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Balé de Paraisópolis faz dobradinha com a bicampeã do Carnaval de São Paulo

Bailarinas do Ballet Paraisópolis ensaiam no sambódromo - Felipe Araújo/Divulgação
Bailarinas do Ballet Paraisópolis ensaiam no sambódromo Imagem: Felipe Araújo/Divulgação

Soraia Gama

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/02/2019 04h00

A escola Acadêmicos do Tatuapé voltará a fazer uma dobradinha com o Balé de Paraisópolis. A ideia é que a garotada, de 10 a 17 anos, estreie no Anhembi e leve na bagagem o aprendizado de vida adquirido por meio da dança.

Neste Carnaval, 47 bailarinos desfilarão com a Acadêmicos do Tatuapé -em 2018, o grupo era formado por 35 pessoas. Os primeiros 17 estarão como guardiões do casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, e os 30 restantes aparecerão no quinto carro alegórico. Todos coreografados por Leonardo Helmer, professor do Ballet Paraisópolis e responsável pela Comissão de Frente da Tatuapé (veja a programação dos desfiles em São Paulo).

O objetivo maior desse trabalho na segunda maior comunidade de São Paulo é formar cidadãos: "No balé, eles aprendem a ter disciplina, respeito, concentração. E vão levar isso tudo para a vida", diz Jorge Andreatta, produtor executivo do Ballet Paraisópolis. "Mesmo os que não seguirem carreira na dança podem crescer como jovens dedicados e esforçados. Isso os ajudará a escolher uma profissão e a entrar em uma faculdade." 

A maioria do grupo, com idade entre 10 e 17 anos, estará no Anhembi pela primeira vez. E isso é só uma pequena amostragem. "Hoje, temos 200 alunos matriculados e uma fila de espera com 2.000 crianças. Balé é uma atividade que não é barata e ficamos felizes por oferecer essa oportunidade. Todas elas têm uma história de superação para ser contada."

Normalmente, a seleção no Ballet Paraisópolis acontece apenas uma vez ao ano. Para ter mais do que isso é preciso espaço e patrocínio. "Depois da matrícula é tudo por nossa conta. Uniforme, figurino... Tudo", diz Jorge Andreatta, que tem esperança de conseguir fazer uma segunda audição e matricular novos alunos ainda em 2019. 

Uma exigência do grupo é que mesmo a criança com talento nato para a dança entregue a declaração escolar comprovando que está matriculada e assistindo às aulas. Escola pública ou particular, isso não importa. Mas estudar é prioridade.

São Paulo