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Desafio: Tocar asteroide Bennu é mais difícil do que a Nasa tinha pensado

Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu - NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin
Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu Imagem: NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin

Da AFP, em Washington (EUA)

19/03/2019 20h07

Após dois anos viajando pelo sistema solar, a sonda Nasa Osiris-Rex se aproximou do asteroide Bennu em dezembro com o objetivo de obter uma amostra, mas tocar o asteroide é uma missão muito mais arriscada do que o esperado.

Cientistas e engenheiros da missão anunciaram na terça-feira que descobriram que a superfície do asteroide de 490 metros de diâmetro está coberta de rochas e pedras, quando pensavam que era mais macio e, portanto, mais seguro para a operação.

"Voltamos ao ponto de partida e começamos a pensar de novo", disse Dante Lauretta, chefe da missão, em entrevista coletiva por telefone. Suas observações também foram publicadas na revista Nature nesta terça-feira.

A sonda foi projetada para apontar para uma área plana com um raio de 25 metros, mas de acordo com fotografias tiradas desde dezembro, não há uma área tão grande sem rochas. Portanto, deve visar uma área menor.

"Vamos ter que acertar em cheio", resumiu Richard Burns, gerente de projetos.

Desde dezembro, a sonda fez um mapa de Bennu com seus instrumentos, a uma distância muito próxima, atualmente de 5 km. O asteroide, que orbita ao redor do Sol, fica a 85 milhões de quilômetros da Terra.

O objetivo é tocar a superfície por cinco segundos em julho de 2020 com um braço articulado para coletar entre 60 gramas e 2 kg de regolito, isto é, cascalho e poeira (a máquina só pode aspirar partículas com menos de dois centímetros). As amostras serão armazenadas na sonda, que retornará à Terra em 2023.

Bennu é um asteroide chamado "pilha de escombros", o que significa que é feito de pedaços que foram separados de um corpo maior e depois aglomerados pelos efeitos da gravidade.

Possui mais de 200 rochas com mais de 10 metros de diâmetro, e até algumas com mais de 30 metros, descreveram os pesquisadores da Nature Astronomy. Muitas crateras estão entre 10 e 150 metros.

"Não é trivial pousar uma sonda espacial com precisão de cerca de um metro na superfície de um asteroide em microgravidade", disse Dante Lauretta, acrescentando que está "certo" de que a equipe estará à altura do desafio.

Bennu também ejeta partículas, que acabam caindo como uma chuva. Mas a equipe acredita que isso não deve colocar em risco a sonda.