Veja 20 descobertas da ciência que surgiram por acaso

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MICRO-ONDAS - Em 1945, Percy Spencer, um engenheiro da empresa norte-americana Raytheon Corporation, estava trabalhando em um projeto de radar. Ao testar um tubo de vácuo que aciona um conjunto de radar conhecido como um magnetron, ele descobriu que uma barra de chocolate que ele tinha no bolso havia derretido. Ele experimentou com outros alimentos e concluiu que o calor foi gerado a partir da energia da nova invenção. O primeiro micro-ondas pesava 340 kg e custava US$ 500
Antonio Gaudério
QUININO - O quinino é um composto com funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas e que, originalmente, vem da casca da árvore chinchona. Geralmente, nós o encontramos na água tônica, embora ele ainda seja usado em medicamentos que tratam a malária também. Diz a lenda que um nativo andino da América do Sul, que sofria de malária, bebeu de uma poça de água que estava no pé de uma árvore quina. A febre diminuiu, e ele foi capaz de contar história da árvore curativa. A descoberta teria sido disseminada pelos jesuítas. Na imagem, folha da árvore cinchona
EFE
RAIO-X - Em 1895, um físico alemão chamado Wilhelm Roentgen estava trabalhando com um tubo de raios catódicos, isto é, de feixes de elétrons. Apesar do fato de que o tubo estava coberto, ele viu que uma tela fluorescente brilhou quando o tubo foi ligado e o quarto estava escuro. Os raios, de alguma forma, iluminaram a tela. Roentgen tentou bloquear os raios, mas a maioria das coisas que ele colocou na frente deles não fez diferença. Quando ele colocou a mão na frente do tubo, ele percebeu que ele podia ver seus ossos na imagem que foi projetada na tela. Ele substituiu o tubo por uma chapa fotográfica para captar as imagens, criando os primeiros raios-x. A tecnologia foi logo adotada por instituições médicas e serviços de investigação
Nikolay Doychinov/AFP
RADIOATIVIDADE - Em 1896, intrigado com a descoberta dos raios-x, o físico francês Henri Becquerel decidiu investigar a conexão entre eles e fosforescência, uma propriedade natural de certas substâncias que os faz emitirem luz. Becquerel tentou expor chapas fotográficas utilizando sais de urânio, como Roentgen havia feito com seus raios-x. Ele achava que precisava de luz solar para completar a sua experiência, mas, como o céu estava nublado, ele esperou por um dia ensolarado. Para sua surpresa, descobriu que as placas fotográficas foram expostas apesar da falta de luz. Mais tarde mostrou que os raios vieram a partir dos sais de urânio radioativos
Reinaldo Canato/ UOL
VELCRO - Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral foi para uma caminhada nos Alpes com seu cão. Ao voltar para casa, percebeu que as sementes da planta arctium haviam colado em sua roupa e no pelo do cachorro. Ele não tinha a intenção de criar um sistema de fixação, mas depois de constatar o quão firme essas sementes ficaram no tecido, ele decidiu criar o material que nós conhecemos pelo nome de marca Velcro. O material se tornou popular depois que foi adotado pela Nasa
Thikstock
ADOÇANTE - Sacarina, um adoçante artificial, é algo em torno de 400 vezes mais doce que o açúcar. A substância foi descoberta em 1879 pelo químico russo Constantine Fahlberg, que estava trabalhando em uma análise de alcatrão de carvão. Após um longo dia no laboratório, ele se esqueceu de lavar as mãos antes de comer o jantar. Ao notar que a comida estava doce, ele voltou para o laboratório, até que encontrou os resultados de uma experiência que combina ácido o-sulfobenzóico, cloreto de fósforo e amônia. Fahlberg patenteou a sacarina em 1884 e começou a produção em massa. O adoçante artificial se tornou popular quando o açúcar foi racionado, durante a Primeira Guerra Mundial
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MARCA-PASSO - Em 1956, o americano Wilson Greatbath estava construindo um dispositivo que poderiam gravar ritmos cardíacos. Sem querer, ele instalou de forma errada o resistor e notou que o circuito emitia pulsos elétricos. Isso o fez pensar no momento da batida do coração. Ele pensou que esta estimulação elétrica rítmica poderia compensar um colapso na capacidade do coração de bombear seus próprios músculos. Ele começou a diminuir o tamanho do dispositivo e, em 7 de maio de 1958, uma versão de seu marca-passo foi inserido com sucesso em um cão
