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O ano de 2014 foi o mais quente na história moderna

Mapa exibe a média da temperatura global de 2014; partes em azul representam clima mais frio do que o normal, enquanto em vermelho, clima mais quente do que o normal. O levantamento foi feito pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, com base em dados da Organização Meteorológica Mundial - Nasa
Mapa exibe a média da temperatura global de 2014; partes em azul representam clima mais frio do que o normal, enquanto em vermelho, clima mais quente do que o normal. O levantamento foi feito pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, com base em dados da Organização Meteorológica Mundial Imagem: Nasa

Em Miami

16/01/2015 16h15

O ano de 2014 foi o mais quente do planeta desde o início dos registros em 1880, revelou nesta sexta-feira um esperado relatório divulgado pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Dezembro também marcou uma temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos sem precedentes nos últimos 134 anos para este período do ano, acrescentou a NOAA.

Para o ano, a temperatura média se situa entre 0,69 °C acima do média do século 20, superando as marcas prévias de 2005 e 2010, de 0,04 °C .

O relatório da agência disse que o recorde de aquecimento se propagou pelo mundo.

Entre as regiões do mundo onde foram registrados recordes de calor estão a Rússia, o oeste do Alasca, o ocidente dos Estados Unidos, algumas zonas da América do Sul, parte do litoral australiana, norte da África e quase toda a Europa.

A agência disse ainda que as medições realizadas pela Nasa de forma independente chegam às mesmas conclusões.

Recorde no mar e na terra

Quando são analisadas separadamente as superfícies da terra e dos oceanos, ambos registros também marcam recordes.

Globalmente, a temperatura média da superfície dos mares foi a maior da história, 0,57 °C acima da média do século 20, enquanto a da superfície da terra ultrapassou em 1 °C esta mesma média.

Com relação à neve, a NOAA constatou que neve média anual no hemisfério norte foi de 64,62 milhões de quilômetros quadrados, "perto da média dos registros históricos".

A primeira metade de 2014 registrou menos neve do que o normal, mas o segundo semestre registrou mais do que a média.

O gelo polar e oceânico seguem derretendo no Árctico, privando os ursos polares de seus habitats e provocando mudanças climáticas que afetam regiões muito distantes em todo o mundo.

A média mundial de gelo no oceano Ártico foi de 28.460.000 km², a menor área nos 36 anos em que os cientistas têm feito registros.

No outro pólo, na Antártida, o gelo marinho caiu pelo segundo ano consecutivo, aos níveis mais baixos já registrados: 33.870.000 km², segundo a NOAA.

Dezembro também teve temperaturas recordes. As temperaturas médias combinadas nas superfícies terrestres e marítimas foram maiores do que qualquer outra na história.

A temperatura média do mês foi 0,77 ºC acima da média mundial. "Este foi o dezembro mais quente no período de 1880 a 2014", disse a NOAA.

Seca em São Paulo

No início de dezembro, a OMM (Organização Meteorológica Mundial), uma das agências da ONU, havia antecipado que 2014 seria o ano mais quente já registrado no mundo. Na ocasião, a agência citou a seca em São Paulo como exemplo dos problemas que as grandes cidades poderiam começar a sofrer diante das mudanças climáticas.

A OMM afirmou que o Brasil foi um dos países que mais sofreu com a onda de calor.No Sul do País, as temperaturas bateram recordes para o mês de outubro. Argentina, Paraguai e Bolívia também tiveram marcas inéditas, assim como a África do Sul e a Austrália.

A seca também foi registrada na China, na Austrália e no Canadá e, em Estados americanos, como Califórnia, Nevada e Texas, a quantidade de chuva foi inferior a 40% da média registrada entre 1961 e 1990.

A confirmação de que 2014 foi o mais quente desde 1891 também foi feita pela JMA (Agência Meteorológica Japonesa (JMA) e pelo Met Office (Agência Meteorológica do Reino Unido). A entidade japonesa ainda destacou que os 10 anos mais quentes da história foram registrados de 1998 em diante.