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Viradouro contrata jovens carnavalescos para substituir Paulo Barros

Marcelinho Calil (centro), presidente da Viradouro, entre Marcus Ferreira (à esquerda) e Tarcisio Zanon (à direita) - Divulgação
Marcelinho Calil (centro), presidente da Viradouro, entre Marcus Ferreira (à esquerda) e Tarcisio Zanon (à direita) Imagem: Divulgação

14/05/2019 14h29

A Unidos do Viradouro apostou na juventude para substituir Paulo Barros, que deixou a escola na semana passada por ter decidido conciliar o Carnaval do Rio com o desfile da Gaviões da Fiel. A escola anunciou, na noite de ontem, a contratação de Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira. Com larga experiência no Grupo de Acesso, Zanon, de 31 anos e Ferreira, de 34, são companheiros há três anos e, pela primeira vez trabalharão juntos em uma escola de samba.

Zanon fez os últimos cinco carnavais da Estácio de Sá e conquistou dois títulos da Série A, em 2015 e 2019. Ele já estava acertado com a vermelha e branca para o Carnaval 2020, quando dividiria o barracão com Rosa Magalhães. Ferreira tem um título do acesso no currículo, pelo Império Serrano, em 2017. Além disso, trabalhou em escolas como Estácio de Sá, Acadêmicos da Rocinha e Inocentes de Belford Roxo e estava contratado pelo Império da Tijuca para o próximo Carnaval.

Os dois carnavalescos falam sobre suas expectativas para o trabalho na Unidos do Viradouro e a responsabilidade de substituir Paulo Barros na escola que acabou de conquistar o vice-campeonato do Carnaval carioca.

Mudança de escola

Tarcísio Zanon: "A Viradouro, assim que o Paulo saiu, nos abordou. Como somos um casal e sempre tivemos o sonho de fazer um Carnaval juntos, foi a oportunidade perfeita. Vi que era o momento oportuno de sair da Estácio. Tenho o carinho da comunidade e sei que faria um trabalho maravilhoso com a Rosa Magalhães. Mas era uma oportunidade imperdível. Saio com o sentido do dever cumprido, sabendo que uma grande carnavalesca dará continuidade ao trabalho. Foram dois títulos e uma cumplicidade imensa com a comunidade e direção da escola".

Marcus Ferreira: "Eu já estou há nove anos na Série A e, confesso que não esperava o convite. Tinha um compromisso com o Império da Tijuca e já tínhamos lançado o enredo. Conversei com o pessoal do Império, que compreendeu e me incentivou até por ter perdido a chance de ter ido para o Especial em 2018, quando fui campeão pelo Império Serrano, mas não continuei na escola".

Responsabilidade em assumir a Viradouro

Tarcísio: "Tanto eu quando o Marcus nos sentimos seguros porque temos base para gerenciar um desfile desse porte, de acordo com as tradições da Viradouro. Vamos dar uma nova cara para a escola. Queremos uma escola cultural, jovem, alternativa e, mais do que isso, aliar às características da escola às nossas. A Viradouro é uma escola de espetáculo e nossa vontade é de fazer um grande show".

Marcus: "Nenhum profissional dispensaria o convite da Viradouro, por sua estrutura e história. Substituir o Paulo é uma grande responsabilidade, por ser um grande artista e nome do Carnaval. E fazer a Viradouro é uma honra muito grande. Queremos e vamos imprimir a nossa marca".

Vida conjugal e trabalho

Tarcísio: "Eu e Marcus respiramos Carnaval dentro de casa. Mesmo quando éramos concorrentes, nos ajudávamos com materiais. Essa relação sempre foi muito tranquila. Concordamos muito nos conceitos e opiniões".

Marcus: "É uma experiência nova para a gente, mas que está sendo super saudável. Nestes primeiros dias, estamos nos entendendo muito bem. Nunca opinamos no trabalho do outro, mas sempre nos ajudamos. Por simbiose, acabamos incorporando características um do outro. O projeto tem que ter uma cara só. Como os nossos estilos são muito parecidos, as pessoas vão enxergar um projeto que tem coerência. Quando a escola nos contatou, não se ligaram que somos companheiros. Depois que um dos diretores de Carnaval, Alex Fab, contou para o presidente, ele achou perfeito. (risos)".

Ideias de enredo

Tarcísio: "A Viradouro é extremamente organizada. Vamos ser apresentados no dia 24 de junho e a partir de agora estamos começando a entender a metodologia e os cronogramas da escola. Está tudo muito recente. Estamos nos adequando, ajustando essa sintonia fina. O enredo será autoral, pode ter certeza".

Marcus: "Queremos seguir uma linha cultural, com enredo inédito. A escola nos pediu e concordamos em trazer um assunto que ainda não foi mostrado no Carnaval. A Viradouro está nos dando uma liberdade artística que nunca tivemos na carreira".

Anderson Baltar