Alfredo Risk/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
LSD - O cientista suíço Albert Hofmann estava estudando o ácido lisérgico, uma substância química poderosa que foi isolada pela primeira vez a partir de um fungo que cresce no centeio, quando sintetizou pela primeira vez o LSD em 1943. Ao trabalhar com este produto químico, cerca de cinco anos depois, Hoffmann relatou se sentir inquieto e com tonturas. Ele foi para casa e "se afundou em uma espécie de embriaguez, que não era desagradável e que foi caracterizada por uma atividade extrema da imaginação", de acordo com suas próprias observações. Intrigado, ele intencionalmente ingeriu a droga no dia 19 abril de 1943 para descobrir os seus efeitos
Reinaldo Luiz Canato/Divulgação
MASSINHA DE MODELAR - A massinha que as crianças brincam desde 1930 não foi inventada para ser um brinquedo. Ela foi inicialmente concebida pelo americano Noah McVicker, que trabalhou com seu irmão Cleo em uma empresa de sabão. Juntos, eles criaram um limpador de papel de parede. Mas antes que os McVickers saíssem do negócio, uma educadora chamada Kay Zufall apontou outro uso para o produto: crianças poderiam fazer decorações com o limpador de papel de parede. Os irmãos decidiram remover o detergente e adicionar corante, criando a massinha que conhecemos e brincamos
Thinkstock/Getty Images
PENICILINA - Em 1928, Alexander Fleming, escocês e professor de bacteriologia, voltou para o seu laboratório depois de um período de férias. Ele havia esquecido algumas placas com cultura de microrganismos em seu laboratório, no hospital St. Mary, em Londres. Quando voltou da viagem, ele reparou que uma de suas culturas de Staphylococus tinha sido contaminada por um bolor. Ele notou que as bactérias não estavam crescendo em torno do molde. O bolor era o fungo produtor da penicilina, que foi introduzida na década de 1940, iniciando a era dos antibióticos
AFP
VIAGRA - Salvador de casamentos e dos homens em geral, o Viagra também foi um acidente. Farmacêuticos do laboratório Pfizer sintetizavam o Cidrato de Sidenafila para tratar hipertensão. Durante os testes clínicos, a droga se mostrou ineficaz para doenças cardíacas. Mas os homens observaram que a medicação causava outro efeito: ereções mais fortes e mais duradouras
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INSULINA - Em 1889, dois médicos da Universidade de Estrasburgo (França), Oscar Minkowski e Josef von Mering, estavam tentando entender como o pâncreas afetava a digestão, por isso, eles removeram o órgão de um cão saudável. Alguns dias depois, eles notaram que as moscas estavam fervilhando em torno da urina do cão - algo anormal, e inesperado. Eles analisaram a urina, e encontraram açúcar, chegando à conclusão de que, depois da remoção do pâncreas, o animal ficou diabético. Depois de muitas pesquisas, finalmente a insulina seria criada
Sirli Freitas/Agência RBS
DINAMITE - O químico sueco Alfred Nobel descobriu acidentalmente a dinamite em 1833. A nitroglicerina estava sendo amplamente produzida como explosivo, mas revelou alguns problemas sérios. Era instável e regularmente explodia pessoas, edifícios e tudo ao seu redor. Enquanto trabalhava com nitroglicerina uma tarde, um frasco escorregou da mão de Nobel. A nitroglicerina caiu na serragem. Mais tarde, ele foi capaz de explodir a serragem, e concluiu que a mistura da nitroglicerina com uma substância inerte a estabilizava
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
VIDRO BLINDADO - Em 1903, Edouard Benedictus, um cientista francês, deixou cair um frasco de vidro que tinha sido preenchido com uma solução de nitrato de celulose, um tipo de plástico líquido. Os pedaços de vidro racharam, mas mantiveram o formato do frasco. Este foi o primeiro tipo de vidro blindado desenvolvido, um produto que agora é frequentemente usado em carros
Clive Mason/Getty Images
