Saiba o que são os raios e como se proteger deles

Arte UOL
A mãe sempre fala para tomar cuidado com raios quando chove, mas a gente quase esquece que eles realmente podem atingir pessoas e matar até que aconteça algum acidente, como o da banhista no Guarujá. O raio consiste na ligação de cargas elétricas negativas das nuvens com as cargas positivas existentes no solo. Em 5% dos casos ocorre o contrário, e cargas negativas ficam no solo e se ligam às positivas nas nuvens. E a corrente sempre vai buscar o ponto que estiver mais próximo dela. Para saber a distância que o raio percorreu, basta contar o tempo entre você ver o relâmpago e ouvir o barulho do trovão. <b>Matéria de Larissa Serpa</b>
Antonio Lacerda/EFE
No Brasil, país campeão em mortes causadas por descarga atmosférica, só o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é atingido seis vezes por ano. Os raios são tão comuns no território nacional que causam anualmente 130 vítimas fatais. A cada 50 incidentes no mundo, um acontece aqui, sendo que segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica, 80% dos casos poderiam ser evitados se a vítima tivesse conhecimento das medidas de proteção.
Rogério Soares/Jornal A Tribuna
No litoral A incidência de raios em praias é grande por se tratar de um campo aberto, que não apresenta interferências na conexão entre nuvem e solo. Mar e piscinas não atraem mais raios do que a terra firme, como se acredita, mas o aconselhado é sair da água e procurar local fechado, já que a parte do corpo que fica para fora funciona como um para-raios, por estar em nível mais alto que a superfície ao seu redor. E de nada adianta mergulhar para evitar a atração da carga. Os elementos contidos na água, principalmente os sais do oceano, são condutores e, caso o raio caia, eles levam a carga elétrica até você.
Fidel Martinez/Reuters
De carro Ao contrário do que se acredita, não são os pneus que nos salvam de morrer eletrocutados quando estamos dentro do veículo. O metal do carro é um condutor de energia que funciona como uma gaiola de Faraday. O princípio é que, ao ser atingido por carga elétrica, um condutor a distribui igualmente em toda sua superfície. Se ela for oca e fechada, a carga nunca atinge seu interior. Portanto, feche todas as janelas e não encoste na lataria. O mesmo vale para quando estiver em um navio.
Mahesh Kumar A./AP
<b>De moto</b> - A lógica é a mesma: evitar pontos em que a ligação entre nuvem e solo é mais fácil. Se perceber raios no céu procure uma ponte ou túnel para se abrigar até que a tempestade termine.
Ángeles Juárez/Veracruz News/EFE
<b>A pé</b> - Se você for pego no meio da tempestade, procure abrigo em construções fechadas, que bloqueiam o caminho lógico da conexão entre a nuvem e o solo, fazendo com que ela procure outro ponto para se formar. Se o raio cair diretamente em você, solas de borracha não vão te salvar da alta carga de energia, que atinge cerca de 30 mil ampères (mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico), mas se você estiver a uma distância de pelo menos 20 metros, elas podem salvar sua vida.
Divulgação
Na cidade Segundo Willians Bini, mestre em Meteorologia pela Universidade de São Paulo, o ideal se estiver na rua é procurar um edifício alto e ficar em suas proximidades. Os para-raios dessas construções podem te manter protegido se você estiver a uma distância de até 20 metros do prédio.
Elat/Inpe
No campo Nunca fique a menos de 50 metros de uma árvore. O raio vai sempre procurar o caminho mais fácil para se conectar. Ou seja, quanto mais curto o trajeto, melhor. É por isso que as descargas atmosféricas costumam procurar árvores altas, que diminuem a distância do raio com a terra. O mesmo vale para coberturas de prédios, nas cidades. Por esse motivo são nesses locais que são instalados para-raios.
Brian Blanco/Reuters
Dentro de casa Uma vez dentro de local fechado, mantenha-se longe de aparelhos eletrônicos e não use o telefone. Apesar de permanecer em casa ser o mais indicado em caso raios, mortes de pessoas em contato com objetos ligados a fios elétricos são frequentemente registradas. Isso porque eles funcionam como condutor. O mais indicado é desligar qualquer aparelho da tomada.
Rodrigo Dionisio/Agência Frame/Agência O Globo
Relâmpago O rápido movimento de elétrons (típico em tempestades) de um lugar para outro na atmosfera resulta em uma descarga elétrica que faz o ar aquecer-se e seu arredor se iluminar, causando o clarão conhecido como "relâmpago". Apesar de estar associado mais comumente aos raios, ele também pode acontecer entre nuvens, causando a luz que vemos iluminar o céu durante tempestades. Raio Os elétrons são partículas subatômicas de carga negativa. Quando a descarga elétrica resultante de sua movimentação nas nuvens se conecta em direção às cargas positivas do solo, temos o que se constitui um "raio". Apesar desse caso ser o mais comum, alguns raios (menos de 5%) podem resultar de cargas positivas no topo das nuvens, que se conectam com as negativas no solo. Trovão Quando o relâmpago aquece o ar a seu redor, ele se expande rapidamente, causando choques que resultam em um barulho conhecido como "trovão". É depois do clarão que ouvimos o som, isso porque a velocidade do som (cerca de 340 metros/s) não acompanha a da luz (300 mil quilômetros/s). Embora assuste, em geral o trovão é inofensivo. Mas o deslocamento de ar pode derrubar uma pessoa que esteja muito perto do local, podendo causar sua morte por queda ou contato com o raio quando o corpo atinge o chão.