São Clemente ironizará César Menotti & Fabiano em carro alegórico
Primeira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, a São Clemente promete provocar polêmica ao colocar o dedo na ferida em várias mazelas do desfile das escolas de samba. Reeditando o samba-enredo "E o samba sambou", de 1990, a amarelo e preta de Botafogo fará, em sua segunda alegoria, uma espetadela à dupla sertaneja Cesar Menotti e Fabiano. Representando um camarote, o carro trará integrantes fazendo o papel dos cantores. Em junho, no programa "Altas Horas", da Rede Globo, eles afirmaram que o samba seria música de bandidos - o que foi desmentido dias depois e atribuído a uma brincadeira mal compreendida.
"Nosso enredo critica o desvirtuamento do desfile das escolas. E um dos maiores símbolos é o camarote, onde, na maioria das vezes, as pessoas ouvem estilos musicais que nada têm a ver com o desfile. E não nos esquecemos do que os cantores disseram. Por isso, a homenagem", explica o carnavalesco Jorge Silveira. Com uma pista de dança, banquinhos, mesas e drinks e petiscos na decoração, os sósias dos cantores se "apresentarão" na alegoria.
MMA e críticas à prefeitura
Engana-se que o humor mordaz da São Clemente ficará apenas nesta alegoria. No quarto carro da escola, a vaidade exacerbada dos carnavalescos e modelos será ironizada. No topo da alegoria, um ringue de MMA será palco de uma luta entre rainhas de baterias. "Todo ano temos casos de tentativas de puxada de tapete e muita intriga entre elas. Essa foi a forma divertida que encontramos de homenageá-las", relata o carnavalesco.
Já a última alegoria, que representa a saudade dos antigos Carnavais, trará uma crítica ao prefeito Marcelo Crivella, que, por mais um ano, promoveu cortes e atrasos no pagamento das subvenções das escolas. Inteiramente feita de ferragens, a alegoria passará na avenida como se estivesse incompleta e repleta de frases de protesto. Como destaques principais, os carnavalescos das escolas de Série A, o Grupo de Acesso. "Todos eles estarão presentes, com as camisas de suas escolas, para protestar contra o descaso. Muitos deles sequer têm barracão para fazer os seus desfiles e tiveram que se virar sem dinheiro", solidariza-se Jorge Silveira.
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