Site simula como seria se os planetas estivessem no lugar da Lua

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A Lua é tão grande que poderia ser um planeta. Ela é maior que Plutão, que foi rebaixado para planeta anão, que tem 66% do tamanho de nosso satélite. A Lua tem um quarto do diâmetro da Terra. Por isso, o site io9 fez projeções que mostram como seria se alguns planetas de nosso Sistema Solar estivessem no lugar da Lua
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O professor de astronomia da USP Amaury Augusto Almeida explica que a distância média em relação à Terra de 384.400 km já foi bem menor no passado. Ele conta que a Lua se afasta numa taxa de 4 cm ao ano e, portanto, sua influência gravitacional sobre a Terra e marés está bem menor. A Lua tem órbita síncrona com a Terra (os movimentos de translação e rotação lunares possuem o mesmo tempo de duração), apresentando, portanto, sempre o mesmo lado (hemisfério) voltado para a Terra. "O sistema Terra-Lua forma o que chamamos de 'eixo interplanetário' e tem suas dinâmicas interligadas. Além da influência nas marés ( duas altas e duas baixas por dia), a Lua também é responsável pela inclinação do eixo de rotação e movimento de rotação do planeta em torno desse eixo. Se substituída por planetas, esses efeitos certamente seriam muito mais severos"
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Se Marte estivesse a 384.400 km de distância da Terra, como está a Lua, seria mais ou menos assim que ela apareceria, já que o planeta vermelho tem praticamente o dobro do tamanho da Lua. Segundo o astrônomo da USP Amaury Augusto Almeida, esta imagem pode ser considerada "boa". Mas claro, é meramente ilustrativa e ignora os efeitos da proximidade na maré e gravidade. "Marte, certamente, é o único planeta próximo da Terra (o mais próximo é Vênus), viável para uma provável exploração e colonização humana, talvez usando a própria Lua ou a sua lua Phobos, como 'trampolim' ou base de apoio, nos próximos 30 anos", acredita
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"O planeta vermelho é quase exatamente o dobro do tamanho da Lua, e a sua influência na Terra seria também muito maior, uma vez que ele tem uma massa quase 9 vezes maior que a da Lua. Seria fácil de ver a olho nu os detalhes na superfície do planeta, como as calotas polares - que são uma espessa camada de gelo seco (CO2) e hidratado - aumentarem e diminuírem durante as mudanças de estações. Marte, assim como a Terra, tem as quatro estações do ano. Poderia-se ver também a formação de tempestades de poeira e acidentes geográficos importantes como o Vallis Marineris (o grande cânion de Marte) e o Olympus Mons (o maior vulcão - extinto - do Sistema Solar)", explica o astrônomo da USP Amaury Augusto Almeida
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Vênus tem 3,5 vezes o tamanho da Lua e apareceria como um brilhante astro no céu, quase como o Sol. O planeta apareceria no nosso céu mais ou menos do mesmo tamanho que os astronautas viram a Terra da Lua - o planeta tem 80% o tamanho do nosso. "Seria um objeto incrivelmente brilhante, devido a reflexão da luz do Sol na sua espessa atmosfera de dióxido de carbono - que, além de tóxica, seria extremamente quente e pressurizada para os humanos -, muito mais brilhante do que a nossa Lua cheia", explica o astrônomo Amaury Augusto Almeida da USP. Vênus reflete seis vezes mais a luz do que a Lua, com uma área 40 vezes maior, o que iluminaria a Terra como a luz do dia
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As imagens tidas como impossíveis ou "psicodélicas" pelo professor de astronomia da USP Amaury Augusto Almeida são dos planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Saturno é o menos denso deles, definido como planeta gigante gasoso. Apesar de ser o menos denso, tem quase 9 vezes o tamanho da Terra
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Júpiter, o maior dos planetas, é outro dos "gigantes gasosos". Esta seria a proporção de seu tamanho, mas esta imagem nunca poderia acontecer. Júpiter é quase 11 vezes maior do que a Terra
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Urano e Netuno têm praticamente o mesmo tamanho e são definidos como planetas "gigantes gelados". Na imagem, Netuno como apareceria no céu, se fosse possível esta aproximação. O planeta é quase 4 vezes maior do que a Terra
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"Assim, gasosos ou gelados, os planetas (além de terem dezenas de seus próprios satélites, muitos maiores que a própria Lua), não poderiam manter essas mesmas condições físicas e a própria existência em uma órbita tão próxima do Sol, na posição em que está a Terra. Então, esse cenário bizarro no céu seria praticamente um absurdo!", diz o professor de astronomia da USP Amaury Augusto Almeida