Chernobyl: fotos revelam cidade 30 anos após acidente nuclear

Carol Thomé e Duca Mendes
"Rússia diz que Ucrânia está à beira de guerra". Essa era a manchete que estampava a primeira página dos principais jornais dias antes de Carol Thomé e Duca Mendes realizarem sua primeira visita a Chernobyl, na Ucrânia. "Nosso objetivo sempre foi contar uma história pessoal sobre o nosso tour. Imprimimos (ou tentamos imprimir) as nossas sensações em imagens que jamais sairão das nossas memórias", escrevem no prefácio da exposição "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz" , que pode ser vista de 10 de abril a 6 de maio na Galeria f 2.8, Rua Cônego Eugênio Leite, 883, Pinheiros, São Paulo
Carol Thomé e Duca Mendes
O projeto da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz" teve início em agosto de 2013, quando os fotógrafos Carol Thomé e Duca Mendes decidiram fazer a viagem para produzir fotos e vídeos documentais no território do "maior desastre nuclear da história", como eles mesmo definem em uma das fotos da exposição, que pode ser vista de 10 de abril a 6 de maio em São Paulo
Carol Thomé e Duca Mendes
"Motivados pela curiosidade de conhecer a cidade fantasma de Pripyat e conversar com pessoas que trabalham em Chernobyl, embarcamos nesta viagem de livre e espontânea vontade, sabendo de todos os riscos que, naquele momento, não eram só relativos à radiação", esclarece Carol Thomé no texto da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz", em São Paulo
Carol Thomé e Duca Mendes
Após dois dias em Kiev, onde sentiram o clima tenso de enfrentamento, no dia 8 de abril de 2014, Carol Thomé e Duca Mendes partiram para Chernobyl. Acompanhados de um guia, eles cruzaram os 150 quilômetros até a cidade que abriga a antiga usina nuclear, que se tornou famosa após o acidente de abril de 1986, quando foi lançada uma nuvem radioativa na atmosfera
Carol Thomé e Duca Mendes
A visita só foi possível após assinar um contrato no qual os brasileiros se responsabilizavam por todos os riscos. "Nada em Chernobyl nos despertou sentimentos conhecidos porque tudo o que está ali faz parte de um universo novo", diz Carol Thomé, na apresentação da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz"
Carol Thomé e Duca Mendes
"O que sentimos não tem nome porque esse sentimento não existia até pisarmos ali. Tudo em Chernobyl tem uma espécie de vazio cheio de nada. E o nada naquele lugar é muito revelador", diz Carol Thomé na abertura da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz"
Carol Thomé e Duca Mendes
O nível de radiação em Chernobyl ainda é muito alto. Durante a viagem, Carol Thomé e Duca Mendes foram alertados para seguir uma série de cuidados durante sua estadia na cidade que abriga a antiga usina nuclear. "Cobrir todo o corpo era parte do processo. A poeira é radioativa e, quanto menos contato, melhor. Não tocar em nada e usar calçados de solas grossas também faziam parte das recomendações", conta Carol Thomé na mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz"
Carol Thomé e Duca Mendes
Embora pareça uma contradição, existe vida em Chernobyl. "Pessoas trabalham diariamente na construção do novo sarcófago, que deve ficar pronto em 2017. O antigo, construído na época do desastre para conter a radiação, está comprometido", diz Carol Thomé na apresentação da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz", que pode ser vista de 10 de abril a 6 de maio na Galeria f 2.8, em São Paulo
Carol Thomé e Duca Mendes
"No solo de Chernobyl é onde está concentrada a maior parte da radiação e isso é assustador", diz Carol Thomé. "Ao aproximar a câmera do chão para fazer uma imagem, o guia me alertou sobre o risco de quebrar o equipamento"
Carol Thomé e Duca Mendes
Em 2005, o governo da Ucrânia autorizou as visitas monitoradas à antiga usina nuclear e às cidades ao redor de Chernobyl. Algumas áreas têm radiação muito alta e, por isso, os guias orientam os visitantes sobre o tempo máximo que devem permanecer nesses locais
Carol Thomé e Duca Mendes
"O tempo em Chernobyl passa de forma diferente, mas é suficiente para nos fazer refletir e concluir que algumas invenções humanas podem dar muito errado. Ao deixar o local, todos os visitantes passam por um detector de radiação. As pessoas só podem sair do local se não estiverem contaminadas", diz Carol Thomé, no texto da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz"
Carol Thomé e Duca Mendes
Antes de ir a Chernobyl, os fotógrafos brasileiros não tinham acesso a muita informação sobre a construção do novo sarcófago. "A estrutura está sendo construída próxima da usina onde houve o acidente e quando estiver pronta, ela será empurrada até cobrir o atual sarcófago", diz Carol Thomé
Carol Thomé e Duca Mendes
"Existem riscos a curto prazo e passamos ilesos. Quanto aos riscos a médio e longo prazo, não temos como dimensionar. Foi tenso enquanto durou. E dura até hoje", escreve Carol Thomé sobre a visita a Chernobyl. As fotos da mostra "Chernobyl: Tudo o que É Resto se Desfaz" podem ser vistas de 10 de abril a 6 de maio na Galeria f 2.8, em São Paulo