Topo

Com críticas ao prefeito e homenagem a Moacyr Luz, Corre Atrás lota Leblon

Foliões curtem bloco Corre Atrás nesta segunda-feira de Carnaval pelas ruas do Leblon, no Rio de Janeiro - Douglas Shineidr/UOL
Foliões curtem bloco Corre Atrás nesta segunda-feira de Carnaval pelas ruas do Leblon, no Rio de Janeiro Imagem: Douglas Shineidr/UOL

Thiago Camara

Colaboração para o UOL, Rio

04/03/2019 10h43Atualizada em 04/03/2019 13h59

Milhares de foliões do bloco Corre Atrás ocupam a Avenida Delfim Moreira, na Praia do Leblon e dividem a rua com atletas e banhistas. Conhecido por resgatar as marchinhas de Carnaval, neste ano o samba dá o tom do desfile. O compositor e músico Moacyr Luz é o homenageado. A bateria da escola de Samba Estácio de Sá fez participação.

"Nunca imaginei fazer 60 anos e ainda ser homenageado por um bloco. Um bloco caprichando nas harmonias, que tem um cuidado com a música, o que sempre me preocupou. Estou muito feliz. É um privilégio. Tenho 40 anos de carreira e alguma coisa ficou para as pessoas lembrarem de mim", disse.

"Meu Deus, meu Deus está extinta a Escravidão?", samba-enredo da escola Paraíso do Tuiuti, de 2018, e composto por Moacyr abriu o desfile.

"Vou falar com muita vaidade. Para mim é uma conquista o samba da Paraíso Do Tuiuti do ano passado ter sido indicado a um dos melhores sambas em 35 anos de Sambódromo. É um samba que todo muito canta até hoje", afirma o compositor.

O turista Jonathan Henrique veio de Portugal com dois amigos e depois de virar a noite no Camarote N1/CarnaUOL, nem pensa em descansar.

"O Carnaval não para. Vamos curtir uma festa atrás da outra até acabar. O bloco na rua é diferente mais livre. Mas os desfiles também são incríveis", disse.

Alguns foliões investiram nas fantasias. Com irreverência, a psicóloga Mariam Cobe e as amigas trouxeram nas roupas uma piada sobre o calor do Rio de Janeiro.

"Há quatro anos a gente vem passar o Carnaval no Rio. Somos de Fortaleza, que já é uma cidade quente, mas quando chegamos aqui, tem um "sol pra cada um" literalmente. E também tem o clima de paquera, né? A gente quer um "sol" pra cada uma de nós" para não terminar o Carnaval no zero a zero", explica.

Fora Crivella

Os músicos do bloco fizeram críticas ao prefeito Marcelo Crivella, acompanhados pela multidão com gritos de "Fora Crivella". Ao ser perguntado sobre as críticas um dos organizadores do Corre Atrás, Carlos Drummond, contemporizou.

"Mudamos de local o desfile por decisão da prefeitura. Estamos fazendo em nova roupagem esse ano e está ótimo", afirma.

O clima era de paz e não houve incidentes. O trio elétrico só teve dificuldades em avançar pela Avenida Delfim Moreira para cumprir o trajeto que do Posto 12 para o 11, da Praia do Leblon.
A multidão e os ambulantes não atendiam aos pedidos dos músicos de caminharem. Nada que atrapalhasse a evolução do desfile.

O Corre Atrás faz seu desfile há 14 anos e é um dos blocos mais tradicionais da Zona Sul carioca, área nobre da cidade.

Blocos de rua