Topo

Há 37 anos, bloco de Olinda renova tradição do Carnaval de pais para filho

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL, em Olinda

04/03/2019 13h47

O atleta Sérgio Lins já tem duas filhas de 30 anos, que cresceram, segundo ele, curtindo o Eu Acho É Pouquinho - bloco infantil que desfila em Olinda nas manhãs de domingo de Carnaval. Há 4 anos, no entanto, ele traz o caçula Jorge Borsoi para tomar gosto pela folia. 

Desde os 7 meses de idade, o caçula participa do bloco. "Eu sempre procuro uma forma de que ele se divirta, goste do Carnaval, crie uma relação", explica Lins, que neste ano se fantasiou de dragão e carregou o filho nas costas, sob um guarda-sol. "Assim a gente mantem por gerações a relação com o Carnaval."

O Eu Acho É Pouquinho é uma versão infantil do Eu Acho É Pouco, um dos maiores blocos olindenses. E muitos dos pais que curtem a festa dos adultos - no sábado e na terça - trazem os filhos no domingo. 

O casal Vilmara e Wanderson Pereira, por exemplo, brincam no Eu Acho É Pouco desde antes de terem a filha Larissa, de 4 anos, e assim que a menina nasceu passaram a trazê-la ao bloco infantil. "A primeira que trouxemos, ela tinha 2 anos. É o único bloco em Olinda que ela vem, e também levamos ela para o Recife Antigo", conta a biomédica. 

No colo da avó, a psicóloga Roseane Gayo, a pequena Aline, de 1 ano, segurava na mão um sombrinha colorida, enquanto olhava atenta para as outras pessoas no bloco. "É uma tradição da família toda", diz Roseane, feliz, segundo ela, por ver a tradição do Carnaval sendo repassada pelos filhos dela à neta. 

Bloco criado por ex-integrantes do Partido Comunista, o Eu Acho É Pouco (e, por consequência, o Eu Acho É Pouquinho) é conhecido pelo seu tom político. Neste ano, a camisa da agremiação tem estampando frases em defesa do ex-presidente Lula e da vereadora Marielle Franco, assassinada há um ano.

Mulher na Vara agita foliões no carnaval de Olinda

TV Jornal

CarnaUOL