Topo

Adolescente sueca faz cruzada contra as mudanças climáticas na Cop24

05/12/2018 11h26

Katowice, Polónia, 5 dez 2018 (AFP) - Quando Greta Thunberg, agora com 15 anos, tiver 45, dezenas de milhões de pessoas terão que deixar suas casas devido às condições extremas e catástrofes naturais que as mudanças climáticas causarão.

É por isso que ele decidiu que que não podia ficar de braços cruzados.

Embora a geração de seus pais e as gerações anteriores serem responsáveis por causar o aquecimento global, são os milhões de jovens como esta adolescente sueca que sofrerão as consequências.

"Nós somos que vamos viver neste mundo. Se eu viver até os 100 anos, vou estar viva em 2103 e teremos que conviver com o desastre que as gerações passadas causaram. Isso não é justo", declarou Greta à AFP, na 24ª Conferência das Nações Unidas sobre o clima em Katowice (Polônia).

Greta se tornou uma defensora da campanha crescente que está mobilizando jovens de todo o planeta, conclamando governos e empresas a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e assim tentar limitar as mudanças climáticas.

Cerca de 200 países estão representados na COP24 na Polônia, tentando desenvolver um conjunto de regras que lhes permitam implementar os compromissos do Acordo de Paris, assinado em 2015.

O objetivo do acordo é limitar o aumento da temperatura a menos de 2 °C e, se possível, a 1,5 °C, em comparação com a era pré-industrial.

Mas com 1 ºC já adicionado à temperatura global, a Terra já está sofrendo violentas tempestades, secas e inundações devido ao aumento do nível do mar.

O Banco Mundial alertou que se os governos não tomarem as medidas apropriadas, no mundo haverá 143 milhões de "migrantes climáticos" em 2050.

Greta e seu pai Svante viajaram para Katowice para pedir aos Estados que ajam agora em prol das futuras gerações.

- A maior crise de humanidade -A jovem explicou que depois de perceber os impactos das emissões de dióxido de carbono, ela pediu a sua família para se tornar vegetariana e parar de usar o avião.

"Para mim, nada disso é um sacrifício. Eu não preciso dessas coisas", afirmou.

"Eu entendo que existem pessoas que veem isso como um sacrifício. Elas não querem parar de voar, mas é algo que temos que fazer, não há outra opção".

Greta alcançou a fama depois de iniciar um protesto sozinha diante do Parlamento sueco, e disse que continuaria fazendo isso até que o governo concordasse em cumprir com as promessas do Acordo de Paris.

Ela ressaltou que, apesar da evidência irrefutável dos perigos das mudanças climáticas, os políticos continuam a se recusar a levar o problema a sério.

Caso contrário, "as emissões já não ocorreriam atualmente. Mas continuam aumentando", destacou a adolescente.

"Estamos diante de uma ameaça existencial, a maior crise da humanidade. Devemos agir agora porque amanhã pode ser tarde demais", concluiu.