Dilma Rousseff– não aceitaram o argumento e a situação continuou embaraçando o governo e a diplomacia americana.
Agora, a rebatida americana se tornou mais precisa. Primeiro foram os protestos de Washington contra a política chinesa. Num artigo no "Washington Post", o jornalista Fareed Zakaria enfatiza as ambições hegemônicas da China e seu aparato de espionagem informática e industrial que, segundo um especialista, pratica “a maior ladroeira da história humana”.
Como exemplo, o especialista, Peter Singer, da Brooking Institution, cita o avião de caça F-35 Lightning II. Programado para entrar em serviço em 2016, o F-35, aparelho de decolagem vertical apto a ações múltiplas de combate, bombardeio e reconhecimento, já custou perto de um trilhão de dólares ao contribuinte americano.
No entanto, os americanos constatam que um aparelho similar chinês, com muitos componentes copiados do F-35, está em vias de acabamento. Segundo Singer, a China espiona toda a cadeia de produção do avião, dos planos mais sigilosos até as encomendas terceirizadas.
De maneira mais surpreendente, a França também sofreu acusações de espionagem. Numa conferência no Council on Foreign Relations, Robert Gates, ex-diretor da CIA e ex-Secretário de Defesa, afirmou que há cerca de 15 países roubando tecnologia americana através da espionagem informática.
Depois de citar a China, Gates mencionou a França que, segundo ele, ocupa o segundo lugar, antes mesmo da Rússia, entre os países ladrões de tecnologia americana. As declarações de Gates ainda não suscitaram nenhuma reação oficial francesa. Mas o tema será certamente retomado nos debates em torno das eleições para o Parlamento Europeu que terão lugar no próximo domingo (25).
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