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Após bater na trave em 2018, Dragões da Real critica "escravidão do tempo"

A musa dos compositores Simone Sampaio durante o desfile da Dragões da Real - Simon Plestenjak/UOL
A musa dos compositores Simone Sampaio durante o desfile da Dragões da Real
Imagem: Simon Plestenjak/UOL

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

03/03/2019 00h03Atualizada em 03/03/2019 08h14

Segunda escola a desfilar hoje em São Paulo no Anhembi, a Dragões da Real desfilou sonhando com seu primeiro título no Grupo Especial do Carnaval 2019. Após bater na trave do primeiro lugar nos últimos dois carnavais, a agremiação fundada por membros da torcida organizada do São Paulo mostrou este ano um enredo de verve filosófica, falando sobre o tempo.

Com o enredo "A Invenção do Tempo. Uma Odisseia em 65 minutos", a Dragões representou como a noção do tempo sempre se mostrou presente na evolução humana, desde o sonho de viajar por ele até a forma como nos vemos aprisionados pelas horas na vida moderna.

A escola entra na avenida para brigar pelo título: em 2017, fez um belo desfile e terminou com o mesmo número de pontos da campeã Acadêmicos do Tatuapé, mas acabou vice-campeã. Em 2018, perdeu o campeonato por apenas 0,1 ponto.

Relógios

Inspirada no deus grego Cronos, a escola recriou em suas alas e alegorias as máquinas desenvolvidas pelo homem para marcar o tempo. Alegorias e fantasias trouxeram desde os primitivos relógios de sol, passando pelo relógio astrológico, as ampulhetas, os relógios de pêndulo, de corda e os digitais, lembrados no último carro da agremiação. Tantos relógios ajudaram a escola a terminar dentro dos 65 minutos regulamentares do desfile? É possível.

Todos cantam

Não acontece em todos os desfiles, mas, quando ocorre, costuma emocionar e tirar sorrisos de carnavalescos e jurados. Todos os integrantes da escola pareciam saber de cor a letra do samba da Dragões, escrita por um time de 11 compositores. Passistas e ritmistas eram vistos cantando a plenos pulmões, e a sinergia tomou conta dos componentes.

Asas do dragão

Vestindo uma bela fantasia de motivos dourados, a rainha de bateria Simone Sampaio manteve o passo usando uma coroa e asas do dragão da escola como adereço. O detalhe: elas eram retráteis, abrindo e fechando a seu controle em momentos estratégicos do desfile, geralmente para se mostrar aos jurados e às câmeras de TV.

Samba da cultura pop (doida)

Um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira da Dragões usou fantasias de Fred e Vilma, de os "O Flintstones", simbolizando a idade da pedra. A alegoria "Viajando do Tempo" fez referência ao filme "De Volta para o Futuro", com aparições do carro Delorean e dos personagens Marty Mcfly e Doutor Brown. Antes, com homens fantasiados de macacos, a comissão de frente já havia feito alusão ao clássico "2001".

Carro gigante

O suntuoso carro alegórico "Tempos Modernos e o Homem Escravizado" entrou na avenida para mostrar que nos transformamos em zumbis da rotina. Mas o que mais impressionou foi a estrutura da alegoria. Com quatro andares e uma cabeça no topo, é a mais alta atração do Carnaval paulistano até aqui. Quase não conseguiu passar pelo portal que marca o início do desfile.

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