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Após 26 anos, Colorado do Brás volta à elite de SP homenageando Quênia

Desfile da Colorado do Brás, escola que passou 25 anos no Grupo de Acesso e chega ao Anhembi homenageando o Quênia - Ricardo Matsukawa/UOL
Desfile da Colorado do Brás, escola que passou 25 anos no Grupo de Acesso e chega ao Anhembi homenageando o Quênia
Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Leonardo Rodrigues*

Do UOL, em São Paulo

01/03/2019 23h14Atualizada em 02/03/2019 14h23

A Colorado do Brás, escola da zona leste de São Paulo, fez um espetáculo de muitas cores em um enredo pop para a sua volta ao Grupo Especial do Carnaval, do qual não fazia parte desde 1993. "Hakuna Matata, isso é viver" --lema famoso usada no filme "O Rei Leão", da Disney-- homenageou o Quênia e sua cultura no sambódromo do Anhembi.

Regida pelo carnavalesco Leonardo Catta Preta, a agremiação explorou na avenida traços dos costumes e lendas do país africano, além de abordar a libertação do povo queniano, que conquistou sua independência do Reino Unido em 1963. O resultado foi um espetáculo visualmente deslumbrante.

Musas douradas

Dezoito musas nuas, apenas com pintura corporal dourada e um tapa-sexo de cinco centímetros, subiram no carro abre-alas da Colorado, em referência à savana africana. Entre elas, Pâmela Micheliny, candidata a Miss Bumbum 2016. Elas demoraram 1h30 para ficarem totalmente pintadas e, ao fim do processo, fizeram a medida: 5 metros de bumbuns dourados estiveram na avenida.

Origem do "Hakuna Matata"

O título e a letra do samba-enredo fizeram uma clara alusão ao filme "O Rei Leão", mas eles também apontam outra referência importante: a música "Jambo Bwana", do grupo queniano Them Mushrooms. Lançada em 1982 e regravada diversas vezes, ela ajudou a popularizar a expressão "Hakuna Matata", cujo significado se aproxima de "sem problemas", "seja livre" ou "seja feliz" --espécie de recado para os nossos tempos turbulentos. A faixa tinha como objetivo atrair turistas para o país que acabara de se libertar de uma ditadura.

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Abre-alas

Cento e quarenta integrantes fizeram coreografias no belo abre-alas da Colorado do Brás, um dos grandes destaques do desfile. Adornado por uma cabeça de leão vermelha, o carro retratou uma savana utópica, representando a união entre os povos do Quênia, A comissão de frente trouxe orixás e escravos, na representação da origem da música queniana, com coreografia de Kelson Barros. Tudo isso criou uma boa primeira impressão da escola, que desfilou com 2.200 integrantes, número considerado enxuto.

Cores vivas

Com a chuva insistente que cai há dias em São Paulo, parte das alegorias e fantasias da escola desbotaram às vésperas do desfile. Os integrantes tiveram de realizar uma força-tarefa para repintar boa parte do desfile em apenas um dia e meio. O resultado foram cores ainda mais vibrantes do que a que seriam expostas inicialmente na avenida. Funcionou. Tonalidades de amarelo, verde, azul e vermelho embelezaram alas e alegorias grandiosas.

Alas coreografadas

Elas deram um charme especial ao desfile. Uma das alas representou a figura do guardião das histórias e tradições das tribos, responsável por passar a tradição e o conhecimento para as novas gerações. Outra resgatou um conto de Guiné-Bissau que diz que o primeiro ser a visitar a Lua foi, na verdade, um macaco. As fantasias faziam referência a Rafiki, o símio fictício de "O Rei Leão". Com muitos destaques, a Colorado fez um belo desfile em sua reestreia no Grupo Especial e deu mostras de que deve continuar na elite em 2020.

* Com reportagem de Daniel Lisboa e Soraia Gama

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