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Diversidade, tolerância e elegância no bloco Saymos do Egito

Thiago Camara

Colaboração para o UOL

05/03/2019 21h56

A força e beleza da civilização egípcia com um toque do axé da Bahia. O bloco Saymos do Egito faz seu segundo Carnaval, no Centro do Rio, com foliões montados no dourado, turbantes e glitters. "Bapho" garantido para fechar a folia.

Pela primeira vez no Carnaval do Rio, o professor universitário, Renan Menechelli descobriu o bloco por acaso ao participar de outros desfiles. O glamour das fantasias atraiu ele, mas na hora de compor o look optou pelo improviso.

"Foi meio no susto, acabei pegando uma coisa e outra. O turbante representa o faraó e os braceletes a força do Egito", disse.

No terceiro andar de um casarão na rua do Mercado, no Centro, ficava uma espécie de camarote em que algumas pessoas pagaram R$ 10 para dançar com mais tranquilidade.

"Estou adorando que fizeram esse espaço reservado. Posso ficar mais à vontade", explica o segurança Fillipe Rodrigues. Ele conta ainda que os looks do Saymos do Egito fizeram com que ele se tornasse assíduo às festas mensais que rolam ao longo do ano. 

"Na primeira vez que fui, fiquei com vergonha de ir fantasiado. Depois que vi a galera se jogando, só venho completo. Se não for para vir com a cara da Nefertiti (rainha egípcia), nem venho", disse.

Também fantasiados os DJs Vitor Mencarelli, Fagner Foxx, Gui St e Filipe Ferreira comandaram a pista com setlists de axé-music, pop e música eletrônica.

Bloco Saymos do Egito - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Bloco Saymos do Egito
Imagem: Reprodução/Facebook

Diversidade e tolerância

A multidão que lotava a Rua do Marcado era bem diversa. Mas segundo Glauco von Ness, fundador e organizador do Saymos do Egito,"o bloco é feito por LGBTs para LGBTs". Para ele a folia também é lugar de conscientização.

"Fazemos resistência para mostrar que nós temos o direito de curtir o Carnaval como nós somos", afirma.

Raphael Lopes, produtor do bloco, diz que o segredo do sucesso do Saymos está na alegria que as pessoas sentem ao participar. "Aqui não tem problema de homofobia, brigas. Tem muita animação, curtição tolerância e respeito", disse.

Com apenas dois anos de existência o bloco já ganhou seu espaço no Carnaval carioca.

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