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Bloco Domingo Ela Não Vai convida folião a soltar os bichos em pré-Carnaval

Bloco Domingo Ela Não Vai quer voltar a desfilar no centro da cidade - Divulgação
Bloco Domingo Ela Não Vai quer voltar a desfilar no centro da cidade Imagem: Divulgação

Olívia Dantas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/01/2019 04h00

O bloco que começou com uma brincadeira despretensiosa entre amigos convida seus foliões a soltarem seus bichos nas ruas de São Paulo. O Domingo Ela Não Vai chega a seu quarto ano, depois de ficar entre os dez maiores blocos da cidade em 2018, e quer voltar a desfilar no centro de São Paulo com o tema "Selva de Pedra". Enquanto o local por onde o trio vai passar não é definido, o grupo organiza ensaios abertos todos os domingos até a véspera do Carnaval.

"Queremos convidar todas e todos a soltarem bichos, bichas, sapas, sapos, piranhas etc. E curtir a folia com a gente! Afinal, a rua é nossa! A cidade e o país são nossos! Queremos que todos venham fantasiados do bicho que lhes convêm", explica Alberto Pereira Jr., ator e roteirista, responsável pelo bloco ao lado do psicanalista e jornalista Rodrigoh Bueno.

Nos dois primeiros anos, o grupo saiu da praça Patriarca e do Vale do Anhangabaú. Em 2018, o desfile foi transferido para a av. 23 de Maio, por causa de uma polêmica decisão do ex-prefeito João Dória.
"Nosso desfile será, mais uma vez, no domingo de Carnaval, que neste ano cai no dia 3 de março. Ainda estamos acertando com a prefeitura o local, mas pedimos para voltar ao centro da cidade, que já tem a cara do bloco: ponto de encontro de pessoas de todas as idades, gênero, orientação sexual e etnia, que é apaixonado pela diversidade que São Paulo tem", conta o organizador.

A partir deste domingo (13), haverá eventos para os foliões que curtem o bloco no Espaço 170, na Vila Madalena. A festa se repetirá todos os fins de semana até o Carnaval. "Vamos fazer esquentas pré-Carnaval, com a vibração de um ensaio aberto", adianta Pereira Jr.

História

De uma brincadeira na mesa do bar surgiu a ideia de juntar pessoas para celebrar o axé dos anos 1990, auge de grupos como É o Tchan, Terra Samba, Companhia do Pagode, Araketu entre outros.
"Resolvemos juntar o amor pelo Carnaval e pelo axé, que é um ritmo muito associado a esse período, mas que não tinha representatividade na festa paulistana", lembra o organizador. "Já estávamos vivendo um momento de empoderamento LGBTQI+, feminino, do movimento negro, discutindo sobre a liberdade dos corpos e achamos o trocadilho e o duplo sentido interessantes", completa.

domingo ela não vai - Divulgação - Divulgação
Rodrigoh Bueno (à esq.) e Alberto Pereira Jr. são organizadores do bloco Domingo Ela Não Vai
Imagem: Divulgação

Despretensiosamente, Pereira Jr. preencheu a ficha de inscrição da prefeitura e deu estimativa de público de 500 pessoas. No dia, mais de 50 mil foliões apareceram para ir atrás do trio. "Foi o dia mais feliz da minha vida. Ver a alegria daquela multidão, que dançava, curtia e pulava com a gente... É uma imagem que nunca mais vai sair da minha cabeça", conta.

Em 2017, os organizadores trataram de ir atrás de patrocínio para melhorar a estrutura. E reuniram 150 mil pessoas a fim de curtir o repertório de axé noventista do Domingo Ela Não Vai. Ao abrir o polêmico circuito da av. 23 de Maio no ano passado, o bloco foi considerado um dos dez maiores da cidade pela prefeitura.

Pré-Carnaval Domingo Ela Não Vai

Local: Espaço170 (rua Inácio Pereira da Rocha, 170, Vila Madalena)
Horário: 16h
Programação:
13/1 - DJ set da musa do bloco, Mel
20/1 - Santo Forte, por Tutu Moraes
27/1 - DJ da Banda Mais Bonita da Cidade

Blocos de rua