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De tapa-sexo a barraco, o vale tudo das musas do lado B do Carnaval carioca

Monique Arruda/UOL
Imagem: Monique Arruda/UOL

Monique Arruda

Colaboração para o UOL, no Rio

03/03/2019 08h00

Em paralelo à briga acirrada das escolas por um lugar na elite do Carnaval carioca, os dois dias de desfile das escolas da Série A, na Sapucaí, são também de disputa entre as musas por um lugar mais ao sol. Na busca por uma oportunidade única de projetar seus nomes, vale quase tudo: de minúsculos - quando não inexistentes - tapa-sexos, passando por pinturas corporais improvisadas até sugestivas declarações misturando samba e sexo.

Pelo menos neste Carnaval 2019, Lu Lobo foi a campeã no quesito cinco minutos de fama. Na noite de ontem, ela veio como musa da Unidos da Ponte com o corpo todo pintado, mesmo debaixo da forte chuva que caía na avenida. Aos jornalistas, fez questão de deixar claro que não tinha medo de a chuva tirar a tinta de seu corpo durante o desfile da escola. 

"A pintura foi feita por um artista plástico maravilhoso, que me garantiu que não vai sair. Mas, se a tinta sair não tem problema, é Carnaval. O meu tapa sexo já é tamanho pp, não tem problema se aparecer o resto", brincou a musa.

De volta na noite de hoje, agora para sambar com a Unidos de Bangu, Lu causou mais uma vez ao chegar atrasada à concentração, praticamente pelada, com apenas partes do corpo pintado e um tapa-sexo, que estava descolado e deixava de fora as partes íntimas. Ela e uma amiga eram esperadas no terceiro carro da escola, mas o atraso as tirou do desfile.

"Deu tudo errado. Pegamos muito trânsito para chegar aqui e perdemos o desfile. Viríamos tomando banho em um chafariz no carro. O resto da nossa fantasia, como cabeça e botas ficaram no carro e estamos nesta situação", contou.

O menor adereço da avenida

Não muito longe dali, com o corpo praticamente nu, pintado com alguns triângulos nas cores da bandeira brasileira, a musa radicada na Alemanha Martina Wallmeyer jurava contar com o mais microscópico adereço da avenida: um adesivo de menos de 1 centímetro colado estrategicamente para "tapar" o bumbum. Se fosse na Europa, onde costuma se apresentar, teria de se cobrir.

"Lá eles são mais conservadores. Já desfilei duas vezes com o corpo pintado, mas não fui bem aceita. Eles são preconceituosos. Estou amando poder desfilar com pouca roupa aqui. Só pedi para o carnavalesco colocar tiras na cintura, porque fiquei com medo do adesivo descolar todo".

A noite não foi fácil nem para a musa da Estácio de Sá, uma das favoritas a recuperar sua vaga no grupo principal do Carnaval carioca. À frente do terceiro carro da Estácio de Sá, com a fantasia Estrela Panamenha, a musa Danieli reclamou com a diretoria da escola que sua fantasia estava toda rasgada, faltando pedaços na manga e disse que não pagaria ao estilista o que faltava do valor acordado. Procurada pela imprensa, recusou-se a comentar o barraco. "Não quero divulgar isso. É um pequeno detalhe no meio de tanta coisa tão linda que é a nossa escola".

Sabe de nada, inocente!

Rainha da Inocentes de Belford Roxo, Thaina Oliveira também causou ao dizer, na noite de ontem, que o pai a proibia de desfilar com pouca roupa. "Ele diz que filha dele não vai sair pelada na Sapucaí não. Que corpo não é para ser mostrado. Eu obedeço. Tapa sexo, jamais", disse a rainha. 

Shayenne Cezário, musa da Rocinha, não chamou atenção pela roupa, mas abriu o jogo sobre a vida sexual no Carnaval: "Fico tensa com o desfile e gosto de chegar em casa e fazer sexo."

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