Como descobrir que alguém está mentindo? Cientistas dão as pistas

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O mentiroso pode até não saber, mas toda vez que conta alguma coisa inventada, seu corpo todo o denuncia, afirma o psicólogo Paul Ekman, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos. É que cerca de 90% das pessoas acabam revelando a verdade com 35 sinais, que variam entre movimentos faciais, alterações nos timbres de voz e alguns gestos nervosos, mesmo que sejam quase todos sutis e, muitas vezes, involuntários. Segundo ele, isso ocorre porque os músculos do corpo mostram as emoções reais automaticamente, mas, instantes depois, a pessoa altera sua expressão ou seu gestual, para não vazar o que está sentido de verdade
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Há mais de 50 anos estudando as evidências da mentira, Ekman é considerado o maior especialista em pesquisa da comunicação não-verbal. Em seu livro "Telling Lies" (Contando mentiras, em tradução livre), ele lista como 10 mil variações da fisionomia humana podem estar ligadas a estados emocionais das pessoas. É que as expressões faciais de um mentiroso dificilmente coincidem com a voz, ou com os gestos, ou com as respostas dadas, segundo o pesquisador, que inspirou o seriado "Lie to me", com o ator Tim Roth
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Mas para ajudar quem quer acabar com as mentiras ao seu redor, Paul Ekman disponibiliza um treinamento online, com preços variam entre US$ 20 e US$ 99. O programa ajuda as pessoas a identificaram pequenos sinais e expressões básicas, como alegria, tristeza, surpresa, raiva, desprezo, medo e nojo
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Uma velha teoria afirma que as pessoas destras movem os olhos ligeiramente para cima e para a direita quando respondem uma mentira, pois elas estariam acessando os centros cerebrais de criatividade e visualizando um evento imaginado. Mas pesquisadores britânicos monitoraran o movimento dos olhos de 32 destros enquanto contavam mentiras e verdades sobre fatos conhecidos, no ano passado, e não conseguiram identificar um padrão para as lorotas. Para o grupo, esse tipo de linguagem corporal não passa de pseudociência
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Todo mundo mente e várias vezes ao dia, segundo psicólogo Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. E se você estiver negando, saiba que até quem se diz muito sincero solta uma pequena mentira a cada oito minutos, revelou experimento do pesquisador. Isso ocorre com frequência porque as pessoas procuram desculpas para comportamentos que outros poderiam julgar inadequados, como chegar atrasado no trabalho. Mas o pesquisador constatou que os grandes mentirosos são, na verdade, aqueles que têm muitos contatos sociais, como vendedores, pessoas que trabalham em consultórios médicos, advogados, psicólogos e até jornalistas
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O ser humano mente bastante e com facilidade, porque isso funciona na nossa sociedade, teoriza David Livingstone Smith, diretor do Instituto de Ciência Cognitiva e Psicologia Evolutiva, da Universidade de New England, nos Estados Unidos. Mas o autor de um livro sobre as origens evolucionárias da mentira avisa que as pessoas podem contar algo falso, muitas vezes, como uma maneira de manter a saúde mental em dia, já que enganar o cérebro pode nos ajudar a aceitar comportamentos considerados inadequados. Caso contrário, ninguém conseguiria manter relações sociais duradouras
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Já a mentira patológica pode vir de um desequilíbrio no cérebro, segundo estudo da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Liderados por Yaling Yang, os cientistas escanearam a mente de 12 mentirosos confessos e compararam com as de voluntários sem o mesmo histórico compulsivo e descobriram que o cérebro dos primeiro grupo tinha 22% a mais de substância branca nas regiões pré-frontais, ligadas à tomada de decisão e ao discernimento
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Os homens mentem com mais freqüência que as mulheres, mas também admitem isso com mais facilidade, revela pesquisa do Instituto GfK, de Nuremberg, na Alemanha, na revista 'Apotheken Umschau'. Enquanto sete em cada dez mulheres afirmaram que tentam não mentir diariamente, seis em cada dez homens disseram não ser tão rigorosos quanto o sexo oposto. Além disso, 75% das entrevistadas contaram que não voltariam a confiar em alguém que tivesse mentido para elas, contra 55% dos homens. Só resta uma pequena dúvida: será que alguém mentiu ao responder a pesquisa?
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Alguma vez você já desconfiou de que a pessoa com quem você estava trocando mensagens de texto mentia? Pois se ela demorou mais do que o habitual para te responder, desconfie, garante experimento da Universidade Brigham Young, dos Estados Unidos. Cem participantes tiveram de conversar com um computador por SMS e responder a 30 questões, sendo que deveriam mentir em 15 delas. O grupo verificou que as mensagens falsas eram até 10% "mais lentas", pois os voluntários precisavam de mais tempo para inventar a resposta antes de enviá-la Mais
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A mentira desencadeia o envio de sangue para o córtex pré-frontal, área que controla vários processos psicológicos - até mesmo aquele quando a pessoa inventa algo -, descobriu Sean Spence, do departamento de psiquiatria na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, após fazer testes com equipamento de ressonância magnética. Segundo o pesquisador, monitorar o fluxo sanguíneo de certas áreas cerebrais pode funcionar melhor que os testes de polígrafo
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Não é só o nariz de madeira do Pinóquio que revela as mentiras na história infantil: o órgão humano também pode servir como um alerta na vida real. Uma dupla de pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, detectou alterações no córtex insular de voluntários que não falaram a verdade sobre seus sentimentos. Depois de analisar as imagens dessa área do cérebro que coordena as emoções, eles examinaram as variações térmicas do corpo e perceberam que a temperatura do nariz subia junto com os níveis de ansiedade, desencadeados, principalmente, pelo estresse da mentira