Cidade ameaçada de Palmira é patrimônio mundial

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O cerco das tropas do Estado Islâmico à cidade de Palmira, na Síria, ameaça destruir um antigo centro na Rota da Seda da Ásia. Com ruínas magníficas, um templo e mitologia que cercam sua construção, Palmira é um dos patrimônios da humanidade da Unesco. Embora pesquisadores tenham comprovado sua existência no período neolítico, Palmira ganhou destaque no início do segundo milênio antes de Cristo, quando se tornou ponto de parada de caravanas que cruzavam o deserto sírio Mais
Youssef Badawi /EFE
Palmira está localizada a 215 km a nordeste da capital Damasco em um oásis cercado por palmeiras, em meio ao deserto da Síria. No passado, a cidade foi um dos centros culturais mais importantes e ponto de encontro de caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o deserto árido na Síria Mais
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A antiga cidade de Palmira, uma das joias arqueológicas do Oriente Médio, está ameaçada pelo ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que enfrenta as tropas do Exército sírio a menos dez quilômetros do local. Localizada em um oásis, Palmira foi no passado um dos centros culturais mais importantes da Antiguidade e ponto de encontro de caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o deserto árido na Síria Mais
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Segundo ativistas, os militantes do Estado Islâmico podem destruir as ruínas de Palmira da mesma forma como fizeram em Nineveh, no Iraque, que ainda está em poder do grupo. Para evitar maior destruição, o governo sírio transportou alguns artefatos arqueológicos para as cidades de Damasco e Hama. Entretanto, a maior parte das antiguidades são muito pesadas para que possam ser deslocadas Mais
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Palmira ganhou destaque no início do segundo milênio antes de Cristo, quando se tornou ponto de parada de caravanas que cruzavam o deserto sírio. Atrelada ao crescimento da cidade, a riqueza de Palmira permitiu a construção de vários monumentos, como o Tetrapylon. É a mais marcante construção do tipo 'quadriflon' -- típica da arquitetura romana -- e consiste em uma plataforma quadrada contendo um grupamento de colunas em cada lado Mais
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Cada um dos quatro grupos de pilares que formam o Tetrapylon suporta uma cornija sólida de 150 toneladas. Um pedestal no centro de cada quarteto ostentava originalmente uma estátua. Apenas um dos 16 pilares é feito do granito rosa original -- provavelmente trazido das pedreiras de Aswan, no Egito. Os outros são resultado de uma reconstrução feitas às pressas a partir dos anos 1960 pelo Departamento de Antiguidades da Síria. A partir desse ponto, a avenida principal cercada por colunas segue para nordeste, enquanto a transversal com pilares menores seguem para sudeste e para nordeste, em direção ao Templo de Baal Shamin Mais
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O Templo de Bel é considerada a ruína "mais bem preservada" em Palmira, antiga cidade que integrava a Rota da Seda na Síria. O templo é consagrado ao deus semítico Baal, que era adorado pelos habitantes, assim como o deus lunar Aglibol e o "senhor da primavera" Yarhibol, formando o centro da vida religiosa em Palmira Mais
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Segundo os pesquisadores, as estratificações ao redor do Templo de Bel indicam que ao lado do templo havia casas que teriam sido erigidas no terceiro milênio. A área foi ocupada no período pré-romano, com uma construção anterior à qual escritos se referem como "o primeiro templo de Baal" e "o templo helenístico". A maioria das colunas coríntias da parte interior ainda exibe pedestais onde havia estátuas encomendadas pelas famílias ricas da cidade Mais
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A arquitetura do Templo de Bel é uma junção de influências greco-romana e do leste. Situada em uma área cercada por pórticos, a edificação possui um formato retangular e um pátio pavimentado cercado por um paredão de 205 metros. Em um pódio no centro do pátio, fica a câmara interna do templo, chamada de cella, que é cercada por colunas coríntias, interrompidas apenas pelo portão de entrada com escadas largas de pedra que conduzem ao pátio Mais
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O Templo de Bel é considerada uma das ruínas mais "bem preservadas" em Palmira, antiga cidade que integrava a Rota da Seda na Síria. O templo é consagrado ao deus semítico Bel, que era adorado pelos habitantes, assim como o deus lunar Aglibol e o "senhor da primavera" Yarhibol, formando o centro da vida religiosa em Palmira Mais
