Que mané ano-novo: oito motivos para você já pensar no Carnaval
Ninguém tem que prometer coisa alguma.
É inevitável: mesmo quem não adere oficialmente ao "ritual" de fazer promessas vira o ano refletindo sobre o que será da vida. Não que traçar metas seja ruim, mas deixá-las à mercê de um prazo específico é um belo caminho para a frustração.
O Carnaval é o oposto disso. Se há um feriado no qual falar em objetivos de vida e sentido para a existência parece tão deslocado quanto ler Nietzsche num karaokê, é na festa da carne. Metas? No máximo, sobreviver para aguentar o dia seguinte.
Será a primeira chance de verdade para você (tentar) não pensar em política.
Natal, como sabemos, é o feriado oficial da treta em família. E este réveillon, por mais que você esteja cercado por pessoas queridíssimos num lugar paradisíaco, não será exatamente como os anteriores. Muita gente nem terá terminado de pular as sete ondinhas e já estará angustiada pela pergunta: o que será do futuro do país? Promissor? Uma catástrofe?
Por isso, não nos enganemos: o único momento do ano realmente capaz de nos fazer chutar o balde da paranoia e do rancor é o Carnaval. Claro, você sempre pode ir a blocos engajados, usar fantasias com alusões aos políticos que você gosta (ou não), mas, convenhamos, o espírito é bem outro.
Você terá mais tempo para se preparar.
Carnaval em março pode deixar muita gente ansiosa, mas tem óbvias vantagens. A primeira é que o pré-Carnaval - às vezes, mais divertido do que o próprio Carnaval - começa antes, com várias opções de ensaios e blocos de rua para você já virar o ano entrando no clima. A outra é que, com um pouquinho mais de tempo, ainda dá para você, que sempre deixa as coisas para a última hora, se organizar. Vai ficar na sua cidade mesmo? Viajar? Com sorte, e pesquisando bem, você ainda encontra opções de hospedagem, passagens e pacotes em conta.
Independente da escolha, é também uma oportunidade para você já se inteirar da programação. Quais blocos você não quer perder de jeito nenhum? Em quais dias e locais eles sairão? Isso evita que, na hora H, de ressaca no sofá e a cara cheia de glitter besuntado com suor, você perca quarenta minutos discutindo com os amigos via whats qual será a boa do dia.
Aliás, já pensou na sua fantasia?
Lula livre? Motorista Queiroz? Muito glitter, pura e simplesmente? Algum personagem randômico que sempre surge perto da folia? Você que, na verdade, considera a fantasia mais importante que o próprio Carnaval, terá algumas semanas a mais para se produzir. Aproveite.
Quem odeia Carnaval também pode planejar desde já um "exílio".
Não, nós não esquecemos de você que prefere passar quatro dias num porão mofado a sair às ruas em dia de folia. Afinal, é um direito seu. A boa notícia é que você também pode pensar desde já em alternativas, e escapar de ir à padaria e acabar preso em um bolo de gente suada e purpurinada. Esse vasto país oferece alternativas para todos.
Vai que você ainda consegue uma folga.
Caso você labute em uma destas profissões cujas essências as fazem imprescindíveis mesmo durante a maior festa do ano (caso de médicos, jornalistas, motoristas do SAMU e assessores de políticos, por exemplo), ainda é possível negociar uma folguinha. Vai que seu chefe te deixa trocar o Carnaval por outro feriado, ou aquele colega que está devendo um favor sucumbe à chantagem emocional e troca de plantão no seu lugar. Mas, claro, não está aqui quem falou.
Aproveite para fazer uma retrospectiva das folias anteriores.
Ok, a essência do Carnaval é a espontaneidade. Mas, principalmente se você já passou de uma certa idade, relembrar seus altos e baixos talvez não seja uma ideia tão ruim. Onde você exagerou? O que já viu que não dá certo? Começar a beber às dez da manhã, talvez? Aquela fantasia fez sucesso, mas o material escolhido não era o mais adequado à estação e você quase desmaiou desidratado? Tento ir a todas as atrações ou vale escolher aquelas que, à princípio, realmente me interessam? Reflita. Com parcimônia, lógico.
O Carnaval segue firme e forte. Mas...
Em 2019, o Brasil terá seu primeiro Carnaval sob um governo de extrema-direita desde a ditadura militar. Ou de direita, como queira. O que isso significa? Até agora nada e, sejamos justos, nenhum integrante do novo governo fez qualquer menção sobre o assunto. Mas...vai que daqui uns tempos algum parlamentar decida propor um "Carnaval sem partido" ou coisa que o valha. Melhor aproveitar um Carnaval de cada vez...
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