A intenção desta reportagem aqui era aquecer você, leitor. Porém, como estamos num Brasil de seguidos "veranicos" no inverno (e "invernicos" no verão), me lasquei até a frente fria que anunciam por aí chegar ao final desta semana — pelo menos, os bebedores de Sul e Sudeste.
Para quem ainda não é lá muito iniciado no mundo das cervejas além das American Lager (que não são Pilsen, como diz nosso mantra), o que entra na xícara (café), não casa com o copo ou taça (cerveja). Ainda.
Não é incomum os cervejeiros "beberem" do vocabulário dos apaixonados por vinho. Afinal, são quase irmãs fermentadas e têm muita coisa em comum na hora de analisar e degustar — menos cuspir no baldinho. Isso ninguém da cerveja faz — por querer, pelo menos.
Chega no ouvidinho dela (ou dele) e diz: "separei uma bebida guardada por anos pra gente". Uísque 12 anos? Vinho safra 2010? São legais, são bacanas, mas... SURPRESA: cerveja também pode ser "de guarda". E ter a paciência para deixar uma belezinha dessas maturando vale a pena. Juro.
Beber cerveja é, antes de tudo, um tesão. O prazer em sentir descer da boca ao estômago um sabor incrível e a sensação de refrescância ou aquecimento é o que nos guia.