Semanalmente me encontro com alguns grupos de adolescentes para dialogar sobre saúde e sexualidade. São quatro encontros com cerca de 18 participantes cada, divididos por faixa etária que varia de 12 a 15 anos. No total, entro em contato com mais de 70 adolescentes a cada sete dias.
Pedro tem nove anos e passa horas brincando com sua filha-boneca, a Jade. Ele a leva para a escola, se reúne com as professoras imaginárias e familiares dos amiguinhos de Jade.
Em meu trabalho como psicóloga e educadora nas temáticas de sexualidade infantojuvenil, tenho falado bastante sobre a importância de conhecermos melhor o que são e quais são os direitos sexuais e reprodutivos. Ainda existe muita confusão quando falamos sobre a garantia desses direitos, no que diz...
Nos últimos anos, muitas pessoas que atuam na área da educação em sexualidade têm se mobilizado para mostrar o quanto a sexualidade é um assunto fundamental para se tratar junto a crianças e adolescentes e pessoas adultas responsáveis pela proteção infantojuvenil.
Em 2018, uma colega de profissão me enviou uma mensagem dizendo que precisava conversar sobre uma atividade de educação em sexualidade que havia realizado na escola em que trabalhava. Para situá-la geograficamente, essa atividade aconteceu numa escola pública da cidade de São Paulo.
Já começo esse texto dizendo que o menino que chamarei de Pedro na verdade não se chama Pedro, e que alguns detalhes da história foram modificados para que a identidade de Pedro não seja exposta.
Eu já falei sobre cultura do estupro aqui, mas é importante lembrar que ela diz respeito a uma estrutura de sociedade que, de forma aparentemente sutil ou explícita, valida comportamentos, pensamentos ou desejos que relativizam o estupro e banalizam sua gravidade ou complexidade.
Nós aprendemos, desde muito cedo, a importância de ajudar as pessoas quando estão passando por alguma dificuldade ou quando nossa ajuda fará bem para a coletividade.
Desde o início de minha trajetória profissional como psicóloga de adolescentes, tenho me deparado com pessoas adultas que relatam suas dificuldades em lidar com as adolescências em casa ou no trabalho.
Minha amiga, que tenho há mais de 20 anos, é mãe de uma menina que eu conheço desde o nascimento. Lilica (nome fictício) é muito vaidosa e gosta bastante de brincar com pinturas, maquiagens e roupas com brilho. É uma menina que sempre se mostrou divertida e sociável. Toda vez que a vejo, ela me...
Na semana passada, eu trouxe uma experiência pessoal para retratar uma questão coletiva, que é a importância de pessoas adultas receberem informações éticas, científicas, adequadas e respeitosas sobre sexualidade na adolescência.
Quando eu era adolescente, meu pai não me deixava namorar. Na verdade, ele era muito enfático ao dizer que o namoro era uma ação passível de punições físicas, caso acontecesse (ou ele descobrisse que acontecia).
Já conversamos aqui sobre afetividades de adolescentes e como acolher o primeiro namoro. Também já falamos sobre como construir combinados em casa para que o ato de namorar seja saudável e protegido.
Quando o assunto é proteção de adolescentes, nós, pessoas adultas, temos muito o que aprender. E eu estou me incluindo nessa conta aí, viu? Também pudera. As pessoas adultas de hoje foram crianças nascidas praticamente junto com o ECA (ou um pouco antes dele).
Você se lembra de já ter escutado (ou falado) a seguinte frase: "Não sei se vou colocar meu filho na 'escolinha', lá as crianças não fazem nada, só brincam o dia inteiro". Eu escuto muito isso, mas esse pensamento não está somente relacionado às crianças pequenas na escola.
Há mais de 13 anos eu faço parte de uma iniciativa chamada Espaço Puberê, que, além de dialogar sobre sexualidade adolescente, também tem se dedicado a construir um acervo de livros e materiais sobre adolescência e desenvolvimento saudável.
Não, esse texto não é um manual de como conversar com adolescentes. "Ué, mas não é isso que diz o título?" Sim, o título é exatamente esse, mas a ideia aqui é de propor reflexões sobre um tema extremamente desafiador para pessoas adultas que convivem com adolescentes: a construção e respeito às...
Desde que iniciei os trabalhos como psicóloga e educadora de promoção à saúde infantojuvenil, recebo questionamentos de adolescentes com a seguinte frase: "Minha mãe quer me monitorar, fica querendo saber onde estou e parece que não confia em mim".