Silêncio dos jogadores diante de condenação de Daniel Alves é ensurdecedor
O silêncio dos "grandes" jogadores brasileiros diante da condenação de Daniel Alves por estupro é ensurdecedor. Devem estar todos estupefatos.
O silêncio dos "grandes" jogadores brasileiros diante da condenação de Daniel Alves por estupro é ensurdecedor. Devem estar todos estupefatos.
É a era dos remakes. Depois de Pantanal e de Renascer, foi a vez de Marcelo Adnet reconstruir a cena do flagra da traição.
Recheado de argumentos tão toscos quanto "ele tinha bebido demais e não conseguia discernir" e "ela estava sensualizando", o julgamento do jogador multimilionário Daniel Alves, acusado de estuprar uma garota quase 20 anos mais nova, pode nos oferecer alguns ensinamentos:
Na segunda-feira (5) começa o julgamento, por estupro, do jogador Daniel Alves, aquele das cinco versões para o mesmo caso.
O Hospital São Camilo, uma rede com quatro unidades em São Paulo, me ajudou a entender o quanto nós mulheres ainda somos violadas no nosso direito à saúde reprodutiva e ao planejamento familiar. É 2024, mas podia ser 1968.
Em Socorro, no interior de São Paulo, um homem de 49 anos foi preso nesta semana sob suspeita de estuprar mulheres durante "tratamentos espirituais".
Julieta Hernández, artista, imigrante e palhaça, não queria que ninguém tivesse medo. Ela viajava de bicicleta pelo país, levando alegria até crianças —e adultos— com pouco acesso a cultura. Crianças como os cinco filhos do casal que agora está preso, acusado de matá-la.
Minha primeira coluna do ano. Descansei na virada e estava decidida a escrever sobre os comportamentos das famílias tradicionais num hotel do interior de São Paulo.
O sucesso mundial de uma figura pública carrega muitos poderes. Um deles é o de ser exemplo, ditar comportamentos, mostrar o que é socialmente aceito ou não.
É necessário um exercício de linguagem para discutir um tema que divide o país. A pergunta não é: você é a favor ou contra o aborto?
A desigualdade de gênero vem de berço, sustentada pela própria legislação brasileira. Para não parecer que digo isso por ser mulher, citarei um homem para explicar meu ponto.
Thiago Brennand não é um psicopata. Evandro Guedes não é um monstro. O policial militar que matou a própria esposa a tiros no meio da rua não é uma exceção.
Negar, atacar e inverter os papéis de vítima e agressor. Essa estratégia tem nome: Darvo, na sigla em inglês (deny, attack and reverse victim and offender). Quanto mais avança a luta das mulheres pelo direito à própria dignidade, mais essa tática é usada por homens denunciados por abusos.
Há algo de podre no reino de Santa Catarina. Ali, bem debaixo dos nossos narizes, uma jornalista — mulher — foi condenada a um ano de prisão em regime aberto e a uma multa de R$ 400 mil, desproporcional à sua renda, por fazer o seu trabalho.
Aviso de gatilho: este conteúdo pode ser perturbador para quem já passou por situações de violência
Quando a nutricionista e apresentadora Mariana Goldfarb expôs, para 1 milhão de seguidores, ser uma sobrevivente de relacionamento abusivo, já havia comentaristas de plantão para defender o seu ex:
A Justiça guarda uma armadilha para quem é mãe e vítima de violência doméstica. Quando ela decide se separar e denunciar o agressor, precisa lidar com processos em diferentes setores.
As disputas entre as milícias no Rio de Janeiro, dominadas por homens com apelidos que remetem a ficção científica, animais selvagens e virilidade, me fazem lembrar de uma declaração do especialista no tema Bruno Paes Manso.
Neste texto, trato de um dos temas que eu, como jornalista, mulher e mãe, tenho mais dificuldade em abordar. Digo isso como forma de alerta: o assunto pode gerar angústia e sofrimento na leitora e no leitor.
"Olha a Elis aí: ela é um ananás (ou abacaxi-ornamental). Toda espetante, como a Elis era. E ao mesmo tempo deslumbrante. Da forma dela de espetar, de repente nasce a cor, a beleza. É um abacaxi, mas é um abacaxi vermelho, não o abacaxi da feira. Essa (bromélia) é a cara da Elis."