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Bloco Simpatia é Quase Amor provoca burguesia e arrasta multidão em Ipanema

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

03/03/2019 18h27

Um dos maiores e aos tradicionais blocos da zona sul do Rio, o bloco Simpatia é Quase Amor desfilou e provocou na comemoração de seus 35 anos de existência. A PM não estimou a quantidade de foliões, mas a organização do bloco estima em mais de 300 mil pessoas, que sambaram pela avenida Vieira Souto, tomada por foliões já por volta das 17h.

"O Simpatia é Quase Amor é sempre um bloco muito numeroso. Além do Bola Preta e outros, o grupo representa muito no Carnaval do Rio. Nossos blocos sempre são tranquilos. As pessoas vêm felizes, alegres e procuram ouvir a mensagem que a gente tem a passar", disse Beto Fininho, nome artístico do cantor e compositor José Roberto da Rocha Bernardo, que integra o bloco há 30 anos. 

Ele lembra que o contexto de gênese do bloco no Rio tem base política. Ela nasceu como uma ironia à burguesia do bairro. "Alô burguesia de Ipanema, olha o SIMPATIA aí" é seu grito de guerra. O bloco também tece críticas à prefeitura e ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), que também é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

"O Simpatia foi fundado no contexto das Diretas. Daí para cá, o Simpatia vem tentando carregar a bandeira da democracia trazendo temas [de composição] de forma humorística, mas também poética. Essa confusão política [do prefeito Marcelo Crivella, que defende a redução progressiva de verbas para o Carnaval carioca] foi feita para esvaziar o Carnaval. Alguns blocos não desfilaram. Essa queda no Rio, com certeza, está ligada às ações repressivas da Prefeitura", criticou. 

Procurada pela reportagem para comentar as declarações do músico, a prefeitura do Rio não se manifestou. 

No RJ, mais de 70 blocos agitam as ruas da cidade neste sábado (2)

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