Estados insulares chamam à ação na COP24 em meio a negociações difíceis
Katowice, Polónia, 11 dez 2018 (AFP) - Os Estados insulares mais vulneráveis às mudanças climáticas fizeram, nesta terça-feira, um chamado urgente à ação, a poucos dias do término da COP24 em Katowice, Polônia, onde as negociações para aplicar o Acordo de Paris enfrentam muitos obstáculos.
"Está claro que nossos esforços atuais não são suficientes" para limitar o aquecimento a +1,5ºC, a meta ideal do Acordo de Paris, declarou o primeiro-ministro das Ilhas Cook, Henry Puna, em Katowice.
"Todos nós devemos agir agora e rapidamente, mas isto requer uma grande vontade de nós, dirigentes", disse o presidente de Kiribati, Taneti Maamau.
Cerca de 200 países estão reunidos em Katowice até sexta-feira para concluir as regras da aplicação do pacto climático de 2015, que tem por objetivo deter o aumento da temperatura global a +2ºC e, se possível, a +1,5ºC, em relação aos níveis pré-industriais.
Mas as divisões estão marcando a reta final da 24ª Conferência do Clima da ONU.
Depois que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) advertiu, em outubro, que o mundo precisa reduzir em quase 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 em relação a 2010 para conter o aquecimento do planeta, Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Kuwait se opuseram a apoiar este relatório na reunião de Katowice.
Além disso, as negociações sobre as regras de aplicação do Acordo de Paris dão sinais de que continuam estagnadas em relação a questões como a transparência ou o grau de flexibilidade acordado com os países mais pobres, segundo os observadores.
"O trabalho não acabou, ainda estamos longe. Continua havendo muitas divisões políticas", disse a responsável da ONU para o clima, Patricia Espinosa.
Diante dessas dificuldades, o secretário-geral da ONU, António Guterres, tem previsto voltar a Katowice na quarta-feira, segundo uma fonte da organização.
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