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Bloco do AfroJazz leva percussão afiada em clima família, na Lapa

Thiago Camara

Colaboração para o UOL, no RIo

24/02/2019 20h21

Cerca de 40 músicos entre sopro e percussão fizeram a alegria do fim de tarde na Lapa, centro do Rio. Famílias e moradores do bairro curtiram o som de James Brown, Stevie Wonder num cortejo de uma hora e meia. 

Pela primeira vez no bloco, o engenheiro civil Sandro Gomes foi à convite da namorada, Rafaela Coutinho e aprovou a experiência.

"O som dos caras é muito bom. Essa mistura de Jazz com batuque é muito bacana", Sandro Gomes, engenheiro civil. 

Sob o comando do mestre Roque Miguel, o cortejo celebrou compositores negros como Moacir Santos, Santana, Bob Marley, James Brown e pela primeira vez, Stevie Wonder.

"Estou fantasiado de guerreiro pela paz. Nesta resistência e luta pela paz. Sou um vigia neste sentido e venho na ponta de lança abrindo os caminhos para o bloco passar", afirmou o músico à frente dos músicos.

Ao final do cortejo, famílias que vinham do baile infantil do Mundo Bita, no Circo Voador, deram de cara com a passagem do AfroJazz. Nada que preocupasse os pais que passavam com seus filhos. 

"Sensacional esse encontro. Por aqui não estamos vendo violência e está todo mundo curtindo de forma saudável. Carnaval no Rio é diversão a todo o tempo", Victor Mauro, médico veterinário e pai do Marco Antônio, de 4 anos. 

Cortejo de resistência 

O bloco é a consolidação das oficinas de percussão e sopro que são ministradas pelos membros da banda AfroJazz, criada em 2012, pelo trompetista Eduardo Santana. Tamires Siqueira, toca xiquerê e diz que a experiência de fazer parte do bloco é transformadora. 

"Nos empenhamos o ano inteiro para chegar nesse momento. Viemos fazer também um Carnaval político ocupando as ruas. E tocar é libertador", disse a jovem de 20 anos, que é analista de fundos de investimento. 

A liberdade também fez o estudante Jean Luiz transformar o cortejo do bloco numa batalha de passinho com seus amigos. Se essa mistura dá certo? Ele foi enfático. 

"O passinho é a alegria do povo. E o povo é o Carnaval", afirmou.

Blocos de rua