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O Templo de Baalshamin é construído em uma colina na antiga cidade de Palmira, na Síria. É considerada a mais importante ruína na área a nordeste da avenida principal, que pode ser alcançada a partir do Tetrapylon. Ele reúne várias fases de construção, sendo o pátio ao norte a mais antiga, seguida pela cella (câmara interna do templo) e pelo pátio ao sul. A cella principal foi restaurada por arqueologistas suíços nos anos 1950 e é a única parte intacta da construção. Sua construção no ano 131 foi financiada por um príncipe mercante Mais
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O Templo de Baalshamin é o que sobrou de uma construção bem maior. O pequeno santuário se ergue a aproximadamente 200 metros da rua principal. Como Bel, Baalshamin era um deus que foi trazido para a cidade de Palmira e só ganhou popularidade quando a influência romana alcançou seu auge Mais
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Estátuas de deuses adorados pelos habitantes da antiga cidade de Palmira, na Síria. Da direita para a esquerda, Aglibol, Baalshamin e Malakbel. Aglibol era o deus lunar, e Malakbel, o deus solar, enquanto Baalshamin era um deus semítico conhecido como "senhor dos paraísos". O título era aplicado principalmente a Hadad, que também era conhecido como Ba'al. Baalshamin era um dos deus supremos e considerado a entidade dos céus na Palmira pré-islâmica. Bel era o outro deus supremo Mais
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A segunda ruína mais importante em Palmira é o anfiteatro. Atualmente restam apenas nove fileiras com assentos, mas os pesquisadores acreditam que originalmente havia 12 fileiras, com estruturas extras construídas em madeira. Os pesquisadores estimam que o teatro romano foi construído no século 2, a igreja viria mais tarde, durante o império bizantino Mais
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O anfiteatro encontra-se no pátio de uma igreja de 1.500 anos, a quarta igreja bizantina na cidade e que seria a maior descoberta na Síria. As colunas da igreja medem aproximadamente 6 metros de altura e sua base mede 12 metros por 24 metros. Os pesquisadores estimam que o teatro romano foi construído no século 2 Mais
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Com referências ao Vale dos Reis, no Egito, a Necrópolis Real da antiga Tebas, uma área na parte sudoeste de Palmira foi batizada de Vale das Tumbas. Construídas em terreno mais elevado, as tumbas cercam as laterais da estrada que liga Palmira a Emesa (conhecida hoje como Homs) e Damasco Mais
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Templo funerário na antiga cidade de Palmira, na Síria, considerada um dos patrimônios mundiais pela Unesco. A cidade foi, durante muitos anos, ponto central da Rota da Seda no Oriente para as caravanas que cruzavam o deserto, mas caiu em desuso após o século 16 Mais
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Templo funerário na antiga cidade de Palmira, na Síria, considerada um dos patrimônios mundiais pela Unesco. A cidade foi, durante muitos anos, ponto central da Rota da Seda no Oriente para as caravanas que cruzavam o deserto, mas caiu em desuso após o século 16 Mais
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Detalhe de arquitetura da antiga cidade de Palmira, na Síria. Na Antiguidade, os habitantes de Palmira eram basicamente arameanos, amoritas e árabes, com minorias judias e gregas. A sociedade era tribal e a língua local era um dialeto próprio de aramaico -- substituído pelo árabe após a conquista no ano 634 Mais
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Estruturas que serviram de base para sustentar colunas na antiga cidade de Palmira, na Síria, ainda funcionam como marcos para que os visitantes possam se localizar. A cidade sofreu grande influência das culturas greco-romana e persa, que ajudaram a produzir objetos de arte e arquitetura notáveis Mais
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Detalhe de abertura em construção na antiga cidade de Palmira, na Síria, de onde se pode ver as colunas coríntias que marcam a avenida principal Mais
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Arcos que ainda restaram nas ruínas da antiga cidade de Palmira, na Síria. A cidade foi, durante muitos anos, ponto central da Rota da Seda no Oriente para as caravanas que cruzavam o deserto, mas caiu em desuso após o século 16 Mais
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Colunas e vista geral das ruínas da antiga cidade de Palmira, na Síria. De acordo com pesquisadores, que investigaram o subsolo abaixo do Templo de Bel, há traços de atividade que data de 2.300 a.C Mais
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A antiga cidade de Palmira, na Síria, conta com visitas guiadas e passeios em camelo pelas redondezas Mais
Joseph Eid - 14.mar.2014/AFP
O Estado Islâmico (EI) destruiu o Arco do Triunfo de Palmira, na Síria, cuja parte arqueológica está incluída na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco. Este povoado foi nos séculos I e II d.C. um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e ponto de encontro das caravanas na Rota da Seda, que atravessavam o árido deserto do centro da Síria Mais