Para voltar a vencer sozinha, Portela celebra Clara Nunes na Sapucaí
Maior vencedora do Carnaval do Rio e uma das mais queridas, a Portela desfilou na Marquês de Sapucaí louvando o legado de Clara Nunes, ícone do samba e um dos personagens mais importantes de sua história, que nunca havia sido homenageada com um samba-enredo só para ela.
"Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar uma Sabiá" contou a trajetória da artista de forma ousada, tendo como pano de fundo a estética da pintora modernista Tarsila do Amaral e a cidade de Madureira.
A aposta da Portela, que quer voltar a vencer sozinha o Carnaval (depois de ter tido que dividir o título em 2017 com a Mocidade Independente de Padre Miguel), é a carnavalesca Rosa Magalhães, sete vezes campeã e responsável por cerimônias de abertura e encerramento do Pan-americano de 2007 e da Olimpíada de 2016.
No que depender da empolgação do público e do desfile seguro, sem erros técnicos, a Portela vem forte e deve, pelo menos, voltar para o Desfile das Campeãs.
Tear gigante
Um dos destaques da escola foi um tear gigante trazido para a Sapucaí. Era movido pela dança de passistas vestidas de artesãs. O vaivém das integrantes conferiu um belo efeito à alegoria, que ganhou em originalidade. Trata-se de uma referência à primeira profissão de Clara Nunes, que trabalhou com tecelagem.
Pais famosos
Outros carros alegóricos cristalizaram a origem da religiosidade da mineira Clara Nunes, trazendo a imagem da igreja de Paraopeba (MG), cidade natal da cantora. Na alegoria, a atriz Gloria Pires representou a mãe da artista, e o marido dela, o cantor Orlando Morais, o pai.
Quadro virou carro
O carro "Carnaval em Madureira" mostrou na avenida o quadro "Torre Eiffel de Madureira", de Tarsila do Amaral, em versão tridimensional, com a carnavalesca Rosa Magalhães como destaque. A atração fez referência a visita da modernista à cidade em 1924, quando, ao lado de amigos franceses, se encantou com a inusitada estrutura montada em um coreto.
Da TV para a avenida
O último carro alegórico carregou a velha guarda da Portela, amigos de Clara Nunes e um altar com a atriz Emanuelle Araújo interpretando a artista. Ela já havia feito a homenagem no "Domingão do Faustão" e se caracterizou mais uma vez à perfeição. O público acompanhou e cantou junto e se emocionou. O desfile terminou de forma contagiante.
Os orixás
A conversão de Clara Nunes ao Candomblé foi representada em uma linda alegoria monocromática na cor marfim. Esculturas inspiradas em bonecas nigerianas ganharam a companhia de orixás do panteão africano, como Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Omulu, Nanã, Oxum, Yemnamjá e Iansã. A cultura e, especialmente, as religiões afro-brasileiras vêm falando alto no Carnaval 2019.
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