Cérebro, Comportamento e Emoções

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AGRESSÃO NA INFÂNCIA DIMINUI DEFESA DO CORPO QUANDO ADULTO: Pesquisa feita na Universidade de McGill, no Canadá, e liderada por Richard E. Tremblay e Moshe Szyf associou como a violência física na infância altera o funcionamento do DNA e prejudica o sistema imunológico na fase adulta. A conclusão do estudo, publicado em abril de 2014 na revista Plos One, é que menino sque sofreram abusos dos 6 aos 15 anos têm variação no DNA das células dos glóbulos brancos Mais
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SE ALGUM PARENTE TEM ALZHEIMER, SEU RISCO É MUITO PEQUENO - John Hardy, chefe do departamento de neurociência molecular da "University College London", afirma que se você tem algum parente que começou a ter Alzheimer na velhice, suas chances genéticas de desenvolver a doença são as mesmas de alguém que não tem nenhum parente com a doença. Isso porque, em sua pesquisa de genética em doenças neurológicas, os genes que mais aparecem na população com característica genética hereditária apresentam pouco risco em desenvolver o Alzheimer. Já aqueles que apresentam mutações genéticas ou doenças genéticas mendelianas associadas ao Alzheimer tem maiores riscos
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PARKINSON TEM FATOR GENÉTICO IMPORTANTE- O chefe do departamento de neurociência molecular da "University College London", John Hardy, destaca o papel importante da genética no desenvolvimento do Parkinson. Foram identificados nove genes, sendo três dominantes relacionados à doença. A presença deles aumenta em 30% o risco de ter Parkinson, mas vale lembrar que os fatores genéticos são responsáveis por uma minoria dos casos
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EMPATIA FUNCIONA MELHOR COM SEMELHANTES - Jean Decety, da Universidade de Chicago, é um expert em empatia, aquele sentimento que faz com que nos coloquemos no lugar do outro. Para ir mais além em seus estudos, ele está pesquisando como se dá a empatia e perdão na África do Sul pós-aparthaid, quando brancos e negros convivem após anos de segregação racial. Sabe-se que a empatia funciona melhor entre pessoas do mesmo grupo e que para haver perdão é necessário ter empatia. O estudo feito em duas partes começou em 2012. Na primeira delas, os cérebros de um grupo de homens e mulheres (metade brancos metade negros) entre 35 e 50 anos serão analisados para ver qual era a resposta a imagens de um tribunal de reconciliação, com vítimas mostrando perdão ou não e os acusados, remorso ou não. A segunda parte busca identificar as diferenças neurais que podem existir entre negros e brancos quando vendo membros do outro grupo
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PESQUISA DIZ QUE CÉLULAS TRONCO MELHORAM SINTOMAS DE 65% DE PACIENTES COM EPILEPSIA - O grupo do pesquisador Jaderson Costa, da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Diretor do Instituto do Cérebro do Estado, está para publicar resultados preliminares de pesquisa clínica com células-tronco no tratamento de epilepsia, que começou a se desenvolver há mais de 12 anos. O estudo feito por um ano com 20 pacientes que não respondiam ao tratamento convencional e que receberam células tronco retiradas de suas medulas concluiu que 65% deles tiveram muito bom resultado com relação aos sintomas e 40% ficaram sem crises, sendo que antes elas aconteciam de 20 a 100 vezes por mês. Agora, novo financiamento do Ministério da Saúde vai permitir ampliar a pesquisa em três centros no Brasil, com 30 pacientes para comprovar a eficácia. Em maio deve começar a seleção de pacientes que receberão uma vez a injeção com células tronco que agem direto no hipocampo afetado, restaurando a lesão. A ideia é que o tratamento relativamente barato seja usado no SUS antes de intervenção cirúrgica
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PESQUISA BRASILEIRA DESVENDA FUNCIONAMENTO DA DEPRESSÃO - A equipe do psiquiatra Mario Juruena, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, descobriu um mecanismo presente na depressão atípica, aquela que afeta mais pessoas e é caracterizada por pessoas que têm mais compulsões por alimentos e que dormem mais. Segundo ele, 50% dos pacientes são resistentes a medicamentos, por isso, é essencial buscar novos métodos de tratamento. O médico descobriu que a assimilação da produção de cortisol pelo corpo é diferente naqueles com depressão comum, que causa insônia e falta de apetite, e nos com a atípica. Enquanto na comum há uma disfunção de um receptor de hormônios já conhecido, chamado GR, que está presente em todo o cérebro, na depressão atípica há um desequilíbrio no receptor chamado MR, mais presente no hipocampo. A pesquisa com 55 pacientes com depressão atípica e 25 com depressão comum, além de um grupo de controle de 80 pessoas, será publicada ainda este ano. A partir desta nova descoberta será possível testar medicamentos mais específicos
