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Vila Isabel ostenta na avenida contando a história da Petrópolis imperial

Sabrina Sato, rainha de bateria, desfila em look deslumbrante - Júlio César Guimarães/UOL
Sabrina Sato, rainha de bateria, desfila em look deslumbrante
Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

04/03/2019 22h45

Desde que levou seu último título, há seis anos, a Vila Isabel tem amargado resultados ruins no Carnaval do Rio. Para mudar essa história em 2019, a escola trouxe um enredo celebrando a cidade de Petrópolis (RJ), assinado pelo carnavalesco Edson Pereira, campeão em 2017 pela Mocidade.

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Em um desfile marcado por luxo e beleza, a Vila lembrou a criação da cidade, da chegada família real brasileira, da luta dos escravos, passando pela trajetória de imigrantes e pelas belezas naturais culturais da região serrana do Rio. À frente da bateria estava Sabrina Sato representando Leopoldina, primeira Maria Fumaça que saiu de Petrópolis para o Rio de Janeiro.

Ao todo, 27 alas, cinco alegorias, dois tripés e 3.000 componentes deram show na avenida, motivando gritos de "é campeão" nas arquibancadas. Um único problema aparente no desfile: a escola teve de correr no fim e estourou em 1 minuto o encerramento, fechando o desfile em 1h16 de duração. Deve ter pontos descontados na apuração.

Museu imperial na avenida

Na comissão de frente, a Vila apostou em uma alegoria reproduzindo o Museu Imperial, um dos principais pontos turísticos de Petrópolis. Nela, um integrante vestido de turista visitava o local e era surpreendido por 14 fantasmas da família real brasileira, com direito a truques de ilusionismo e coreografias à la Michael Jackson. Saltaram aos olhos a beleza do figurino e maquiagem.

Abre-alas

Encantou. Com vários destaques, a alegoria simulou uma solene carreata da família real, com direitos a imensos cavalos e carruagem. O belo e suntuoso acabamento foi brindado por um detalhe cênico: a base da composição soltava nuvens de fumaça de hidrogênio, para simular a neblina típica das viagens na região serrana do Rio.

Luxo

Não foi só o abre-alas que impressionou na riqueza. A Vila ostentou em fantasias, adereços e alegorias, apostando alto no luxo. O acabamento e a iluminação dos carros alegóricos, cobertos de tons do dourado ao azul, do negro ao roxo, também deram um show à parte. A locomotiva do trem da serra foi reproduzida em detalhes em uma alegoria. Tudo com perfeccionismo.

O índio

Com 15 mil litros de água, um carro alegórico trabalhado em garrafas pet simbolizou o encontro de um índio com as águas da serra. Uma cachoeira se formou na avenida, com a água saindo do cocar. E não só isso: ele tinha expressão movimentando boca e olhos. Toda a estrutura demorou cerca de seis meses para ficar pronta. Impressionou a riqueza de detalhes.

Marielle presente

Homenageada em São Paulo pela Vai-Vai, e ainda hoje pela Mangueira, Marielle Franco (PSOL), assassinada 2018 em um caso ainda não solucionado, também se fez presente na Vila Isabel. A família da vereadora, defensora dos direitos humanos, foi destaque em um dos carros alegóricos, que lembrou a liberdade conferida aos escravos brasileiros após a assinatura da lei Áurea pela Princesa Isabel. "Estamos contentes pela Vila Isabel ter nos convidados, ficamos muito emocionados. Marielle era povão, comunidade. Ela está sempre presente nos principais momentos da nossa vida", contou o pai dela, Antônio Francisco da Silva Neto, em entrevista à Globo.

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