Do sobrado escuro e compartimentado, pouca coisa sobrou. Graças a uma reforma bem pensada, a morada paulistana de 1957 amplia a área de convivência e chega plena e renovada à maturidade.
Duas sombras, três sóis. Esse é o nome dado a esta residência em Mogi das Cruzes, São Paulo, por seus arquitetos e moradores, o casal Ana Lucia Longato e Ciro Pirondi. A explicação está no jogo integrado de áreas cobertas e espaços verdes cheios de luz proposto pelo desenho.
Com grana contada, a reforma deste sobradinho focou na transformação pontual do andar térreo, convertido numa prática e agradável ala social. Na medida para receber os amigos e curtir com a família, a casa agora coleciona boas ideias.
Nesta casa paulistana, elementos construtivos pouco usuais ajudam a compor uma linguagem própria. Aqui, arquitetura e sustentabilidade assumem forma nada convencional.
A unidade de morar pré-fabricada, autossuficiente e replicável é uma ideia cara à arquitetura desde o final da Segunda Guerra. Foi fundamental para os arquitetos metabolistas japoneses, que defendiam estruturas fabricadas nos moldes na indústria mecânica e que buscavam um espaço de eficiência...
Não importou para os futuros proprietários se a construção estava velha e precisava de uma grande reforma. A área externa de 300 m² toda arborizada foi paixão à primeira vista e motivo suficiente para optar pela compra.
Depois da renovação comandada pelo arquiteto Rodrigo Ohtake, a casinha paulistana dos anos 40 se encheu de luz. "Esticamos a construção por meio de uma armação metálica fechada com vidro".
Ao participar de uma mostra de decoração em 2012, o arquiteto Rico Mendonça se deparou com um dilema: o que fazer com o material quando o evento terminar? Jogar fora, nem pensar.
Para transformar os espaços sem fazer grandes investimentos, o projeto apostou em acabamentos simples e boas ideias para uma produtora que nunca se acostumou com a vida em apê.