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RESPOSTA FAZ EMPATIA AUMENTAR - Emoções complexas como a empatia são muito estudadas pela ciência por ser uma emoção social, de interação com outras pessoas. Saber em que área de cérebro elas funcionam e como ativá-las é importante para tratamento de doenças que afetam as relações sociais. Por isso, o pesquisador Jorge Moll, presidente do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro, criou um sistema que pudesse traduzir em tempo real as ressonâncias magnéticas funcionais para dar um feedback para o paciente enquanto ele sente uma emoção. Com isso, ele conseguiu comprovar que ao ter esta resposta, os pacientes conseguem "amplificar" a emoção. A pesquisa feita com 24 pacientes, sendo 12 no grupo de controle, mostrou que 9 deles conseguiram resposta positiva ativando mais a área do cérebro relacionada a empatia após saberem se estavam ativando as áreas esperadas ou não. No estudo, os pacientes foram orientados a pensar em situações que tivessem despertado empatia neles em três sessões de ressonância
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SEPARAÇÃO COM A MÃE E AGRESSIVIDADE NA INFÂNCIA AFETAM SOCIABILIZAÇÃO NA VIDA ADULTA - Um campo vasto da pesquisa comportamental tenta entender os efeitos de fatos marcantes na infância no desenvolvimento das pessoas. Nesta linha, o pesquisador Aldo Bolten Lucion, do programa de neurociência da Universidade Federal do Rio Grnade do Sul, está concluindo uma pesquisa que deve ser publicada ainda este ano, que mostra que filhotes de ratos que crescem em um meio agressivo tendem a ser mais tímidos e covardes do que os demais. O cientista já tem outro estudo que mostra que a ruptura do elo entre mãe e filhote ocasionada por manipulação dos ratinhos nos primeiros 10 dias de vida faz com que essa mãe se separe do filho mais cedo e que ele se torne menos sociável e com menos apetite sexual, sendo muitas vezes estéril. Mas ele também é mais impulsivo e corajoso com objetos desconhecidos. Na nova pesquisa, em vez da manipulação do filhote, foi introduzido um macho no habitat da mãe que fica mais agressiva com o macho, não com o filhote, mas o clima de agressividade acaba tornando o filhote mais retraído e pouco sociável. Com isso ele prova os efeitos da agressividade nos primeiros dias de vida. A mãe tem um papel fundamental na criação de padrões de interação com outros membros da espécie
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GRÁVIDAS DEPRIMIDAS DEVEM SER MEDICADAS - Meir Steiner, professor de psiquiatria e obstetrícia da Universidade de Toronto, no Canadá, afirma que os danos causados por grávidas deprimidas aos bebês são maiores do que os virtuais problemas que poderiam acontecer com o uso de antidepressivo na gravidez. Ele fez uma revisão de 3000 relatos de outras pesquisas e diz que elas apontam que a depressão na mãe leva a um parto antecipado, menor peso ao nascer e, principalmente, a não amamentação. Já o uso de nenhum tipo de antidepressivo foi relacionado com a malformação do feto. Ainda assim, ele diz que para manter a medicação o diagnóstico tem que ser 100% preciso e a mulher deve concordar com a medicação
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ENTENDER EMOÇÕES BÁSICAS EM ANIMAIS PODE SER CHAVE PARA TRATAR DEPRESSÃO - Jaak Pankseepp, professor do Departamento de Neurociência Integrativa do Colégio Veterinário de Medicina da Universidade de Washington, é uma das vozes mais ativas no estudo de emoções em animais na busca por novos meios de tratar depressão e outras doenças neurológicas em humanos. As emoções básicas seriam a tristeza, alegria, raiva entre outros Mais
Yoshikazu Tsuno/AFP
PESQUISA DE BRASILEIROS BUSCA CAUSA PARA TRATAR ALZHEIMER - Pesquisadores da UFRJ estudam os oligômeros, grupos de dois a quatro moléculas de proteínas tóxicas que são solúveis e por isso têm maior facilidade para se mover no cérebro do que as placas amilóides, apontadas até agora como as causadoras do alzheimer. Para atacar os oligômeros também é feito um estudo com anticorpos na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, pelo neurocientista William Klein. Os pesquisadores brasileiros estão injetando oligômeros em macacos, que estão no Canadá, para ver se há formação de placa e degeneração cognitiva (imagem apenas ilustrativa) Mais
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BRASILEIRO GANHA PRÊMIO POR PESQUISA COM MASSA CINZENTA - Pedro Rosa, médico psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é o único brasileiro a ganhar o prêmio Lundbeck de incentivo à pesquisa em neurociências. A pesquisa usou métodos de neuroimagem (ressonância magnética encefálica) para acompanhar a diminuição da substância cinzenta do cérebro em pacientes com esquizofrenia ou com transtornos do humor ao longo de cinco anos Mais