Na rua ou em ambiente fechado, músicos se dividem entre técnica e emoção
Na rua, no sol, com multidão, a energia é uma; em espaço fechado, com som potente e acústica, a vibração é outra. Assim, em geral, é a sensação dos músicos e integrantes de blocos paulistanos, que se dividem entre desfiles de rua e festas privadas.
"No palco, a gente vê as pessoas, e pessoas mais variadas", resume o ator Miguel Prata, vocalista do Acadêmicos da Cerca Frango. O bloco se apresentou nesse sábado (9), na Casa Natura Musical, em Pinheiros, com casa lotada, junto com Confraria do Pasmado e Não Serve Mestre.
Formada por 100 integrantes (70 deles, ritmistas), a banda do bloco faz um apanhado de estilos musicais, incluindo axé, marchinhas, frevo e até reggae. O grupo é formado em maioria por profissionais ligados à música, como produtores. "Somos semi-amadores", brinca Prata.
No caso da Confraria do Pasmado, um dos maiores blocos da cidade, os estilos de apresentação seguem uma lógica: pela manhã, preferem show em lugar aberto; à noite, em ambiente fechado, explica um dos fundadores do grupo, Guilherme Penin.
Na rua, no entanto, a maior dificuldade é enfrentar problemas técnicos - o principal deles, diz Penin, é a potência sonora. O problema de acústica na rua, por exemplo, fez o bloco criar um trio elétrico para ser usado no desfile deste ano. "Nos juntamos com outros três blocos, para produzir um carro. Os que têm na cidade, o som sai somente pela lateral. Isso dificulta, por exemplo, para a bateria, que às vezes perde o ritmo", conta Penin. O novo trio, além das caixas laterais, terão reforço nas faces dianteiras e traseiras do caminhão.
Para André Procópio, também fundador do Pasmado, nos shows fechados, a atenção da banda está voltada mais para o repertório do que para o som em si, uma vez que a estrutura já garante melhor qualidade sonora. As apresentações em casa de eventos também têm outro formato, com duração de até 2 horas - ao contrário da rua, que chegam a 4 horas.
"Quando fazemos um show fechado, o público também é diferente. Vêm mais amigos, pessoas que conhecem e acompanham o bloco. Na rua, há uma maior democratização, agrega mais gente - inclusive quem nem conhece o bloco", diz Procópio.
Há, ainda, uma terceira diferença entre os formatos, o improviso da emoção da rua, como conta o arquiteto Dante Pimentel, músico do bloco Não Serve Mestre. "O som aqui dentro é mais controlado", explica. "Mas se tivesse de escolher, eu preferia a rua", completa.
"Embora no lugar fechado a gente esteja mais próximo do público, é na rua, na multidão, que você escuta as pessoas cantarem, se sente mais abraçado", afirma Pimentel.
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