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Chame Gente é sucesso de público após cancelamento do bloco Chora Me Liga

Bloco Chame Gente em São Conrado, no Rio - Marcelo de Jesus/UOL
Bloco Chame Gente em São Conrado, no Rio
Imagem: Marcelo de Jesus/UOL

Michel Alecrim

Colaboração para o UOL, no Rio

23/02/2019 15h45

O bloco Chame Gente transformou hoje a orla de São Conrado, no Rio, numa grande micareta. O cantor e compositor baiano Alexandre Peixe se apresentou durante quatro horas em cima do trio elétrico que percorreu a pista próxima à praia. A multidão pulou e dançou ao ritmo do axé, relembrando sucessos das últimas três décadas da música de Salvador.

Com o cancelamento de desfiles no mesmo horário, como o do Chora Me Liga, o Chame Gente recebeu muitas adesões de última hora. O casal de noivos Aline Silva Pinto, de 27 anos, e Ayrton Ferreira da Silva, 24, chegou cedo para a folia. A concentração começou às 10h e logo depois o carro de som foi aos pouquinhos se dirigindo em direção à Avenida Niemeyer.

"Nós íamos para o Chora Me Liga e tivemos que nos reprogramar quando soubemos do cancelamento. Sou fã de música sertaneja, mas também amo axé", declarou Aline. 

O nome do bloco é uma homenagem a canção de Armandinho e Moraes Moreira do mesmo nome. A ideia é reviver todas as fases do ritmo baiano. Alexandre Peixe contou que ensaiou cerca de cem músicas entre próprias e clássicos do axé para levantar o público. Ele cantou sucessos de sua autoria como "Nanaê", "Não Vou Chorar" e "Voa Voa".

"O axé sempre vai ter seu espaço no carnaval. Fiz uma combinação para o repertório, com sucessos que ninguém esquece", afirmou o cantor, que encarou o sol forte com muito bom humor e bastante água de coco.

O desfile foi uma verdadeira viagem no tempo para quem viveu os carnavais dos anos 1990. Os foliões se empolgaram com "Não Tem Lua", do Asa de Águia, e com "Vou Dar a Volta no Mundo", de Daniela Mercury. Fizeram coreografia com "Sou Praieiro", música gravada por vários grupos, e explodiram com "Tempo de Alegria", sucesso de Ivete Sangalo.

As amigas Priscila Bastos, 35 anos, Wanessa Oliveira, 31, e Liana Machado, 34, se esbaldaram. "Somos micareteiras. Não trocamos o axé por nada", disse Liana.

O desfile do Chame Gente estava programado para o último dia 9, mas teve que ser adiado por causa da tempestade que caiu sobre o Rio no início do mês. Na concentração, o sócio do bloco Renato Brito Neto pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de deslizamentos.  "Não tínhamos como fazer o desfile naquela data. Até procuramos arrecadar donativos para os desabrigados", disse Brito Neto.

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