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Derretimento de geleiras da Antártida pode ser mais lento do que se pensava

Mudança na velocidade de perda de gelo foi mapeada por dados de cinco satélites diferentes - Reprodução/Nômades Digitais
Mudança na velocidade de perda de gelo foi mapeada por dados de cinco satélites diferentes Imagem: Reprodução/Nômades Digitais

02/05/2017 20h58

O aquecimento global fez o gelo na Antártida derreter mais rápido que o normal, mas um estudo publicado nesta terça-feira sugere que o ritmo de perda em algumas áreas pode ser mais lento do que se pensava anteriormente.

Pesquisadores do Reino Unido mapearam a mudança na velocidade de perda de gelo usando dados de cinco satélites diferentes, segundo o artigo publicado na revista científica americana Geophysical Research Letters.

Depois de estudar as mudanças em mais de 30 geleiras desde 1992 na Terra de Palmer ocidental --a parte sudoeste da Península Antártica-- eles descobriram que a perda de gelo aumentou.

"Entre 1992 e 2016, o fluxo da maioria das geleiras da região aumentou entre 20 e 30 centímetros por dia, o equivalente a uma média de 13% de aceleração nas geleiras da Terra de Palmer ocidental como um todo", disse o estudo.

Combinando estes dados dos satélites com um modelo matemático do fluxo de gelo, os pesquisadores puderam constatar que as geleiras desta parte da Antártida despejaram no oceano a cada ano 15 km cúbicos a mais de gelo do que na década de 1990.

Um estudo anterior, muito mais alarmante, publicado na revista Science em maio de 2015, calculava uma perda pelo menos três vezes maior, de 45 km cúbicos de gelo por ano.

"Embora a Terra de Palmer ocidental detenha um monte de gelo --o suficiente para elevar os níveis globais do mar em 20 centímetros suas geleiras não podem ser responsáveis por uma grande contribuição para a subida do nível do mar, porque a sua velocidade (de derretimento) aumentou pouco nos últimos 25 anos", disse o coautor do estudo Andrew Shepherd, professor School of Earth and Environment da Universidade de Leeds.

A maior aceleração no fluxo e perda de gelo foi observada em geleiras submersas a profundidades de mais de 300 metros abaixo da superfície do oceano, onde a água quente e salgada pode derreter o gelo da base.

Os pesquisadores ressaltam que, apesar do ritmo de derretimento mais lento encontrado em algumas regiões, o continente como um todo está perdendo massa mais rápido do que nunca devido às mudanças climáticas.