Bloco Eu Avisei estreia no Rio com abadá laranja para debochar de Bolsonaro

Foi a partir de um post nas redes sociais sobre a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência que surgiu o bloco Eu Avisei, com a intenção de fazer oposição. A conversa entre amigos ganhou forma e hoje tem mais de 15 mil pessoas inscritas para participar do evento no Carnaval, que será no dia 5 de março no Rio de Janeiro. Haverá ainda a versão mineira do bloco, que desfilará no dia 3, em Belo Horizonte.
O abadá foi confeccionado na cor laranja em alusão ao caso das movimentações suspeitas da conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, apontado como suposto laranja da família Bolsonaro.
"A ideia foi mais para a gente se divertir, inicialmente com pouca gente. Mas, em menos de um mês, o bloco ganhou uma proporção maior do que esperávamos, e a brincadeira ficou mais séria", conta Carolina Ribeiro, publicitária e uma das organizadoras do grupo.
No evento oficial do bloco no Facebook, os foliões são convocados a sair às ruas com bom humor . "É melhor Jair arrumando a fantasia para o Carnaval de 2019. Chegou a hora de colocar o bloco mais debochado na rua, com direito a coreografia bolsominion, vestimenta verde e amarela (roupa de cidadão de bem) e Bella Ciao como esquenta da bateria", postaram os organizadores.
O grupo pretendia se concentrar em frente à casa de Jair Bolsonaro, mas desistiu por falta de infraestrutura. "Achamos melhor acompanhar o caminho dos outros blocos", explica Carolina, que afirma ainda não acreditar que haverá violência de grupos contrários durante a folia.
"Medo a gente tem, mas penso que não vá ser algo que possa atrapalhar. Pode ter alguma pessoa gritando, mas creio que não vá ter tanto problema. A gente não vai para brigar, a gente vai para passar informação com leveza", diz a organizadora.
A criação do bloco ganhou tanta repercussão nas redes sociais que chamou a atenção de Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, que se ofereceu para participar. "Evelyn entrou em contato com a gente no mesmo dia em que criamos o bloco e se ofereceu para ser rainha. Acredito que ela tenha se identificado com o bloco, porque está há muito tempo na militância", contou Carolina.
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