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Promoter Marta Góes leva camarote a SP e diz: "folia baiana 'paulistizou'"

"Oxe, tô achando que estamos sendo paulistizados", disse a empresária Marta Goés - Divulgação
"Oxe, tô achando que estamos sendo paulistizados", disse a empresária Marta Goés Imagem: Divulgação

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

02/03/2019 12h39Atualizada em 02/03/2019 17h49

Uma das mais disputadas promoters de Salvador, a empresária baiana Marta Góes leva, pela primeira vez em 20 anos, toda a sua expertise para o Carnaval paulistano. Ela assinará o Camarote Bahia Magia By Marta Góes, que é inaugurado hoje (2) e fica aberto até terça-feira (5) na avenida Brigadeiro Faria Lima, esquina com a rua Nova Cidade, no Itaim.

Sob a proposta de unir requinte, segurança e conforto em um único lugar, o camarote vai dispor de um ambiente exclusivo, com serviços open bar e food, das 14h às 22h. Servirá ainda como ponto de encontro dos convidados, tanto antes quanto depois dos desfiles de blocos e trios.

Chefs renomados, DJs e até a bateria da Vai-Vai estão escalados para o espaço, que, a propósito, reproduz a famosa varanda da promoter situada de frente para o mar do circuito Barra-Ondina. Lugar em que, durante duas décadas, a empresária acolheu personalidades, artistas e políticos.

Empolgada com a estreia em São Paulo, Marta Góes diz estar antenada ao crescimento da folia local. Afirma, porém, que a cidade está longe de experimentar um fenômeno já cristalizado na capital soteropolitana: a chamada "camarotização" carnavalesca. E decreta: "Estou achando que estamos sendo 'paulistizados'".

"Pelo que sei, sou a única baiana produzindo um camarote aqui, trazendo a minha experiência de anos como promoter de Carnaval", arremata a promoter.

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Nesta entrevista ao UOL, a promoter baiana também fala sobre sua trajetória, do que o público paulista pode esperar do seu camarote e de como ela vê o Carnaval baiano atualmente.

Como começou a sua carreira de promoter?

Comecei há 20 anos, contratada para fazer o bufê do Camarote Menendez Almerino. Mas, com a minha alegria, experiência de promoter em festas e meus conhecimentos na cidade, posso dizer que fui tomando conta do pedaço. Depois que acabou o Menendez, amigos e clientes de meu bufê começaram a cobrar que eu tivesse o meu espaço na Barra. Assim, a partir de 2009, criamos o Camarote Marta Góes, um espaço muito alegre só para convidados na Barra.

Como surgiu a ideia de levar a sua marca ao Carnaval paulistano após 20 anos de história na folia baiana? 

Sempre vim para a cidade que amo e tenho muitos amigos. E foram estes amigos, que passavam o Carnaval comigo em Salvador, que ano passado ficaram aqui [em SP] e mandavam vídeos e imagem de blocos, inclusive de trios com atrações baianas, que me encantaram. Com os apoios destes amigos, o sonho cresceu, fizemos o projeto e estamos aqui.

O Carnaval de rua de SP tem crescido consideravelmente muito nos últimos anos. Já o conhecia?

Não conhecia ao vivo, apenas de ver na televisão, jornais e sites. Mas sei que tem um formato que envolve toda a cidade. Gosto disso. Há anos venho observado o crescimento da folia de rua em São Paulo e o despertar no Rio de Janeiro. O bacana é que o movimento de blocos é por toda cidade. Em Salvador, a quarta-feira [de Cinzas] é de bloquinhos, como chamamos, e fanfarras. Já fui madrinha de vários e, com certeza, estarei lá na quarta e retorno [para SP]. Mesmo sendo uma cidade tomada por grandes blocos e trios independentes, os desfiles neste formato paulista, com bloquinhos, já é uma realidade no Pelourinho e vem crescendo no Rio Vermelho e no Santo Antônio Além do Carmo. Oxe, estou achando que estamos sendo "paulistizados".

E como fica o Camarote Marta Góes em Salvador neste Carnaval? Deixará "órfãos"? 

Quem quiser se divertir com Marta Góes terá que vir a São Paulo. Como já disse, tenho muito amigos e admiradores aqui, que, juntos, vamos fazer um grande Carnaval. Os meus baianos queridos vão se divertir para valer com Lícia Fábio [também promoter] e Flora Gil, que é uma paulista, grandes damas do Carnaval de Salvador.

Acredita que, assim como Salvador, SP está se "camarotizando"?

Oxe, nunca! Pelo que sei, sou a única baiana produzindo um camarote aqui, trazendo a minha experiência de anos como promoter de Carnaval e, aliado a este saber, o conhecimento do paulista de trabalhar. A Front 360, através de Fabio Frontarotta, acredita na minha história e, por isso, estamos juntos aqui. O camarote não é uma prisão, mas um espaço confortável, seguro e com muita bebida para quem não quer ir para as ruas. Por outro lado, é um maravilhoso lugar para se encontrar, dançar com DJs, fazer uma massagem, beber e se alimentar, antes e depois do bloco. Como sempre fui uma pipoqueira, nunca me aprisionei dentro do meu camarote. Cheguei a dar fugidas por mais de uma hora, deixar autoridades e convidados esperando para ir atrás do trio. Talvez, seja esta forma de se divertir que o paulista vai conhecer e gostar.

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