VULCANIZAÇÃO DA BORRACHA - O norte-americano Charles Goodyear havia feito experiências durante anos e investiu tudo o que tinha na pesquisa de borracha, mas não tinha sido capaz de criar um produto comercialmente viável, e sua família estava morrendo de fome. Mas as coisas começaram a mudar. Após várias tentativas sem sucesso, conseguiu, utilizando um método em que misturava enxofre com borracha e colocava em alta temperatura, obter a borracha vulcanizada, criando, assim, uma substância à prova de água e resistente ao calor, como o couro
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FLOCOS DE MILHO - A receita do Corn Flakes, ou flocos de milho, saiu de uma tentativa fracassada de cozinhar trigo em 1894. Naquela época, o americano John Kellogg era superintendente no Sanatório de Battle Creek, uma unidade de saúde baseada em princípios Adventistas do Sétimo Dia. John e seu irmão William, que também trabalhou no sanatório, estavam tentando elaborar dietas saudáveis para os pacientes. Um dia, os irmãos colocaram um pouco de trigo para ferver, mas acidentalmente deixaram cozinhar por muito tempo. A massa ficou ressecada, então os irmãos a passaram pelos cilindros para afiná-la, esperando fazer longas folhas de massa de pão, mas só conseguiram flocos crocantes. Depois de algumas experiências, verificaram que o mesmo feito podia ser conseguido utilizando milho, e a receita para o Corn Flakes nasceu
Rodrigo Capote/UOL
FILME PLÁSTICO - Ralph Wiley, um funcionário da empresa americana Dow Chemical, é creditado com a descoberta da substância que se tornaria o filme plástico, utilizado para preservar a nossa comida. Diz a lenda que Wiley foi limpar os equipamentos do laboratório e observou que havia se formado um filme plástico sobre um material de vidro, difícil de limpar. A substância contida no frasco era cloreto de polivinilideno, que era usada para criar uma espécie de película gordurosa originalmente usada para proteger aviões militares. Mais tarde, ela também foi adaptada para uso em estofados, palmilhas, e até mesmo cabelo de boneca. Agora é de grande utilidade em cozinhas de todo o mundo
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TEFLON - Podemos agradecer ao químico americano Roy J. Plunkett pela invenção do Teflon. Plunkett era um empregado do laboratório Jackson, da Dupont Company. Em 1938, foi coletar em um recipiente o composto tetrafluoretileno (TFE) congelado, que seria usado na produção de um gás refrigerante. Quando ele voltou a abrir o cilindro, ficou surpreso ao não encontrar nenhum gás dentro. Em vez disso, o TFE tinha se polimerizado para formar um pó branco misterioso no interior do recipiente. Curioso, Plunkett realizou algumas experiências e descobriu que o pó não era apenas resistente ao calor, mas também tinha baixo atrito superficial, ideal para cozinhar
Flávio Florido/Folhapress
COLA INSTANTÂNEA - O americano Harry Coover Jr. estava criando um tipo de mira de precisão a partir de uma forma experimental de plástico transparente, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando inventou a "super cola". Ele estava brincando com uma classe de substâncias químicas chamadas acrilatos, mas descobriu que a fórmula ficou muito pegajosa e abandonou a substância. Anos mais tarde, em 1951, fez novos experimentos com os acrilatos, desta vez para o uso em um revestimento resistente ao calor. Um dia, seu colega Fred Joyner espalhou um dos compostos de acrilato entre duas lentes para examiná-los. Para sua decepção, ele descobriu que as duas lentes ficaram grudadas e não podiam ser separadas, um desperdício de equipamentos de laboratório. Desta vez, Coover viu o potencial da substância pegajosa
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VASELINA - Em 1859, o químico americano de 22 anos de idade Robert Chesebrough decidiu ver que tipo de fortuna poderia encontrar na indústria do petróleo. Ao explorar um poço de petróleo na Pensilvânia, ele se deparou com uma queixa estranha entre os trabalhadores da plataforma petrolífera: a substância gelatinosa conhecida como "rod wax" que constantemente grudava nas máquinas e as levava a um mau funcionamento. Mas a substância teve um lado bom também. Chesebrough notou que os trabalhadores usavam a cera para tratar cortes e queimaduras na pele, e resolveu experimentar. O produto de seu experimento é o que nós conhecemos hoje como vaselina